O sol estava se pondo atrás das montanhas no exato momento, o brilho da estrela maior se apagando com forme deixava o seu lugar para que a lua brilhasse. A transição do azul claro e suave se tornando escuro, mais profundo do que o oceano, banhado por flashes de luz ao longe, estrelas, seu brilho era minúsculo comparado ao da lua no horizonte.
E ao meio de todo esse fenômeno diário, em algum dos quatro cantos da terra, eles estavam lá. Arthur e Dante, um encarava o outro, olhos bicolores ao encontro de iris completamente pretas, inundadas.
Dava a impressão que aquela seria a última encarada que eles dariam, para o resto das suas vidas. O mais baixo parecia afogado em suas próprias mágoas, enquanto o uma dor sufocante se espalhava por todo o corpo magro do mais alto, olhando para o moreno, seus olhos brilhantes por lágrimas temiam se fechar para sempre.
Dante tentava lutar por sua própria vida, não por si mesmo, por Arthur. Ele não queria deixar o garoto sozinho, saberia que ele se assemelharia ao menininho assustado que o loiro já conheceu uma vez, aquele que não aguentava ficar uma noite sem chorar, ou melhor, chorava o tempo inteiro. O Cervero ficaria pior, muito pior.
A mão ligeira do Galdério apertavam um pano sujo contra a perfuração profunda no centro do peito do rabiscado, várias palavras incompreensíveis saiam dos lábios trêmulos enquanto ele tentava pensar em algo rápido para salvar o loiro caído, parecia se negar de aceitar o que aconteceria a seguir.
Arthur tentava repetir para si mesmo de que estava tudo bem, que Dante conseguiria sair disso e curar o seu próprio ferimento, que ficaria tudo bem, mas definitivamente não ficaria. Ele perdeu a sua família mais uma vez.
O resto do time olhava para o Cervero ajoelhado a frente do corpo morto com pena, dó. A mais pura pena que eles já sentiram, junto com o aperto incontrolável, como se eles estivessem prestes a pular de um precipício, ou de um penhasco. Era horrível a sensação de ver alguém tentando se convencer de que a pessoa que ele mais amava havia morrido.
Todavia, era a verdade. Dante estava completamente sem vida, a única coisa que estava deitado naquele chão sujo era o seu pobre corpo, machucado e judiado pela mão de coisas que nem deveriam existir. Dante estava morto.
E Arthur não conseguia parar, várias lágrimas escaparam dos seus olhos perdidos, suas cordas vocais prestes a se romper de tanto que ele gritou por ajuda, só queria que alguém o ajudasse, mas era impossível trazer um recém morto de volta a vida, o mais pobre e cruel destino para uma pessoa tão boa e pura.
Um silêncio desconfortável se estabeleceu entre todos, o moreno finalmente havia calado a sua boca e ficado quieto, imóvel, ajoelhado enquanto encarava o belo rosto completamente sujo de sangue, seus olhos inundados de um preto profundo, lágrimas escorriam dele. Seus lábios curvados em um sorriso idiota.
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Morte - Danthur
Teen FictionNada mais poderia ser feito quando alguém morria. Arthur provou isso várias vezes, mas parecia não compreender.