Amor da minha vida...

572 94 23
                                    

A tripulação do chapéu de palha e o Sunny foram testemunhas da briga entre Sanji e Zoro naquela tarde. Era comum que brigassem, visto que as personalidades totalmente distintas, se repeliam em diversos momentos. Contudo, sendo um casal, não demorava muito para que estivessem se agarrando pelos cantos mais aleatórios e inusitados do barco.

Porém, desta vez, aparentemente a coisa havia sido feia; após berros e xingamentos, Zoro saiu da cozinha gritando a plenos pulmões para todos os tripulantes que estavam no convés ouvirem:

— Que seja seu miserável egoísta, eu que não vou correr atrás de você feito um cachorro. Para mim já deu, acabou Sanji!

O loiro gritou um “volte aqui” como resposta, mas Zoro fez questão de bater a porta com toda força, deixando todos apavorados.

Zoro sumiu num piscar de olhos, indo para o ninho do corvo, onde conseguiria ficar sozinho e relaxar.

A navegadora não demorou mais de um minuto para ir correndo até a cozinha, saber o que estava acontecendo. Junto consigo, os outros também foram para se informar. Chegando lá, encontraram o loiro jogando uma bituca no chão, junto com outras duas, enquanto acendia um cigarro. Ele estava tremendo de fúria.

— Sanji… O que foi aquilo? Zoro quase afundou o chão do barco enquanto andava.

Bastou o loiro ouvir o nome de seu — aparentemente ex — namorado, para seus punhos se fecharem com força. Com toda certeza essa era a pior briga entre os dois homens.

— Zoro está sendo dramático, eu não fiz nada demais!

Nami cruzou os braços, assumindo a famosa pose mandona. Ela conhecia Zoro o suficiente para saber que ele não surtava por qualquer coisa, como também, sabia que de santo Sanji não tinha nada.

— Mas fez alguma coisa, não é? Cabe a mim decidir se foi “nada demais”. Conte o que fez.

O quarto cigarro foi acendido e agora que seu sangue estava esfriando, Sanji achou que talvez tenha errado. Mirou Nami, como também todos os outros que estavam em silêncio esperando sua resposta. De repente ele estava constrangido.

Sentou-se na cadeira, sentindo o pesar de suas ações.

— Merda, merda!

— Você está tão ferrado… — Usopp disse pela primeira vez depois de chegar na cozinha.

Sanji lhe lançou um olhar mortal, esse que foi suficiente para o atirador mentiroso esconder-se atrás de seu capitão.

— Estou esperando, Sanji — A ruiva disse gélida, fazendo o cozinheiro se arrepiar da cabeça aos pés. Nami era assustadora.

— Eu… Eu fiz… Merda, uma garota tropeçou e caiu por cima de mim quando eu e o marimo saímos para fazer compras. Os peitos dela literalmente esmagaram meu rosto, e então tive um sangramento nasal. Eu juro que foi só isso que aconteceu, mas quando Zoro chegou, achou que eu estava me aproveitando.

— Mas você estava? — Robin perguntou diretamente.

— O que? Claro que não, Robinzita, eu só a ajudei a levantar.

A ruiva, que até então apenas ouvia, voltou a falar:

— É, realmente não foi nada, mas tenho certeza que não está contando tudo.

Em outro contexto, Sanji ficaria com “com corações nos olhos” pela perspicácia de sua companheira, que naquele momento demonstrava conhecê-lo muito bem, contudo, na situação que se encontrava, o loiro só conseguia ficar apavorado com a pose ameaçadora daquela mulher.

— Não é de hoje que o marimo reclama do meu cavalheirismo exagerado, então…

— Então? — Franky perguntou.

Obrigado, Cazuza!Onde histórias criam vida. Descubra agora