Era um sábado quente e Iceburg havia alertado Sanji de que Zoro não estava indo bem nas matérias. Mesmo a seu contragosto, o sobrancelha enrolada aceitou dar aula para o delinquente e havia o levado para a biblioteca de sua universidade. Zoro notou que a biblioteca tomava um andar inteiro, por dentro havia outro andar e os livros ficavam enfileirados em estantes de aço. Assim que entrou sentiu aquele típico cheiro de livro e a luminosidade era mais das lâmpadas de led do que da luz natural vinda das janelas (que por acaso se mantinham fechadas devido ao ar condicionado). Eram poucas as pessoas que estavam no cômodo e havia barulho nenhum.
Sanji deu uma olhada ao seu redor e se sentou numa mesa. — Venha! — Disse bem baixo para não incomodar ninguém.
Zoro se apressou e assim que se sentou, tirou todos os seus livros e cadernos de sua mochila. O loiro deu um longo suspiro por ver aquele amontoado de coisas sobre a mesa e quis voltar no tempo para dizer a Iceburg que era incapaz de lecionar. Iria desperdiçar seu sábado, que poderia muito bem ser um dia de encontro com uma gatinha. Passaram alguns minutos e Sanji já estava brigando com Zoro, o chamando de burro e marimo de merda, a bibliotecária foi até a mesa pedir por silêncio. Era uma moça com óculos de armação redonda, seus cabelos eram curtos e enrolados de cor laranja, era também muito tímida. O cozinheiro ficou quieto na hora porque a achou uma bela jovem e o garoto ao seu lado revirou os olhos.
— Dessa vez você acertou tudo. — Disse um pouco assustado depois de averiguar as respostas.
— É porque são de marcar X.
Sanji piscou os olhos ainda não compreendendo o que o esverdeado queria dizer. — Você não sabe qual é a certa e só chuta?
— Isso mesmo. — Respondeu sem ânimo, queria que aquela conversa não se estendesse tanto. — Meus chutes sempre acertam.
O mais velho puxava alguns pêlos de sua barbicha, enquanto analisava o que ouviu. — Está me dizendo que se a prova fosse toda objetiva, você acertaria todas?
— Nem todas, porque a escola desconfiaria de mim e por isso erro algumas. — Disse, encarando o cenho enrugado de Sanji.
— Marimo, isso é sorte?!
Zoro riu. — Eu não sei, eu sofri um acidente feio quando era mais novo e consegui sobreviver talvez por causa dela. Mas essa sorte não funciona pra muitas coisas como jogar na loteria. Eu já testei e nunca consegui.
— Interessante. — Levantou-se da cadeira. — Vamos dar uma volta no campus e te pago um lanche na lanchonete daqui. Já estudamos o suficiente quando lembramos que estamos nesse lugar desde manhã.
— Ok.
Depois de Zoro juntar suas coisas com a ajuda de Sanji, eles saíram da biblioteca. Porém, aquele clima de paz continuava sobre os dois que naquele momento passavam por um corredor a céu aberto. O campus imenso era muito aconchegante e convidativo quando não havia canteiros impedindo seu acesso à grama. Algumas pessoas ficavam recostadas em troncos de árvores, enquanto liam algum livro e o tempo parecia passar devagar. Ao passar pelo lago, Zoro ficou surpreso que naquele momento estava sendo tomado por cachorros. Não sabia que podia levar animais para aquele lugar e que eles pudessem tomar banho no lago, os donos faziam piqueniques sobre a relva sem o calor de mais cedo. Era mesmo um lugar para descansar a mente e ainda, ao fundo, as cigarras cantavam mostrando que o final do dia chegava junto com o verão. Isso fazia com que a mente ficasse mais ainda entorpecida.
Chegaram na lanchonete e Sanji perguntou o que ele queria. Zoro respondeu que queria cerveja.
— Aqui não vende essas coisas. — Resmungou para o menor. — Me vê duas latas de coca-cola e... O que quer comer marimo?
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Rangerrr
RomansaApesar de não precisar ir mais para Gol D. Roger, a fim de ser o terapeuta de um certo aluno rebelde, Sanji ainda precisava ficar de olho em Roronoa Zoro. SanZo