cantoria

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 Era uma tarde levemente fria no estado do Rio Grande do Sul, final de inverno sempre apresentava um tempo agradável e fresco na terra gaúcha do amado país, Brasil.

 Com esse tempo muitos casais aproveitavam para ter momentos mais românticos e sossegados, se aconchegando nos corpos de seus parceiros e apenas aproveitando a companhia querida.

 E claro que com o próprio estado não seria diferente…

 Já se passava das cinco daquele dia, o sol já dava indícios de querer se pôr para a lua assumir seu papel de iluminar a noite, o casarão pertencente a Rio Grande do Sul estava praticamente vazio e silencioso, tirando pelos dois homens deitados agarradinhos na rede da varanda, observando o pôr do sol no sítio do loiro. A cuia do chimarrão repousava em uma pequena mesinha próxima, já vazia pela segunda vez desde que começaram as carícias.

 O paranaense se mexeu um pouco sobre o peito do outro sulista, subindo no corpo robusto até alcançar os lábios rosados, e levemente escondidos pela barba, e depositar alguns selinhos na boca deste, qual tinha um gostinho de erva no momento, assim como a sua.

— Ê guri, tá carente é? — Sul provocou, segurando a cintura do moreno e deixando ele ali, bem coladinho com si.

— Não tanto quanto você, chupa mate. — Devolveu a provocação, sorrindo convencido antes de morder a bochecha do loiro, que protestou com um gemido dolorido, mas não fez menção de se mexer.

— Você sabe muito bem o que eu chupo, paixão… — Aproveitou a proximidade do moreno e sussurrou em seu ouvido, assistindo o mesmo corar instantaneamente com o comentário. 

— Tanso… — Murmurou e escondeu o rosto quente no pescoço do maior, mordendo ali só de birra.

— Paixão… Não começa… — Alertou, apertando a cintura fina e ouvindo uma risada arteira do menor.

— Tá tá, eu em… — Voltou a ficar quieto, aproveitando o carinho que o gaúcho começou em suas costas, suspirando relaxado pelo clima tão gostosinho que começou a se instalar ali.

 Paraná estava imensamente feliz de poder ficar assim com Rio Grande do Sul agora, só de pensar o tanto que adiaram declarar seus sentimentos, o tanto que demoraram para poderem finalmente se tocar sem receios, sem medo da rejeição… Estar daquele jeito era uma vitória para os dois sulistas, que a tanto tempo queriam aproveitar aquele calor com o amado.

 Foi com esses pensamentos que Sul acabou tendo uma ideia, ele também estava com o mesmo sentimento que o moreno naquele momento, podia sentir isso de alguma forma, e, querendo trazer um outro clima, aproveitando os últimos raios de sol daquela tarde, o gaúcho resolveu soltar sua voz…

— Quando eu digo que deixei de te amar, é porque eu te amo… — O loiro começou, atraindo a atenção do paranaense, que dificilmente escutava o maior cantar. — 

Quando eu digo que não quero mais você, é porque eu te quero… — A voz levemente rouca estranhamente combinava perfeitamente com a música antiga. 

— Que isso guri? — o moreno questionou, meio risonho, enquanto encarava o outro sulista, que apenas selou seus lábios com o indicador.

— Eu tenho medo de te dar meu coração

E confessar que eu estou em tuas mãos

Mas não posso imaginar, o que vai ser de mim, se eu te perder um dia. — Segurou o rosto de Paraná, selando seus lábios com cuidado. — Eu me afasto e me defendo de você, mas depois me entrego

Faço tipo, falo coisas que eu não sou, mas depois eu nego. — O loiro fez um mini teatrinho enquanto cantava essa parte, se entregando para a música e causando leves risadas em seu parceiro. — Mas a verdade

Evidências-SulnaráOnde histórias criam vida. Descubra agora