8 - beijos, beijos, beijos

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Jimin's view.

-E, tchan tchan tchan! - a sonoplastia amadora me deixava cada vez mais animado. -Ele era o irmão da Sid. - contei, vendo a expressão surpresa de JungKook.

-O que? Mas como?

-A mãe dela viveu. - dei de ombros, rindo alto. -O Ghostface era o diretor do filme, que queria se vingar da mãe morte por ela não ter cuidado dele. E ele é tão maluquinho que se vingou da Sid por ela ter tido a vida que ele queria.

-Que filho da puta.

-Hm, um pouco. - murmurei, rindo mais.

Depois de devorarmos a pizza inteira, JungKook parecia mais tranquilo, e consequentemente eu me senti mais calmo. Conforme o primeiro filme de Pânico nos entreteve, eu contava as cenas de morte e prestava atenção em Jeon, esperando sua reação a cada uma.

Ele ria comigo, ficava inconformado e sempre comentava algo que me deixava cada vez mais empolgado. Ele estava curtindo, e isso significava muito.

-Ok, ai ele foi preso, então? Porque a Sid sobrevive até a um tiro na testa.

-Ele atira na Sid, mas ela estava usando um colete a prova de balas. Ele se distrai, e ela pega um picotador de gelo e se esconde. Depois liga pra ele e BAM! - exclamei alto. -Ela esfaqueia o Roman nas costas, e picota ele todinho.

-Que escrota, pelas costas?! - disparou.

-É... - assenti. -Bom, depois tem todo aquele drama de final girl.

-Hm... Não parece muito ruim.

-Eu sou ótimo contando, o filme é terrível. - ri alto.

-Ok. Eu acredito. - riu soprado. -Mas afinal, a Gale e o Dewey?

-Oh, claro. - lembrei. -Ele pede ela em casamento no final. É basicamente como termina o filme.

-Hm, vale a pena o final.

-Deve ser a melhor cena do filme. - comentei, bebendo um pouco mais do refrigerante.

-Quer mais refri? - perguntou, e eu assenti, o vendo se levantar com os nossos copos. -Vamos assistir ao quarto filme agora? - perguntou.

-Preparado? - perguntei sorridente, enquanto buscava o filme no computador.

-Claro que sim. - respondeu convencido.

Quando voltou, repousou as bebidas na mesinha, tomando seu lugar do meu lado. Porém, mais perto que antes. Em algum momento naquela noite, nossos ombros se encostaram, e ficamos assim por longas horas.

Agora, JungKook tinha o cotovelo no sofá, quase como se quisesse o passar por meus ombros. Eu sorri, quase incapaz de não sorrir. Me ajeitei melhor do seu lado, dando play no filme e respirando fundo.

O início do filme era o tradicional primeiro ataque do Ghostface. E em algum momento, meus olhos rolaram pelo apartamento. Pela primeira vez, me permiti olhar.

Era um lugar aconchegante e bem arrumado. O sofá era vinho, tinha carpete no chão, janelas largas e definitivamente era um lugar pequeno. O suficiente para uma pessoa. Era bonito.

Porém...

-Você não tem fotos de família? - perguntei automaticamente.

No mesmo instante, senti JungKook retesar, então o encarei preocupado. Ele parecia tenso.

-Eu... Eu cresci num orfanato. - respondeu, a voz baixa e apreensiva contrastava com os gritos que vinham do filme.

Orfanato... Oh.

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