Capitulo 6

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Aemond

O ambiente estava em altas conversas e já estávamos todos degustando da sobremesa, como se fôssemos realmente uma família unida. Eu apenas me mantive em silêncio e apenas falava quando era direcionado a mim o assunto. Apenas tentei comer, mesmo que eu não me sentisse com apetite, o incômodo em meu peito estava lá, assim como meu nariz estava irritado.

Maron Martel era realmente educado, uma pessoa que se portava com elegância e sexualidade, seja lá o que ele dissesse ou fizesse, parecia ser encantador.

Eu estava me sentindo inferior pra cacete.

— Vocês se deram bem desde o começo? — perguntou minha mãe, Alicent, parecia como se estivesse esbanjando veneno pelos lábios. — Acredito que ouvi muitos sobre os feitos de vocês e como vocês se ajudavam constantemente. Vocês se ajudavam nos cios?

A conversa parou e o silêncio recaiu sob a mesa, junto com o incômodo no ar e, claro, o desconforto. Eu me mantive de cabeça baixa, quase querendo chorar.

Normalmente eu sentia isso apenas quando estava sozinho em meu quarto. O cio era um tópico sensível para mim, afinal todos os meus cios eu passei trancado e esperando por ele, Lucerys.

Sua indiferença me feriu, mesmo que não houvesse o porquê, pois naturalmente alfas poderiam buscar betas para os cios, nosso noivado não o impedia disso.

Mas se foi com o príncipe Dornese, isso realmente me deixou inferior e irritado ao extremo.

— Lucerys é um cavalheiro e de boa educação — disse Maron amigável, mesmo com a cabeça abaixada, eu tinha a certeza que ele sorria. — Apesar de termos brigado algumas vezes, nossa relação de amigos se tornou boa o bastante. Fico feliz que ele retornou para casa em segurança e desejo que seu casamento seja feliz e repleto de bençãos.

Isso pareceu ser o fim das perguntas de Alicent, e eu sabia que ela iria ao meu quarto, me dizer que era besteira eu querer casar ainda com aquele alfa bastardo e blá blá blá.

Deuses tenham misericórdia de mim, por favor.

O fim do banquete se foi e aos poucos começaram a querer se retirar para seus próprios aposentos. Eu fui o primeiro a sair da mesa e me despedir de todos, sem coragem para encarar Lucerys e aquele príncipe tão radiante, juntos por mais tempo.

Como eu tinha razão, minha mãe realmente foi atrás de mim no fim do banquete, primeiramente ela sorriu ao adentrar e trouxe um pouco de creme de chocolate, como se isso fosse fazer eu me esquecer do tapa.

Eu já estava acostumado e apenas aceitei, sabendo que não desceria bem esse creme, tampouco a conversa.

— Você vai romper seu noivado com esse bastardo — disse minha mãe de repente, me fazendo encarar-lhe, cansado de tudo. — Já estou vendo um novo casamento, se você fugir e se casar, tudo ficará bem depois.

— Mãe... — comecei por dizer cansado, não sabendo como explicar o básico a ela, o básico sobre mim mesmo e meu gênero. — Você sabe que não consigo ser marcado...

— Bobagem, vou arranjar um marido para você antes dessa cerimônia estragar sua vida. — disse Alicent sorrindo, como se estivesse fazendo a melhor das coisas para mim. — Basta ser marcado por outro e casar, não estrague tudo, aquele bastardo já tem o príncipe Dornese na cama, é óbvio que não precisaria de você, mesmo casando consigo.

— Eles não devem fazer isso....— eu disse confuso e magoado, me encolhendo, me sentindo diminuído. Alicent riu e revirou os olhos com a minha ingenuidade. — Ele... Ele é o príncipe de Dorne, afinal.

— Você acha que lá é como aqui, moleque? — perguntou minha mãe realmente possessa e eu me senti ainda mais intimidade com sua aproximadade. — Não importa o que ele é, lá todos são uns depravados! Não vou permitir que você seja mais um nas mãos daquele bastardo. Já fique avisado, você não casa com ele!

Meu Ômega Lúpus - LucemondOnde histórias criam vida. Descubra agora