Capítulo 2

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Acordo assustada com alguém me balançando, parecia até que estava tendo um incêndio, meu Deus que sono, nem parece que dormi direito.

Maya: Aconteceu algo? – Olho para ela que mantem o mesmo sorriso de sempre.

Raissa: Ótima notícia, acharam seu telefone e sua carteira, mas as malas ainda não.

Maya: Está ótimo, vou correr e comprar alguma roupa para mim usar, não que as suas não sejam boas, mas gosto de usar roupas sociais.

Raissa: Então péssima notícias, já são 08:20.

Maya: Ai meu Deus, dormi demais né? – Ela balança a cabeça concordando. – Você me dá duas caronas? Preciso ir no aeroporto pegar meu telefone e depois para a empresa.

Raissa: Posso te dar uma carona, mas a outra você terá que dirigir sozinha, eu pego serviço as 09:00, meu chefe não me deixa sair sem motivos importantes.

Maya: Tudo bem, agora vamos.

Levanto da cama, coloco as roupas que Raissa me emprestou, uma calça jeans desbotada e uma blusa nude, nos pés estou com um ténis preto, nunca fui assim para uma entrevista, muito menos trabalhar, entendo que ela não tem condições, mas isso vai mudar, deixa apenas eu recuperar minhas coisas.

Saio do quarto e a vejo arrumada, ela está segurando dois copos de café, me entrega um e sai pela porta da frente, bebo um pouco do meu café e a acompanho, chegamos no carro ela entra e abre a porta pra mim, logo dá a partida.

Não demoramos nem 10 minutos, ela mora bem perto da companhia, corro atras dela, quando chegamos no guichê onde ela fica, vejo meus pertences em cima do balcão, pego todos correndo.

Raissa: Toma a chave, cuidado as vezes ele para de funcionar, é só ter paciência. – Pego a chave e lhe dou um abraço.

Ligo meu telefone e tem 20 ligações perdidas, muitas mensagens e uma delas é da moça do RH, coloco meu celular no modo GPS e sigo até a empresa. Ela fica em outro bairro, bom onde eu vou morar, é perto de casa.

Chego na empresa, já consigo ver a cara de todos para mim, com certo ar de deboche, pelo carro, entro no estacionamento e nem presto atenção em certos comentários, desço do carro e corro para o elevador, quando ia clicar no andar do RH senti uma mão bem forte me puxando.

Segurança: Olá mocinha, onde pensa que está indo?

Maya: Olá, me chamo Maya Tavares sou a nova Arquiteta, pode perguntar para Susan eu vim ver ela. – Ele me olha com certa desconfiança.

Segurança: Me acompanhe vou te levar até ela.

Ele foi na frente e eu continuei andando atrás dele, todos me olhavam, com certeza era pelas minhas roupas, se eles soubessem o que me aconteceu. Subimos pelas escadas, chegando no 6º andar, vejo uma moça me esperando, assim que ela me vê faz uma cara de desaprovação.

Segurança: Bom dia Susan! Essa mocinha diz que você a está esperando.

Susan: Bom dia Roy! Estou sim, pode deixar ela comigo.

Ele sai me deixando com a mulher inconformada a minha frente, não parece nada satisfeita, mas abre um sorriso pra mim. Sinto um misto de emoções, enjoo e uma enorme vontade de me esconder.

Susan: Bom dia Sra. Tavares, lembro de ter dito que precisava vir apresentável.

Maya: E esse era meu foco, mas perdi minhas malas no aeroporto, conseguiram achar apenas meus pertences pessoais, mas não deu tempo de comprar nada.

Susan: Tudo bem! Eu não sou a responsável pelo RH, sou a secretaria da Sr. Fernanda, me acompanhe.

Sigo Susan até a sala do RH é um andar acima, ela bate na porta e escutamos uma voz fina no fundo, ela abriu a porta e me empurrou pra dentro, a mulher a minha frente nem se quer olhou nos meus olhos, estava focada no computador, quando sentiu minha presença levantou os olhos na mina direção.

Fernanda: Meu Deus, de onde você saiu? Que roupas horríveis, como deseja trabalhar aqui vestida assim? – Ela me olha de cima a baixo.

Maya: Tive um pequeno imprevisto, perdi minha mala no aeroporto e não consegui roupas melhores, a minha amiga não é muito ligada a moda...

Fernanda: Você acha que com essas roupas irá trabalhar aqui? – Ela ri da minha cara.

Maya: Olha desculpa Sra. Fernanda, mas...

Paloma: Fernanda, preciso desses relatórios... – A moça que entrou me olhou bem atentamente. – Desculpa não sabia que estava atendendo alguém.

Fernanda: Paloma olha para essa moça, ela disse que é a nova Arquiteta.

Paloma: Pensei que fosse mais um sem teto pedindo uma casa. – As duas agora riem alto e se juntam para falar mais coisas sobre minhas roupas.

Maya: Não posso trabalhar em um lugar onde as pessoas não sabem tratar as outras com empatia, com licença.

Sai da sala limpando minhas lagrimas, nem olhei por onde estava indo, passei por Susan, escutando ela me chamar, estava vindo atras de mim, na mesma medida que eu andava de pressa, dei mais um passo e acabei trombando com uma parede de músculos, tento me segurar, mas apenas caio de bunda no chão.

Olho para cima, não conseguia enxergar quem estava a minha frente, meus olhos estavam embaçados por causa das lagrimas, mas consigo ver quando ele me estende a mão para me ajudar a levantar, empurro sua mão e saio correndo até o elevador, não queria ficar aqui nem mais um minuto.

CEO ARROGANTE E A ARQUITETAOnde histórias criam vida. Descubra agora