encontro na favela;

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Pactw era o homem mais bonito daquela ilha e Fit nunca deixaria de achar aquilo.

Fazia alguns poucos meses que os moradores da ilha havia recebido a notícia de que alguém estava chegando, e de primeira todos pensaram que aqueles poderiam serem os seus salvadores, as pessoas que os tirariam dali e o levariam para casa, mas então eles perceberam que não fazia sentido algum pessoas estarem vindo o resgatar, e então assumiram que quem quer que estivesse chegando na ilha era puro perigo. Mas quando os brasileiros chegaram, todos os amaram. A energia que eles carregavam consigo era de se invejar. Tão brilhantes, tão geniais, tão lindos e esperançosos. E era disso que aquela ilha estava precisando no momento, esperança.

E quando os brasileiros chegaram na ilha, Fit sentiu perder o seu ar quando viu um homem de belos olhos pretos aparecer e sorrir meigo para ele. Aquela foi a primeira vez que ele ficou tão interessado em alguém.

Naquele dia, uma boa parte dos moradores da ilha haviam decidido beber juntos e acabaram caindo no assunto dos novos moradores.

— E aí, o que vocês acharam dos brasileiros? — Quackity perguntou enquanto se despojava no sofá da Terapia de Roier.

— Eles são lindos — Mariana falou baixinho e Slime também concordou. — Pena que são atrapalhados.

— Eu acho que vamos nos dar bem com eles, muito bem. — Bad riu enquanto virava uma garrafa de bebida. Quem havia o deixado beber?

Na época, Fit não comentou sobre as suas expectativas em relação aos brasileiros e muito menos se aproximou deles, não até ter certeza de que eles não eram um perigo para as crianças. Mas, de alguma forma, a imagem daquele cara bonito com olhos assustadores ficou presa em sua mente.

Pactw era lindo, e todos sabiam disso.

Por meses ele pensou em como poderia ficar mais próximo dos brasileiros, ele pensou no que fazer para conhecer mais sobre aquele cara de olhos pretos. Mesmo que uma relação surgisse gradativamente, ele sentia urgência, uma urgência incompreensível crescente em seu peito. Quando a sua relação cresceu com os brasileiros, Fit notou que a urgência não era o seu apito de ex combatente lhe avisando de um possível perigo, mas sim uma curiosidade que sempre recaía em Pac, o tão bonito e perigoso Pactw.

O que aquele homem tinha de tão especial, afinal?

O que o cérebro conturbado de Fit havia visto naquela homem para ficar tão obcecado? Pactw era um cientista e claramente era um perigo ambulante, mas ele não parecia com alguém que destruiria todos ali, seu sorriso simpático, suas joias brilhantes, suas roupas coladas e atrativas.

O que ele havia visto?

Fit suspirou e voltou à terra quando ouviu um trovão ressoar e estremecer tudo em sua Academia. Estava um final de tarde tenebroso, desde cedo não parava de chover e parecia que não pararia tão cedo assim. A cada minuto passado, o céu conseguia ganhar uma coloração mais e mais escura. Pactw estava ausente há exatos quatro dias, ele havia dito em meio a um de seus monólogos que se ausentaria para estudar um tipo de vírus raro encontrado na ilha e como ele se comportava diante a alguma coisa que Fit não entendia sobre e não conseguia lembrar bem o que era, e isso era um problema, porque ele nunca conseguia prestar atenção nas coisas que Pac murmurava. As palavras bonitas que saíam daquela boca enrolavam o seu cérebro, e então ele fazia questão de enrolar o cérebro de Pac com seus beijos e carinhos lentos.

— Pai, vamos pra casa? — Ramón perguntou sonolento e coçou os seus olhos.

Ele haviam ido pra academia quando a chuva piorou, e agora haviam ficado presos porque queriam ir andando mas a chuva não dava trégua.

encontro às cegas; fittwOnde histórias criam vida. Descubra agora