(REVISÃO) (PARADA)
Park Jimin nasceu e foi criado em South Los Angeles, um subúrbio periférico na Califórnia, aos dezessete anos ele está no último ano do ensino médio, retornando para sua cidade natal após passar os longos meses das férias de novem...
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Instituto Escolar Fierfild, 10:16 AM
— Chapeuzinho vermelho? A gente tá o que, na quinta série? — Jackson comentou, achando engraçado a professora de teatro escolher tal tema para a peça do mês que vem.
Todo ano a Fierfild organizava um grande evento beneficente junto com a igreja local, arrecadavam dinheiro e roupas para as pessoas em situações de rua, e induziram a quantia necessária para alguns orfanatos abandonados pela prefeitura e deixados à mercê da própria sorte.
Os alunos criavam barraquinhas de todos os tipos, sejam de comida ou até mesmo de jogos comunitários que serviam de distração para quem quisesse ir até lá e conhecer o projeto.
A peça de teatro era uma das atrações principais, assim como competições de corrida ou campeonatos de futebol e vôlei.
A coordenação achava importante manter o bom espírito esportivo entre aqueles estudantes, queria que terminassem a escola e tivessem milhares de oportunidades para decolarem na carreira, muito embora a maioria ao menos chegava na formatura, abandonando um caminho de sucesso, para uma vida arriscada e sem volta do tráfico.
Desde muito tempo que a cidade de Compton era alvo de comentários negativos perante a forma perigosa que os moradores viviam, não que fosse escolha deles, certas coisas simplesmente não tinha como evitar restando em rostos contorcidos, uma conformação contrariada.
Jimin havia nascido naquele bairro de ruas extensas e feita de tijolinhos amarelados pelo tempo, de vez em nunca a prefeitura municipal mandava pedreiros para reformarem as calçadas esburacadas, consertarem os demais postes de luz que deixavam todos os quarteirões de South LA num breu completo, pondo em risco quem quer que estivesse desprotegido na rua escura.
Sua infância foi recheada de janelas sendo quebradas por bolas, vizinhas fofoqueiras que implicavam constantemente com qualquer criança que estivesse por perto ou de prédios vizinhos que desciam para brincarem.
Se recordava de ser uma rua calma comparada as outras, passava os fins de tarde das quintas-feiras lambuzado de lama no parquinho maltratado da caixa prego, adorava construir castelo de barro com os melhores amigos e o irmão, recebendo uma bronca da mãe sempre que voltava sujo, espalhando lama por toda a casa.
Metade daquelas lembranças boas incluíam a figura ainda presente de seu pai, ele o acompanhava nas brincadeiras e o fazia dormir contando histórias incríveis pra uma criança de seis anos.
Pensar que um dia sua família já havia sido feliz chegava a ser surreal, como se aquilo que viveu não passasse de um cenário ilusório criado por sua mente para que a realidade deprimente não viesse à tona.
Será que sua mãe já foi tão apaixonada e gentil? Será que seu pai tinha compromissos a resolver e na verdade não queria abandonar os filhos, mas alguma coisa o fez ter que fazer isso?
