Abner Lucca
Sai de lá indo em direção ao quarto que ele falou. Cada passo que eu dava parece que meus pés ficavam mais pesados, a tudo ao redor parecia que ia se distanciando e eu não conseguia imaginar o que iria encontrar.
Abri a porta do quarto com um chute. Eu sempre fui um homem muito frio, as coisas não me atingiam de nenhuma forma, mas ver um filha da puta encima da Lavínia tocando ela com as mãos que eu vou ter um prazer infeliz em arrancar lentamente, acabou com todo meu psicológico. Ele pulou de cima dela e antes que ele pegasse a arma já disparei contra o braço dele que e dei mais dois tiros, um em casa joelho fazendo ele cair no chão gritando.
Tirei minha blusa, desamarrei ela que chorava baixinho.
- amor, sou eu.. passou..- eu senti meu coração doer tanto que era melhor ter levado um tiro. Queria poder tirar todos os machucados dela e colocar em mim, queria pegar ela e proteger do mundo. Ela tava toda machucada, com marcas pelo pulso, pernas e pescoço.. eu vou acabar com quem ousou encostar nela desse jeito.
Coloquei minha blusa nela e peguei ela no colo, no corredor encontrei com o MT que ficou imóvel quando viu ela.
- quero aquele que tá no quarto.- disse frio e passei por ele. Ela não dizia nada, apenas segurava em mim chorando.
Falhei, miseravelmente eu falhei.
Parecia que tudo ao redor tinha paralisado, era só eu e ela colada no meu colo chorando baixinho molhando meu peito com suas lágrimas quentes. A sensação de impotência, de invalidez, incapacidade.
O maior castigo da minha vida é ver ela nesse estado, ela não merecia pagar pela porra dos meus erros.
Lavínia Brandão.
Três dias depois.
Estou no hospital ainda, por mais que o ato de fato não tenha sido consumido com o infeliz que me tocou, eu acabei machucando meu rosto e ainda fraturei duas costelas.
Meu pai não sai do meu lado, só sou atendida por médicas e enfermeiras, tem seguranças mas é só na parte de fora do quarto e do elevador. Até agora só tive contato com minha mãe, Catarina e meu pai.
Optei por não querer ver o Abner, não consigo olhar nenhum outro homem e sentir o desespero... fora que eu me sinto suja e envergonhada de está na frente de outras pessoas.
Já cheguei a me questionar se não foi pela minha roupa, pela forma que eu dancei, se em algum momento me comportei como se quisesse isso.. eu não lembro. Aquela noite se tornou um borrão na minha cabeça.
- você tem que comer..- minha mãe falava. Neguei com a cabeça olhando fixamente pra porta.
- estou sem fome..- murmurei.
- meu bebê.. você tem que comer, minha menina.- segurou meu rosto.
- quero ir embora daqui mãe.- disse sentindo as lágrimas banharem meu rosto.
- estamos esperando você receber alta amor.- minha mãe dizia segurando minha mão.
- não.. do Brasil.- chorei baixinho.
- ô minha pequena, seu pai tá resolvendo justamente isso. Mas pra você sair daqui temos que resolver umas coisas.- funguei e olhei pra ela.
- mãe..- choraminguei.-
- confia nos seus papais ? - confirmei chorando.- descansa.
Quando me arrumei pra dormir ouvi baterem na porta, minha mãe mandou entrar e então pude ver primeiro um buquê enorme de flores vermelhas e por trás delas, o Abner! Até me assustei, apesar de atingir em cheio o meu coração, minha mente me deixava bem ciente da última vez que o vi.. do que ele me disse.
Olhei pra minha mãe que me olhava ansiosa, neguei com a cabeça e virei o rosto olhando pra parede sentindo as lágrimas ganharem meu rosto.
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Intensa
RomanceVai, amor, então fala que tu é minha Vamos admitir que nós combina' Nós dois junto' é fogo e gasolina Tu gostou da minha pegada de cria. Após passar uma vida inteira presa por ser filha de um dos maiores advogados do país, ela decide fazer sua facul...