Olivia Alamilla e Pedri Gonzalez são amigos desde crianças. E mesmo com Pedri sendo jogador de um dos maiores times do mundo, os dois nunca conseguiram se desgrudar. Mas a amizade começa a ser abalada, quando Pablo Gavi, melhor amigo de Pedri, demon...
Não sei dizer exatamente em que momento da festa as coisas saíram do controle. Mas foi em algum ponto entre a morte de Love Quinn e o Ferran começar a chorar.
- A minha ex adorava essa série... - ele chorava e soluçava, tão desolado que me encheu de pena.
- Ei hermano, vai ficar tudo bem... - Balde tentou consolá-lo - Você vai achar coisa melhor.
- Mas eu quero ela!
E desatou a chorar mais ainda.
- Desculpa... Desculpa, Olivia...
- Tá tudo bem, Ferran... - Era doloroso ver um homem tao talentoso como ele destruído por amor - Eu entendo como é.
- Você já foi largada também?
Meus olhos inconscientemente viajaram até Pedri, mas eu rapidamente desviei o olhar de volta.
- O que nunca começa, nunca acaba. Esse é o meu lema.
Ferran ficou silencioso por alguns segundos, até me responder:
- Que merda de lema.
Não posso explicar o que aconteceu então. Nós começamos a rir, as lágrimas ainda caíam pelo rosto dele mas Ferran Torres estava gargalhando.
Até que ele simplesmente soltou toda a bebida que havia tomado. Passado nosso susto, Pedri levantou na hora e o levou até o banheiro, os dois andando abraçados de uma forma fofa e engraçada.
- Gavi, você faz companhia pra ela um pouco? - Balde perguntou, o rosto verde e enjoado - Eu acho que vou lá no banheiro também..
- De boa, cara.
Então, Gavi e eu ficamos sozinhos, mas eu já estava relativamente bêbada pra ficar nervosa com isso.
- Nós só viemos a essa festa pra apoiar o Ferran - ele explicou - Ele tava muito pra baixo com o término.
- Isso foi muito legal da parte de vocês.
- Todo mundo já passou por decepções amorosas. Mas ele já tava noivo e ela cancelou tudo. No lugar dele, eu já teria me jogado da ponte.
- É melhor ficarem de olho no Ferran por um tempo. Tenho certeza que essa ideia deve ter passado pela cabeça dele.
- Mas e você?
A pergunta subitamente íntima me pegou de surpresa, quase me fazendo engasgar com a cerveja.
- Eu o que?
- "O que nunca começa, nunca acaba". Parece a frase de alguém que tem medo de se relacionar.
- Me conheceu hoje e já quer me analisar?
- Eu analiso todo mundo, não se sinta especial.
- E o que descobriu? Além do meu medo de relacionamentos.
- Essa não é a primeira vez que você bebe, mas é a primeira vez que bebe num lugar como esse.
- Como você-
- Sei ler as pessoas. Você parece perdida aqui. Mas isso não é uma coisa ruim. Uma garota que mora sozinha numa cidade grande como essa? Poucos seriam tão recatados.
- O quanto o Pedri falou sobre mim?
- Nada. Ele só me contou da sua existência hoje, mas sem muitos detalhes. Deve ser por isso que tive tanto prazer em lhe decifrar. Posso continuar?
- É claro.
Inclinei meu tronco para ele, aproximando nossos corpos inconscientemente.
- Pela forma como você fala, posso apostar que faz alguma faculdade de artes, ou no mínimo, alguma de humanas.
- Cinema.
Ele sorriu, feliz por ter acertado.
- Impressionante. Faz ainda mais sentido você gostar tanto de falar sobre séries.
- Eu poderia falar sobre isso o dia todo e não cansar. O Pedri é o pobre coitado que me aguenta.
- Talvez ele se sinta assim, mas é difícil de acreditar. Você é agradável de se ouvir falar.
Fiquei vermelha como um tomate, sentindo minhas bochechas queimarem. Gavi apenas deu uma risadinha e sentou ainda mais perto de mim.
- Mas tem uma coisa sobre você que eu ainda não decifrei.
- O que?
- O Pedri... É amigo ou namorado?
Por toda a minha vida, desde que eu conheci Pedri González, as pessoas me fizeram essa pergunta. Já perdi as contas de quantas vezes meus próprios pais a fizeram. É que vocês parecem um casal, é o que todo mundo dizia. E eu disfarçava e negava com um sorriso tímido e pouco convincente.
Mas quando Pablo Gavi se inclinou na minha direção, olhando diretamente nos meus olhos enquanto eu podia sentir a sua respiração no meu rosto, pela primeira vez, eu não tinha dúvidas do que responder.
- Ele é só um amigo.
- Bom saber.
E me beijou, tão lentamente que o tempo parecia ter parado. Talvez fosse a bebida ou talvez Gavi fosse um anjo enviado a Terra somente para me beijar, mas que beijo bom que era. Ele me puxou pela cintura e o beijo se intensificou, mas Gavi não tinha pressa. Ele aproveitava cada segundo pra me fazer derreter em sua boca enquanto seus dedos subiam graciosamente pelos meus braços, me arrepiando.
Quando nos separamos, nossos lábios ainda se encostavam, nossas respirações entrecortadas e os olhos que se encaravam embriagados.
- Eu prometi ao Pedri que não faria isso. Que não daria em cima de você.
- E porque quebrou sua promessa?
- Porque você é atraente demais para se ignorar, Olivia.
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