Temporada 01: Episódio 01 - A Mansão Harvey

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Anya desceu do seu antigo Chevette verde escuro e verificou se havia pego tudo o que precisava para realizar aquele trabalho.

- Óleo de unção, lanterna, pistola Glock de metal sagrado, pílula de nitrato consagrado, detector de presença sombria... Hum está faltando alguma coisa? Ah sim! Meu celular! - dizia ela, enquanto fazia o check list.

Após terminar esse processo, Anya ligou para um colega de trabalho, dizendo:

- Thomaz?! Aham, é a Anya! Eu cheguei... Mansão Harvey, finalmente! Bora investigar esse malsoleo... Tmj! Qualquer coisa, se eu não retornar em uma hora, venha atrás de mim, beleza? Falou e tchau! Beijo!

A seguir, Anya Tailor-Joy conferiu o alarme de seu carro e rumou para os portões arreganhados e enferrujados da antiga mansão abandonada. O lugar estava totalmente coberto pela vegetação rasteira, grama alta, árvores por toda parte, folhas secas ao chão e nenhuma lâmpada acesa. A detetive usava sua lanterna pra iluminar o caminho até o hall de entrada.

- Enfim estou aqui! Bora! - disse ela e abriu a porta principal, que rangeu, só pra variar.

O lugar era tão isolado e silencioso que o som da porta se abrindo ecoou pela mansão inteira, assustando alguns corvos e pombas. Anya começou a andar pelo hall, fazendo o som de suas pisadas ecoarem em cada passo, a deixando incomodada.

- Eu deveria ter vindo com um tênis e não uma bota! Mas fazer o que né? - disse ela e continuou andando, iluminando cada canto da mansão.

Desta maneira, Anya investigou diversos cômodos da mansão: a sala de estar, copa, sala de jantar, cozinha, todo o primeiro andar, e apenas viu móveis velhos e lençóis brancos cobertos por poeira e teias de aranha. Ela já estava ficando entediada, quando decidiu subir aos andares dos quartos. Lá a madeira do assoalho rangia mais do que a porta de entrada.

- Afe! Odeio casas velhas! Nem sei como eu entrei nesse ramo... - dizia ela, iluminando o caminho.

De repente, enquanto ela verificava um quarto de hóspedes, seu detector de presença sombria, que parecia um relógio de pulso, começou a apitar.

- Mais que raios! - disse ela, levando um breve susto. - Mas o que é? Aha! Temos uma presença que não de Deus nessa mansão... Está repreendido em Nome de Jesus! - gritou ela, esperando uma contra resposta.

Fez um silêncio sepulcral. O clima, que era frio, ficou mais gelado. Anya sentiu um calafrio e seu corpo tremeu repentinamente, sentindo-se paralisada. Num reflexo de sentidos, a detetive sacou um frasco e o jogou ao chão com violência, criando uma pequenina explosão de luz, que cegou-a por uns segundos. Todavia, a luz divina afugentou alguma coisa que estava atrás de Anya, que simplesmente soltou um berro de terror e sumiu na escuridão.

- Sai pra lá satanás! Em Nome de Jesus! - disse Anya, irritada.

Após isso, ela verificou no seu detector de presença sombria qual espécie de criatura era aquela:

- Hum claro! Um demônio de Nível 01, típico de casas assombradas! Mas não foi por isso que eu vim aqui... As histórias dessa região falam de uma criatura vampirica horripilante. Ah quando eu te encontrar... Vou te enviar pro Inferno que é o seu lugar!

Terminando o processo de verificação, Anya prosseguiu.

Depois de analisar todos os quartos e cômodos do primeiro e do segundo andar, Anya decidiu voltar ao térreo. Após visualizar um modelo 3D da mansão em seu aparelho de pulso, ela notou que havia uma imensa estrutura subterrânea, nos porões da propriedade. Por conseguinte, ela rumou até a porta do local desejado. Tudo estava coberto por vegetação, como plantas trepadeiras e galhos de árvores. Anya tentou abrir a porta com cuidado, mas ela estava tão velha que simplesmente despencou ao chão, criando uma nuvem de poeira.

- COF! COF! Mas que BENÇÃO! - reclamou Anya e desceu as escadas, usando sua lanterna.

O local era extremamente escuro e um pouco apertado. O cheiro também não era muito bom... A detetive desceu diversos degraus abaixo, até encontrar um corredor, qual parecia muito com galerias antigas de esgoto há muito abandonado. Ainda havia rastros de água parada, ratos e insetos.

- Eca! Odeio esgoto! - disse ela e apertou o passo.

Finalmente, ela encontrou uma porta no final do corredor, feita de uma madeira rara, com belíssimos adornos e detalhes artísticos, incluindo o grande H prateado da família Harvey. Anya tentou abri-la mas sem sucesso.

- Ah mas eu sempre estou preparada pra situações como essa! - ela abriu um pequeno estojo com itens e chaves e começou a trabalhar na fechadura da velha porta.

Depois de alguns minutos tentando, CLACK! A porta se abriu. Anya saltou de alegria e adentrou, deixando a mesma aberta.

- Mas que lugar é esse?!? - exclamou ela, percebendo que se tratava de uma imensa caverna, logo abaixo da mansão, protegida por pilastras metálicas e colunas de pedra muito antigas. Impressionada, Anya decidiu escanear toda a área, para mostrar aos seus amigos e, quem sabe, ganhar algum dinheiro extra.

- Imagina! Anya: a detetive Sobrenatural! Meu próprio reality show. Ah seria demais!

Ela avançou, embasbacada com o tamanho do lugar, até que algo a perturbou completamente: o som de uma porta se fechando com violência: BRRAAMMM! O barulho ecoou por cada gruta daquela imensa caverna, fazendo o sangue de Anya congelar. A primeira coisa que ela fez foi sair correndo e buscou um local, atrás de uma parede, para se esconder e colocar os pensamentos em ordem. Sacando sua pistola de metal sagrado, ela sussurrou:

- Mas o que foi isso?!? Mas que benção! BENÇÃO! O detector de presença sombria não sentiu nada... Então só pode ser um ser físico! Ou apenas o vento... Não sei! O detector de movimento não sentiu nada do tamanho de um ser humano... Ah isso tá esquisito! RAIOS!

Repentinamente, Anya sentiu um imenso calafrio e uma leve brisa, vinda de sua retaguarda. Velozmente, ela virou-se, com sua arma e lanterna apontadas, mas não havia nada.

- Tá repreendido em Nome de Jesus! - gritou ela, irritada, mas não teve contra resposta. - É o seguinte! Eu tô armada, seu babaca! Não tô afim de lidar com tarados hoje, falou!

- E quem disse que eu estou interessado nisso? - respondeu alguém, atrás dela.

- NÃO! - gritou ela e tentou se virar.

Contudo, quando ela pensou em fazer alguma coisa, Anya sentiu todo seu corpo paralisar, enquanto a criatura misteriosa a agarrava pelo pescoço com um dos braços, a imobilizando. Anya lutava pela sua vida, enquanto sentia os pés gelados e afastados do chão, por conta da altura do ser misterioso. Porém, assim que ela iria tentar revidar, sentiu como que uma agulha penetrando em sua coluna vertebral, sentindo uma angústia gigantesca.

- AAARRGGHH! NÃO! Seu... Covarde! - disse ela e desmaiou.

CONTINUA...

Anya - Detetive Sobrenatural (A Saga IMMORTAL)Onde histórias criam vida. Descubra agora