Twenty six

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SN POV

Acordei e ela ainda dormia, agora estávamos cobertas por um cobertor, quando dormi, apenas seu corpo me aquecia, que noite maravilhosa, eu não poderia esperar algo melhor. Levei minha mão e acariciei seu rosto, levei meus lábios mais próximos do seu e Ihe dei um selinho, não queria acordá-la, adorava vê-la dormir, parecia em paz, sem preocupação, antes tinha medo de começar algo com ela, agora estou com medo de tudo acabar, senti meus olhos queimarem, que droga, Sn, que droga.

Me aproximei dela e grudei meu corpo no seu, me sentia segura, quando fiz isso, ela me envolveu em seus braços e colocou seu rosto no meu pescoço.

- Bom dia, S/a. - ela falou com a voz rouca e a vontade de chorar passou quando a ouvi.

- Bom dia, Bills. - beijei o topo de sua cabeça e afaguei seus cabelos. - Não queria te acordar, desculpa.

- Pode me acordar todos os dias assim.
- ela levantou o rosto e me deu um selinho, suspirei após ela colocar o rosto novamente o rosto no meu pescoço.

- O que tanto pensava? - acho que ela percebeu.

- Nada demais - eu não consegui disfarçar, minhas habilidades de mentir perto da Billie eram quase nulas.

Ela levantou o rosto, mas ainda continuou o abraço. - Nós. Queria entender um pouco, para mim tudo isso é tão novo.

- Você se refere ao sexo maravilhoso ou a nossa relação gay? - Billie sempre era bem direta e decidida em relação a sua sexualidade.

- Sobre o que nós temos. - ela soltou o abraço e se sentou, encostando as costas na cabeceira da cama, mas ainda coberta pelo lençol.

-S/a... - ela segurou minha mão. - Por muitos anos eu passei por isso e Vero
quem conversou comigo sobre esse assunto, no começo tanto eu quanto ela não aceitávamos o que éramos, mas com o tempo vimos que era inevitável tentar mudar nossa natureza, é como mandar um macaco virar uma tartaruga ou um cachorro virar um gato, resumindo, é que agora tudo parece estar mais confuso que antes, você vai se questionar
"O que eu realmente sou? Será que sou gay? Será que sou bissexual?" - fez sinal de aspas para indicar as perguntas que realmente já se passaram diversas vezes pela minha cabeça.

- Mas o que posso dizer para você é: não fique buscando rótulos para o que você é ou deixa de ser, esses rótulos são impostos pela sociedade para tentar nos influenciar a agir como um grupo de pessoas que tem os mesmos gostos e semelhanças, assim muitos deles nos separam e nos discriminam porque não entendem ou simplesmente não conseguem aceitar as escolhas dos outros ou se aceitar.

- Sn, apenas viva, ame, beije e seja feliz com quem você quer ser, independente do gênero. - ela se aproximou e beijou minha testa, todas aquelas palavras me aliviaram de uma forma, eu tinha certeza que era bissexual, mas ela é a primeira garota com quem eu faço tudo isso, então esse era o motivo da minha pequena confusão.

- Você falando parece ser fácil. - nós
rimos.

- Queria ter tido alguém pra me dizer isso depois da minha primeira vez com uma garota. - ela riu e eu percebi que não havia sido a melhor experiência dela.

- Como você sabe, eu fui criada em um orfanato católico, era tudo muito rígido, a forma que fui criada, minhas convicções, tudo mudou depois que...-ela hesitou e eu fiz um carinho em seu rosto, a confortando. - depois que eu me assumi gay, não para o orfanato, claro, mas para mim, até nessa época eu ainda não estava nessa vida, saí com diversos caras populares da escola, assim como Vero, éramos lendas, mas era tão vazio e eu não sentia prazer em beijá-los só nojo.

Até que fui em uma boate sem a Vero, com outras pessoas, bebi muito, não lembro direito o que aconteceu, apenas flashes, eu a beijei no banheiro, saí com ela, fomos para o seu apartamento e lá aconteceu, acordei na manhã seguinte e nem nos falamos, eu não sabia seu nome, nem ela o meu, não tinha nenhuma ligação emocional com ela. Mas foi a primeira vez que senti prazer em beijar alguém, eu fiquei muito mal por ter feito aquilo, talvez se eu tivesse esperado um pouco mais ou tivesse escolhido alguém que eu tivesse algum vínculo emocional...
- deu um riso fraco no final, realmente aquela experiência a marcou de alguma maneira.

The Mission - Billie e S/n (Adaptada)Onde histórias criam vida. Descubra agora