Capítulo 26

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Lorency|

Me desperto ao ouvir passos na escada. Rapidamente eu me levanto, com dificuldade devido a forte dor que sinto entre as pernas, pego o cobertor e enrolo em meu corpo. Tranco-me no banheiro e abafo um grito de susto ao ouvir a porta do quarto se abrir.

De novo não. De novo não. De novo não.

- Lorency, querida? - A voz não é de Henry e sim de Marta.

Caio no choro e abro a porta para que Marta entre.

- Oh, querida. O que houve? - Ela me aconchega em seus braços enquanto eu desabafo e conto tudo o que aconteceu.

- Ele não é o Henry, por favor, me tire daqui. - Suplico.

- Eu não sei como... O Enzo desapareceu faz muitos anos. Você tem certeza que era ele? - Ela pergunta.

- Eu vi a marca de nascença que ele tem no abdômen.

- Meu Deus! Certo, primeiro você vai tomar um banho enquanto eu arrumo o quarto, tudo bem? - Ela fala e eu só consigo acenar em concordância.

Após ela sair, deixo o cobertor cair e vejo meu reflexo no grande espelho. Várias marcas de chupões e arranhões marcam minha pele branca. Entro no box e ligo o chuveiro, as primeiras gotas são como chicotes, lágrimas começam a escapar após a memória do terror de horas atrás retornarem a minha mente.

Preciso do Henry, o meu Henry.

Henry |

Fui traído!

O que mais me mata por dentro é saber que Lorency está nas mãos do Enzo, aquele maníaco. Eu preciso sair daqui...

1 Semana atrás

- Quem te informou? - Pergunto irado.

- Alexey, ele chegou hoje cedo aqui. - Fabrizio limpa debaixo das unhas com uma adaga.

Franzo o cenho.

- Sim senhor, um dos soldados que estava responsável pela escolta me contou. - Alexey conta.

- Reúna todos os soldados e contate os nosso aliados! - Ordeno.

- Mano, você tem certeza de que quer bater de frente com os russos? - Massimiliano está sentado á minha frente com os pés em cima da mesa.

- O que você acha? Eles de novo roubaram mais uma carga dos nossos caminhões! - Bato o punho sobre a mesa.

- Se a gente não der um susto nesses filhos da puta, eles continuarão a tirar com a nossa cara. Que saber como eles conseguiram roubar nossa carga sem conseguir serem detectados pelo nosso radar. - Fabrizio está tão instável como eu.

- Tem um traidor entre nós. - Falo.

- É a única explicação. - Fabrizio fala. - Vou sair e resolver a reunião.

- Antes, vamos ao local de onde a carga foi roubada! Lá.. Lá podemos acessar as câmeras de segurança e ver se há algo anormal - Alexey diz.

[...]

Alexey está no carro a nossa frente. Enquanto isso Massimiliano e Fabrizio tagarelam.

- Ei mano, vai ficar tudo bem, tá? Se você precisar, vou até o inferno por você. - Massimiliano diz.

- Nossa como a princesa tá sentimental hoje. - Fabrizio ri.

- Vai se foder seu idiota. - Massimiliano soca o braço do moreno.

- Ai, tô brincando. Mas mano, faço das palavras dele a minha. - Fabrizio fala.

- Que fofo, o que seria de mim sem vocês. - Finjo emoção.

Ao chegar ao local descemos do carro, mas antes pego minha arma no porta-luvas.

- Por aqui, senhor. - Alexey nos conduz até um galpão.

Dentro do galpão, a atmosfera era tensa. O cheiro de metal e óleo impregnava o ar, enquanto as luzes fracas iluminavam o espaço vazio. Caminhamos cautelosamente, nossos passos ecoando pelo chão de concreto. Alexey liderava o caminho, guiando-nos até a sala de controle onde as câmeras de segurança estavam localizadas.

Ao chegarmos, Alexey começou a analisar as imagens das câmeras, procurando por qualquer sinal de atividade suspeita. Enquanto isso, Massimiliano e Fabrizio permaneciam ao meu lado, observando atentamente cada movimento dele.

- E então, encontrou alguma coisa? - perguntei, impaciente.

Alexey suspirou, passando a mão pelos cabelos. - Não, senhor. As câmeras não registraram nada fora do comum.

- Parece que o roubo foi meticulosamente planejado e executado sem deixar rastros. - Fabrizio diz.

Franzi o cenho, frustrado. Como poderiam ter roubado nossa carga sem serem detectados? Era como se tivessem conhecimento de cada movimento que fazíamos.

- Temos um traidor entre nós, não há outra explicação - murmurei, pensativo.

Fabrizio assentiu, sua expressão séria. - Concordo. Precisamos descobrir quem é antes que cause mais danos.

Massimiliano olhou ao redor, desconfiado. - E se o traidor estiver aqui, observando cada passo que damos?

Aquela ideia me deixou ainda mais inquieto. Não podíamos confiar em ninguém, nem mesmo em nossos próprios homens. Era uma traição que cortava fundo, corroendo a confiança que tínhamos uns nos outros.

- O que você quer dizer com isso? - Alexey se exalta, o que me deixa desconfiado.

- Não citei nomes, mas se a carapuça serve. - Massimiliano provoca.

Alexey observa a reação de todos ao seu redor, tentando disfarçar o nervosismo. Percebendo que sua identidade foi revelada, ele tenta se justificar.

- Espera um minuto! Vocês estão enganados, eu não sou o traidor! - Alexey protesta, com uma mistura de medo e raiva em sua voz.

- Ninguém está lhe acusando. - Fabrizio fala.

Eu me aproximo dele, olhando-o nos olhos. Mantenho minha postura firme, mas sem demonstrar hostilidade.

- Alexey, eu entendo que você possa se sentir acusado, mas as evidências apontam para você. O roubo foi planejado minuciosamente, sem deixar rastros, e você foi o primeiro a saber disso.- Explico calmamente.

Alexey balança a cabeça, negando veementemente. - Não, não é verdade! Eu jamais faria algo assim, vocês precisam acreditar em mim!

Fabrizio se aproxima, com uma expressão séria. - Alexey, nós confiamos em você. Mas as circunstâncias são muito suspeitas. Precisamos entender o que aconteceu.

Massimiliano, por sua vez, cruza os braços e olha desconfiado para Alexey. - Eu não quero acreditar que você tenha nos traído, mas precisamos ser cautelosos. Vamos investigar tudo a fundo

Alexey ri e balança a cabeça frenético - Se estiverem vivos.

- Como é... - Sinto uma forte dor na cabeça, tudo fica escuro mas consigo ouvir a voz de Massimiliano.

- Seu filho da puta!

Há homens por todas as partes, e ele. Meu irmão.

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