Capítulo 5 - Quem te ensinou a nadar?

10 1 5
                                    

O som das vozes que vinha da cozinha acordou Selena

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

O som das vozes que vinha da cozinha acordou Selena. Rapidamente, ela se colocou de pé, meio atordoada, tirando o cabelo dos olhos. O vento que soprava do lado de fora fazia a madeira da janela dar batidinhas leves.

Ela olhou o brilho do sol entrando pelas frestas.

O lerdo do Briguento não cantou hoje? Ele vai ver só hora que eu colocar minhas "mão" nele... — resmungou consigo mesma.

Briguento era um galo grande e bonito, com penas bem pretas e reluzentes, crista vermelha e imponente. Selena deu a ele o nome de "Briguento" por que, além de implicante, o galo não aceitava nenhum macho que não fosse ele entre as galinhas, sendo o bendito é o fruto dentro do galinheiro. Todos os dias, ele cantava religiosamente às cinco da manhã, e Selena se baseava no canto dele para pular da cama.

Logo hoje, que eu queria espiar o treinamento do menino príncipe, Briguento achou de acordar mudo! — resmungou novamente, fazendo uma careta e revirando os olhos.

O barulho de metal batendo na madeira chamou sua atenção e ela escancarou a janela. A luz do sol invadiu o quarto e Selena esfregou os olhos, espiando em volta. Ventania, sua mulinha de estimação já estava com o focinho enfiado no cocho de farelo de milho. O polaco que ela pendurou em seu pescoço batia sem parar no cocho, fazendo um barulho oco.

— Ai, ai... não... — choramingou.

Colocar farelo e água para Ventania era uma de suas obrigações logo ao se levantar. Foi com essa promessa de que ela própria cuidaria da mula, que o pai permitiu que ficasse com o animal. — Cumé que fui durmir desse tanto? – Pensou antes de ajeitar os cabelos como pôde, e se ir para a cozinha, de onde vinha a voz do pai e da avó.

Ressabiada, entrou sem fazer qualquer barulho.

A primeira coisa que seus olhos enxergaram foi a mochila rosa e vários objetos espalhados sobre a mesa. Cadernos, alguns livros, estojos com lápis e canetinhas para colorir. Tinha de todas as cores, coisa que Selena nunca tinha visto na vida. Borrachas com cheiro de morango e apontadores em formato de bichos, coelho, cachorro, gatinho...

Ela parou estática, os olhos arregalados, sem saber o que fazer.

— O que foi, filha? — perguntou Solano, analisando a expressão do rosto da menina — Não gostou?

— Selena vem ver, espia só o tanto de coisa que a Imperatriz mandou procê levar pra iscola! — a voz de dona Damiana estava cheia de empolgação.

O peito da menina subia e descia pesadamente e ela não disse nada. Permaneceu parada, olhando para a avó e o pai como se estivesse em estado de choque. Ela que sempre foi tagarela por natureza, desta vez estava muda, mas não por não ter nenhuma palavra pra dizer, e sim porque ela realmente não conseguia dizer nada.

Solano esticou o braço e puxou Selena para seu colo. Subitamente, ele a abraçou e beijou seus cabelos algumas vezes. O abraço foi tão apertado, que era como se ele quisesse dizer para a filha, que ali, dentro dos braços dele, ninguém poderia machucá-la e que também, ninguém poderia separá-los.

Você leu todos os capítulos publicados.

⏰ Última atualização: Aug 28, 2023 ⏰

Adicione esta história à sua Biblioteca e seja notificado quando novos capítulos chegarem!

SELENAOnde histórias criam vida. Descubra agora