Montado em um Cavalo Pálido

Capítulo 12

O micro-ondas do quarto do hotel ainda funciona, assim como a cafeteira. Rick bebe a bebida amarga rapidamente e diz a si mesmo para ficar grato porque provavelmente será a última vez que ele tomará café novamente. Suas roupas estão quase completamente secas e ele as veste, feliz por não cheirarem mal. Ele come um copo plástico de macarrão no café da manhã e depois junta o resto de suas coisas, pronto para partir.

A porta e a cadeira estão intactas e ele as move com cuidado, destrancando as fechaduras e batendo seis vezes no interior da porta antes de abri-la com cautela. Parte dele espera que o homem e seu grupo estejam esperando por ele no final do corredor, mas ele não vê ninguém, vivo ou morto, quando sai da sala.

Ele sobe as escadas até o telhado e empurra o ombro contra ele, saindo para o ar livre. Há uma brisa aqui em cima, levando o fedor de esgoto e decomposição até seu nariz, e ele inspira profundamente.

Ele olha ao redor, com as mãos nos quadris enquanto procura uma pista ou algum outro edifício que possa parecer o tipo de lugar onde War se esconderia. Claro, por sua natureza, War é um indivíduo ousado e ousado. Ele tem armadura chamativa e cães zurrando. Ele não se contentaria com algo discreto e indescritível. Sua bandeira voaria alto e chamaria a atenção, desafiando Rick a se aproximar, atraindo os guerreiros para sua causa.

Ele não vê nada que se destaque e solta um suspiro desapontado. A morte lhe dissera que encontraria War. A morte não tem motivos para mentir – é claro que ela não tem motivos para mentir. A morte é o fim, o fim e o começo, o destino inevitável. O homem pode viver livre de doenças, fome ou guerra, mas a morte é onipresente, onipotente. Se Rick continuar caçando, continuar procurando, ele tem certeza que encontrará os outros. Ou eles o encontrarão.

Sua atenção é atraída por um rosnado abafado. Ele se vira e vê um caminhante, alcançando-o cegamente. Parece que foi literalmente cortado ao meio, com as pernas a cerca de um metro do resto do corpo. A boca de Rick se torce e ele se aproxima, enfiando a faca em seu crânio para fazê-lo ficar em silêncio. Ao lado de seu torso há um rifle de precisão e ele inclina a cabeça para o lado, pegando-o.

"Olá, linda", diz ele, puxando a alavanca para trás para verificar a câmara. Está carregado. A mira está quebrada, mas quando Rick puxa a arma até o ombro e aperta os olhos, ele ainda consegue ver com clareza. "E o que você estava fazendo aqui com isso, hmm?" ele pergunta ao caminhante, que previsivelmente não responde.

Ele fica de pé, segurando o rifle de precisão ao seu lado. Não adianta muito para combate corpo a corpo e com certeza não é útil para nada além de sentar no telhado e disparar, mas é uma arma. Um clube, senão outra coisa.

Ele estala a língua distraidamente, andando até o outro canto do telhado. Há algumas gaiolas vazias aqui e um monte de penas e Rick os cutuca com uma careta, antes de olhar para cima e ao redor novamente. Ele não vê nada digno de nota, e isso não é a coisa mais terrível? Que tipo de cavaleiro não quer fazer um maldito show?

Bufando, ele endireita os ombros e se vira em direção à porta que leva à escada. Talvez a alguns quarteirões da cidade ele consiga um novo ângulo e consiga ver outra coisa. Não é como se ele não tivesse tempo agora.

Ele para e solta um xingamento baixo quando um caminhante passa pela porta aberta, gemendo e sibilando para ele. O caminhante é seguido de perto por mais três, movendo-se em sua direção mais rapidamente do que ele consegue reagir. Ele não consegue contorná-los rápido o suficiente para separá-los e cuidar deles em silêncio.

Ele joga o atirador para a outra mão e agarra seu Python, se posicionando e mirando nos caminhantes. Um dois três quatro. Estalos altos, tiros, o recuo familiar de sua arma enquanto ela canta em sua mão. Rick sorri e imagina a cor dela como a lâmina de uma foice.