Capítulo XL - Chamas da Liberdade

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As ruas da cidade, após a feroz batalha contra os titãs, finalmente se entregavam ao silêncio. O ambiente estava devastado, envolto em uma densa cortina de fumaça que se erguia dos escombros. Os corpos destroçados dos titãs jaziam espalhados, suas formas gigantes se desfazendo lentamente sob a influência do vento forte que soprava.

Eren, exausto e com cada parte de seu corpo protestando de dor, contemplava a paisagem desolada. Seus olhos encontraram Levi, que estava de costas, um pouco à frente do grupo. Mikasa  permanecia ao seu lado, cuidadosamente ajudando o jovem a caminhar, já que ele mal conseguia se sustentar. Eren estava esgotado, e cada passo era uma luta contra a exaustão.

As palavras de Eren romperam o silêncio. — As asas da liberdade. — Ele sussurrou, seus olhos fitando o emblema de asas nas costas de Levi. Era como se ele visse ali a representação de sua busca incansável pela liberdade.

--- Desculpe perguntar, senhor. Mas... Para onde está nos levando? — Perguntou Mikasa, sua voz soou fraca, insistia novamente, amedrontada.

Levi lançou um olhar de canto de olho para Mikasa, mas não respondeu. Em vez disso, ele continuou a caminhar em direção a alguns soldados de seu esquadrão, como se estivesse em uma missão urgente.

--- Olá, fofinho! Lembra-se de mim? — Hange gritou fazendo Eren se encolher instintivamente.

--- Não enche, Hange. O moleque ainda não está consciente.

--- Ooh... — Hange se aproximou da dupla enquanto ajeita os olhos diante dos olhos castanhos. Um sorriso grandioso brotou de seus lábios e ela correu até Levi novamente. — Levizinho, eu vou poder fazer testes nele?

--- T-Testes? — Mikasa parou seus passos e os fitou angustiada.

--- Garota, acelere esses passos! A polícia militar pode chegar a qualquer momento, precisamos tirá-los daqui.

Levi deu as costas novamente, empurrando Hange para o lado.
Ele continuou marchando rapidamente em direção a seu cavalo negro, que estava parado perto de uma construção em ruínas, aguardava seu dono silencioso em meio ao caos.

--- Como alguém com pernas tão curtas pode andar tão rápido? — Mikasa sussurou no ouvido de Eren que brevemente engasgou segurando o riso.

--- Shiu, Mikasa. Ele pode nos ouvir.

--- Um cavalo para cada. Ordens do Capitão. — Disse Moblit, o braço direito de Hange, com ambos cavalos amarrados, entregando a corda para as mãos de Mikasa.

--- O Eren não vai conseguir galopar sozinho!

--- Tudo bem, Mikasa. Eu consigo. — Eren se afastou do abraço de Mikasa com esforço, seus músculos tensos de exaustão. Ele começou a caminhar em direção ao cavalo, Mas à medida que se aproximava, sua visão escureceu, e as vozes ao seu redor começaram a soar distantes.

Em um baque, seu corpo atingiu o solo, fazendo Mikasa gritar seu nome em alarme.

--- Eren!?

(...)

Praticamente 2 dias haviam passado desde que a Muralha foi selada.
O fechamento da Muralha se tornava uma questão não respondida à população. A Polícia Militar não esclareceu, nem se pronunciou a respeito.

O Esquadrão da Tropa de Exploração ficou com o gigante desafio de eliminar todos os restantes titãs que se encontravam na pequena cidade.
E com o final desse segundo dia, como pedido, o último titã foi morto, com exceção de dois titãs que foram capturados com vida, para estudos mais intensos.
Eles foram levados enjaulados para o acampamento permanente da Tropa de Exploração.

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