Kumo

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Com tanto tempo sem rever a família de sua mãe, Kumo, um jovem metkayina esbelto, de cabelo cacheado volumosoe olhos turquesa. O cacheado iria para o clã dos tios, Tonowari e Ronal, logo no amanhecer do próximo dia por um motivo ainda desconhecido, estava bem nervoso, mesmo que fizesse esforço para deixar os pensamentos ruins de lado.

"Mãe, vamos juntos, eu não quero ficar sozinho com meus tios que nem os conheço" Kumo e sua mãe estavam tendo uma pequena discussão sobre o fato de Kumo precisar ir sozinho sem seu irmão Na'ri, o mais velho dos dois. "Sei que sou grande, mas não quero ficar sozinho com o resto da nossa família que nem tenho muita intimidade" as mãos de Kumo não paravam de subir para cima de sua cabeça, o garoto estava nervoso e não conseguia ficar quieto, sempre passava as mãos pelo pescoço ou no cabelo demonstrando sua inquietude.

A mãe de Kumo, Da'ya, uma metkayina de trinta e oito anos de idade, com cabelo preto cacheado e olhos cor turquesa, entendia o desconforto, mas as vezes precisamos deixar a vergonha de lado com coisas familiares. "Sei que você não tem tanto conhecimento da sua tia e de seus primos, mas juro que minha irmã vai adorar ver o sobrinho." Ela colocou as mãos sobre os ombros do filho, olhando para ele e deixando um selinho na testa de Kumo que suspirou.

Os pensamentos do na'vi estavam em um único problema, ser um peso no clã da tia. "Tudo bem.. vai demorar muito para você ir junto com pai e Na'ri?" Kumo havia conseguido digerir a situação com o pouco de carinho e palavras de sua mãe. "Por que a senhora não vai primeiro? Tia Ronal gosta da senhora, né?"Da'ya suspirou, ela até pensou que havia conseguido fazer a cabeça do filho, mas pelo jeito não funcionou muito.

Da'ya riu da manipulação tão fraca do filho. "Ronal e eu não somos as melhores irmãs, tenho certeza que Ronal e Tonowari vão gostar mais de ver como você cresceu." Ela tocou o nariz do filho. Ronal não chegou a ver Kumo crescer, o tempo que ficou perto do sobrinho foi durante os cinco até os sete anos do garoto, passando só dois anos ao lado do pequeno.

"Tudo bem então.." kumo abaixou as orelhas, percebendo que não poderia fazer a mãe ir junto com ele

Com a chegada do outro dia, Kumo já estava na margem do oceano, sua família e seu clã despedindo-se do jovem que iria para o clã da tia. "Pai.. por que eu tenho que ir? Qual o motivo sabe?" ele estava martelando isso desde da noite passada, essa não era a melhor hora pra perguntar, mas seu pai iria ser sincero com ele.

Run'no, o líder do clã e pai de Kumo, o metkayina de aparência cansada do trabalho e da pescaria que fez na noite passada, suspirou, olhando para o filho com uma expressão de sono. "Eu não sei.. mas você não se acanhe, sua tia deve ter um bom motivo para rever nossa família." O na'vi cansado bagunçou o cabelo do filho, Kumo riu da ação do pai, foi agradável saber que mesmo cansado ele ainda demonstrava carinho pelo filho.

Kumo sentiu um impacto leve no ombro, foi seu irmão mais velho que deu um soco emnseu ombro. "Relaxa, vai me dizer que você tem medo até da própria família?" Na'ri zombou, ele estava tranquilo e muito divertido com a oportunidade de ver outro clã. Kumo bufou com a ousadia do irmão, mas gostou de vê-lo antes de partir. Antes de Kumo responder o irmão, Da'ya pegou Na'ri pela orelha

"Vejo você em duas semanas." A mãe abraçou o filho com força, ela e seu marido teriam que ficar para resolver questões pessoais do clã e logo iriam deixar alguém de confiança durante o tempo que fossem para o clã de Ronal. "Lembre de ter cuidado e não fique em oceano aberto quando chegar no Recife, não quero que algo aconteça novamente.." kumo acenou em concordância com a mãe, Na'ri por outro lado estava lutando para se soltar do aperto.

"Mãe, qual foi, me solta!" O na'vi recebeu um olhar de repreensão da mãe, logo ela soltou o filho mais velho, descansando o braço ao lado do corpo. "Obrigado, e desculpa por ter falado alto." Kumo riu do arrependimento do irmão, Na'ri o olhou com raiva por estar zombando.

"Chega de brincadeira, vá logo porque o sol vai esquentar hoje" Run'no abraçou o filho, logo se soltou e colocou a mão em seu ombro, um pesar foi lançado entre os dois na'vis. "Nada de se aninhar com qualquer metkayina, entendeu?" Kumo entendeu muito bem o que esse 'aninhar' era para seu pai, e o jovem concordou acenando com a cabeça.

Kumo montou em seu ilu, seus pais e irmão saíram da margem, acenando para o filho junto do clã "Tenta chegar inteiro!" Na'ri não resistiu a tentação de brincar com o irmão. Da'ya arregalou os olhos com o grito do filho.

"Vou tentar!" Kumo e seu ilu desceram para o fundo, dando início ao oceano, ele sabia bem o caminho por causa das instruções de sua mãe e pai, ele levava também um colar com uma pedra turquesa, para simbolizar para outros na'vis metkayinas que é da família winslet, simbolizada pela pedra.

" Eywa vai lhe proteger pelo caminho." Da'ya deseja baixo, olhando para o oceano iluminado pelo sol da manhã.

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I See You KumoOnde histórias criam vida. Descubra agora