A morte é o começo

O Labirinto da Dúvida

A mulher virou-se para mim, e nossos olhares se encontraram. Havia uma mistura de surpresa e reconhecimento em seus olhos. Ela abriu a boca para falar, mas antes que pudesse dizer qualquer coisa, um estrondo alto tomou conta e almas começaram a correr, fugindo de algo. A atmosfera em Elysium mudou drasticamente. A paz e serenidade foram substituídas por um sentimento de tensão e medo. Uma escuridão sinistra começou a se espalhar, envolvendo tudo à sua passagem.

A escuridão avançou rapidamente, engolindo a paisagem luminosa de Elysium. Era como se todas as cores, a luz e a esperança estivessem sendo devoradas por essa sombra. Eu me vi paralisada, incapaz de me mover ou escapar do seu avanço implacável. A escuridão se aproximava cada vez mais, e o ar à minha volta parecia ficar mais pesado. De repente, a mulher que eu havia encontrado no mundo humano se moveu com uma agilidade surpreendente e se posicionou entre mim e a escuridão. No entanto, a sombra parecia ignorar completamente seus esforços, avançando implacavelmente.

Observei horrorizada enquanto a escuridão chegava até ela, a envolvendo e a engolindo em suas trevas. A mulher lutou com todas as suas forças, mas logo sua figura começou a se contorcer e a se transformar, como se a própria escuridão estivesse se apoderando dela. Enquanto a mulher era corrompida pela escuridão, uma onda de choque percorreu meu corpo, rompendo minha paralisia. Gradualmente, consegui recuperar o controle sobre meus movimentos. Olhei ao redor, vendo as almas em estado de pânico, fugindo desesperadamente da escuridão. Era um caos total.

Eu sabia que precisava fugir dali antes que a escuridão me alcançasse novamente. Corri em pânico, minha mente em um estado de confusão e desespero. As imagens da transformação da mulher assombravam meus pensamentos, cada detalhe daquele evento sombrio gravado em minha mente. Não sabia o que fazer, como combater algo tão poderoso e maligno. A escuridão havia vindo para Elysium, e não havia escapatória, não havia lugar seguro. A preocupação com as pessoas que eu amava me sufocava. Eu me sentia impotente diante da ameaça que se aproximava, incapaz de fazer qualquer coisa para protegê-los. E pior ainda, eu me perguntava se eu mesma estava segura. A escuridão havia demonstrado uma habilidade terrível de corromper e consumir tudo em seu caminho. Enquanto eu corria, minha mente girava em um ciclo de pensamentos desordenados. Eu precisava de respostas, de alguma forma de deter essa escuridão, mas eu não sabia por onde começar. Estava sozinha, perdida em meio ao caos que agora tomava conta. Minha própria existência parecia frágil e efêmera diante dessa ameaça tão avassaladora.

O medo me impulsionou a continuar correndo, afastando-me da cena da corrupção e do desespero. Eu não tinha um plano, não sabia para onde estava indo, mas a urgência de escapar daquela escuridão era tudo o que me movia. Minhas pernas tremiam e minha respiração estava rápida e entrecortada. Cada som, cada sombra, parecia conter a presença maligna da escuridão.

Enquanto corria, não pude deixar de pensar em todas as vidas que estavam agora em perigo. Precisava encontrar uma maneira de parar essa escuridão, de restaurar tudo. Mas como? Essa era a pergunta que martelava em minha mente, uma pergunta para a qual eu não tinha resposta.

Enquanto corria em busca de algum refúgio temporário, uma ideia começou a se formar em minha mente. Aeon. A esperança de encontrar respostas e orientação se misturava à urgência de encontrar um lugar seguro para enfrentar essa ameaça. Minha mente focou nessa ideia, uma âncora em meio ao caos que me cercava. Aeon era minha melhor chance de entender o que estava acontecendo e como poderíamos nos proteger. Enquanto corria, meus pensamentos se concentravam em traçar um caminho até ele.

Eu não sabia exatamente onde ele estava, mas lembrava das áreas que ele frequentava e dos locais onde ele havia me levado. Aeon tinha conhecimento sobre muitos aspectos de Elysium, inclusive sobre as forças que poderiam ameaçar o reino. Se alguém poderia me ajudar a entender a escuridão que invadiu Elysium, era ele. Guiada por essa esperança, mudei minha direção e segui em direção aos lugares que ele costumava visitar. Enquanto eu corria, a paisagem ao meu redor começou a se transformar. As construções serenas e os campos verdejantes estavam agora tingidos de sombras ameaçadoras, à medida que a escuridão se espalhava. O contraste entre a beleza que Elysium uma vez foi e a escuridão que a contaminava era angustiante.

Finalmente, cheguei a um lugar onde costumávamos nos encontrar, um jardim tranquilo e sereno. Contudo, mesmo esse lugar não estava imune à escuridão que avançava. O cenário que antes era de paz agora estava repleto de tensão e medo. Olhei ao redor, esperando encontrar Aeon, mas ele não estava lá. Minha respiração estava ofegante e meu coração batia rápido enquanto eu tentava entender o que fazer. Eu sabia que não poderia ficar ali por muito tempo; a escuridão estava se aproximando e eu precisava encontrar Aeon antes que fosse tarde demais.