15 - Desastre

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Durante o resto da semana, como era de se esperar, Meredith e Andrew se ignoraram. Nenhum deles daria o primeiro passo; ambos acreditavam que estavam certos. Quem sabe quando essa situação seria desbloqueada? Ambos andavam pelo hospital como se nada tivesse acontecido, apesar de sentirem muita raiva um do outro. Para Meredith, a cereja do bolo foi quando ele pagou a conta e foi embora, deixando-a sozinha. Ela continuou dizendo a si mesma que Andrew era imaturo e não havia mudado nada, era imprudente, impulsivo e irracional.

Enquanto Andrew, por outro lado, se perguntava como havia se apaixonado por uma mulher que o tratava como um capacho, como o interno idiota cujos únicos defeitos eram o fato de ele não ser pai e ser mais jovem do que ela. Então, ele se perguntou o que ela viu nele para sair com ele, para ter um caso, várias vezes ele se perguntou se ela realmente só sentia atração física e isso era tudo. Ele tinha um milhão de perguntas na cabeça, mas, por raiva, evitava ficar sozinho com ela em qualquer lugar.

Arizona notou a crescente inquietação de Andrew, mas ele não se abria com ela e, vendo isso, ela achou que tinha algo a ver com Meredith Grey, justamente porque ele evitava falar sobre seu mau humor.

Quando chegou o domingo, ele e Link tinham o programa habitual de futebol americano. Um jogo importante contra um dos times favoritos da temporada. No final do jogo, os dois parariam para um lanche rápido em um pub de estilo irlandês. Os dois homens se sentaram no bar e fizeram seus pedidos.

-Como estão as coisas com Amelia? - perguntou Andrew.

-Como sempre, agora ela está me tratando como se eu fosse o doador de esperma que lhe deu o filho, como aqueles do banco de esperma.

-É muito triste.

-Sim, mas eu sigo em frente, o que você quer que eu faça? Por mais que eu a ame, a maneira como as coisas eram antes não estava funcionando para mim. Para ela, Owen e eu somos feitos do mesmo tecido, então não há casamento comigo por causa de Owen, é frustrante para dizer o mínimo. Eu quase coloquei uma pedra pesada sobre isso, por mais que meu coração tenha ficado sob essa pedra.

-Você já pensou na ideia de ela se mudar permanentemente para Minnesota?

-Mudar-se para lá?

-Sim.

-Prefiro não pensar nessa eventualidade, até que ela se apresente a mim - Link respondeu entre um gole e outro de cerveja.

-Como estão as coisas com a Meredith? - perguntou Link.

-Você tem alguma outra pergunta de reserva?

-Já chegamos a esse ponto? -Link perguntou.

-Absolutamente. Na segunda-feira, ela me pediu para encontrá-la no local do nosso primeiro encontro e as únicas coisas que me perguntou foram sobre o número de garotas com quem eu saía em Anchorage. Ela também mencionou Megan.

-Se eu não soubesse, diria que isso parece um ataque de ciúme completo.

-Ciumes da Meredith? HAHAHAHA- disse ele, balançando a cabeça em total negação.

-Sim, de fato, percebo que disse algo sem sentido.

-Só em meus sonhos algo assim poderia acontecer. A realidade é bem diferente.

-Vejo que está levando isso de forma filosófica. Entao o que há nesse tal de  Minnesota...- disse Link ironicamente.

Os dois terminaram de comer, pagaram no caixa e saíram do restaurante. Entraram no carro de Link e, quando ele estava prestes a ligar o carro, ouviu-se um rugido alto acompanhado de um tremor. O prédio ao lado, que estava em reforma, desabou sobre si mesmo e sobre o local de onde eles tinham acabado de sair. Os dois se entreolharam e Andrew agarrou o telefone, Link soltou o cinto de segurança e tentou abrir a porta.

Deluca's Anatomy - Parte 1Onde histórias criam vida. Descubra agora