Não foi preciso mais nenhuma palavra.
Paul tomou meus lábios para si com urgência, como se estivesse esperando um século pra isso. Suas mãos foram diretamente para a minha cintura, onde ele pressionou forte e, se antes eu achava que estávamos com o copo colado, devo dizer que estava totalmente errada; Agora sim nossos corpos pareciam ocupar um só lugar. Em um impulso rápido, Paul me suspendeu o suficiente para que eu pudesse envolver minhas pernas em torno de si, enquanto minhas mãos brincavam entre sua nuca e suas costas, onde fiz questão de deixar um pouco da minha marca. Em resposta, Lahote mordeu meu lábio inferior, o que tirou de mim um sorriso de aprovação.
Nosso primeiro beijo, assim como nós dois, não era nada calmo.
Digamos que eu não facilitava pra ele, nem ele pra mim. Sempre foi assim. Nossas línguas agora pareciam batalhar entre si e apesar de estarmos em sintonia, éramos quase que agressivos um com o outro.
Com o pouco de controle que eu ainda possuía, resolvi desacelerar. Afrouxei minhas pernas o suficiente para descê-las e diminuí o ritmo do beijo para conseguir respirar. Paul, prontamente respeitando minha atitude, me colocou no chão com cuidado. Nossa respiração ofegante agora era o que nos afastava, apesar de estarmos ainda com as testas encostadas uma na outra.
— Tá tudo bem? Eu te machuquei? — Paul sussurrou com seu olhar fixado em meus lábios. A sensação que eu tinha era que nunca seria o suficiente, sempre iríamos querer mais e mais. Céus, como demoramos tanto?
— Não… Só… Preciso pegar um pouco de ar. — Respirei fundo e sorri de lado.
— De qualquer forma, a ronda do Quil já deve ter acabado e daqui a pouco ele estará por aqui, especialmente pra ver se não estou fazendo besteira. Devemos ir com calma com ele e seus irmãos, pelo meu próprio bem.
— Eu não vou deixar que nada atrapalhe nosso momento, Lahote. — Envolvi meus braços em volta do seu pescoço e recebi os seus em volta da minha cintura. — Mas no contexto geral, sim, acho que devemos ir com calma agora.
— Hum… Então quer dizer que depois de me agarrar desse jeito, você concorda em irmos com calma, Ateara? — Apesar do tom desafiador, Paul acariciou levemente minhas costas, como se mostrasse que estava tudo bem.
— Engraçadinho... Mas sim, mesmo agora sabendo do imprinting, isso não muda o fato de você ser muito complicado, de eu não baixar a cabeça pra nada e da gente bater de frente em relação a tudo.
— Espera aí, está querendo dizer que mesmo depois de eu te contar tudo e você saber muito bem o porquê aconteceu daquela forma, ainda tem dúvidas sobre ficarmos juntos?
— Paul, não é isso… Eu sei muito bem a força do imprinting, que nascemos um para o outro e isso me basta. Aliás, me basta muito. Só que a gente não pode invalidar os fatos que nos trouxeram brigas até aqui. Eu também me transformo, também participarei de batalhas se preciso for, de rondas e o que mais estiver em minha obrigação, e digamos que você ainda não sabe lidar muito bem com isso. Não quero ter que brigar com você sempre que precisar fazer o meu trabalho. Sem contar que…
— Que…?
— E-eu não sofri imprinting por você, Paul. Eu entendo todo o processo e amo o fato disso ter acontecido conosco, mas você entende a diferença quando eu sou uma loba, não é? Sem contar que ainda tenho escolhas, não posso viver com medo de tomá-las e correr o risco de você se ausentar por meses. Eu quero que seja diferente, Paul, quero viver em paz com você.
— Com escolhas você quer dizer… Beijar um vampiro ou outro alguém?
— Não, não me refiro a beijar outras pessoas, garoto. — Ri baixo e lhe colei novamente nossos lábios, mesmo que de forma rápida. A verdade é que agora que senti o beijo de Paul, eu jamais iria querer beijar outro alguém nessa vida — Mas trazendo à tona a comparação errônea que você fez antes, eu sou totalmente contra o que Bella faz com Edward e Jacob. Não é esse nosso caso e é isso que tento evitar. Bella traiu Edward por desespero, pediu para beijar Jacob só por medo de perdê-lo, são escolhas delas mas baseadas nos sentimentos dos outros. Não é isso que quero pra mim; pra nós. Não quero ter que te beijar só para que você se acalme. E nem quero me afastar de pessoas que eu amo, só porque pode te afetar. Entende?
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Let's Burn
FanfictionMaya Ateara tem sua vida virada de cabeça pra baixo no último ano. Em busca de apoio, ela segue o último conselho de sua mãe: ler diários antigos que a direcionam para seus familiares, os quais não sabiam sequer do seu paradeiro. O que ela não esper...