Drapetomanía

Capítulo Vinte e Seis - Parte Dois

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Aviso: Sangue

Boa leitura!
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                  [. . .] Heat – Dia Três
                   Desires – Marc Indigo

   Era madrugada quando Camz acordou em um novo pico de excitação, um menos agressivo dessa vez, que a fez choramingar e me acordar com sussurros incompreensíveis, insistindo em tocar cada parte do meu corpo, que já não se sentia mais tão cansado. Pensei que poderia ser uma boa oportunidade para usar a cinta, mas conseguir fazer com que ela não me tocasse por pelo menos cinco minutos para ajustar as tiras de couro na minha cintura foi uma luta enorme.

  Foi estranho usar o strap-on com ela pela primeira vez, acho que parte de mim ainda estava sonolenta, mesmo que não cansada, e levou uns minutos até que me desse conta de que era a primeira vez que a tinha numa posição tão submissa. Sua ômega interior não pareceu mais feliz ou menos feliz com o uso do objeto, quer dizer, era obviamente era maior que meus dedos, mas não era anormalmente grande ou grosso, e isso fez com que não fosse tão ruim de penetrar, já que ela estava encharcada de lubrificação natural. Quis muito, muito que ela ficasse sob os joelhos para mim, mas não a forcei a ficar na posição, deixando meus desejos egoístas de lado em prol da sua necessidade de olhar para mim, e colocar as mãos ao redor do meu corpo, beijando meu pescoço e arranhando com os dentes o mesmo lugar de sempre.

   Voltamos a dormir quatro e quarenta da madrugada, ela estava pelada assim como ontem, porém tive a certeza de que a coberta encobria todo o seu corpo, exceto seu rostinho, já que do lado de fora uma chuva torrencial batia contra as janelas altas e eu não queria que ela pegasse um resfriado. Também tentei encontrar o aquecedor da casa, só que não tive tanto sucesso, e, exausta, acabei desistindo e voltei para a cama antes que ela se levantasse também. 

  De manhã, umas nove e pouco, acordamos de novo, e, assim que mordeu meu pescoço e beijou minha bochecha, murmurando outro "linda", ela se levantou e saiu do quarto, buscando peças de roupa dentro da mochila, quase a quebrando pela maneira como puxava o zíper, e as levando consigo. Pensei que ela iria para o banho, e me senti levemente incomodada por ela não precisar mais da minha ajuda, mas decidi não transformar isso em uma tempestade, e entrei no banheiro do quarto, tomando um banho, enquanto pensava se isso significava que ela não me queria mais. – Usei a toalha para voltar para o quarto e trocar o moletom que estava usando há dias, mas, além de duas calcinhas dentro do bolso da mochila, não encontrei nenhuma outra peça. 

  Vesti uma delas e coloquei o moletom mais uma vez para procurar o resto das peças, mas não estava em nenhum lugar do quarto, e eu tenho certeza de que quando Camz saiu ela não havia levado tudo, a menos que tenha voltado para buscar o resto. Por que ela faria isso? Li que alguns ômegas não se sentiam confortáveis ficando vestidos, mas não li nada sobre dar sumiço nas roupas, na verdade, alguns até preferiam ficar com elas, por se sentirem protegidos.

   Geralmente isso acontecia quando eles passavam o heat sozinhos ou com alfas que não eram muito próximos, eles usavam suas próprias roupas para se manterem perto do próprio cheiro, buscando segurança. Camila estaria fazendo isso? Com medo de mim? Mas ela tinha ficado pelada ontem o dia todo.. 

  Mordi o lábio inferior sem conseguir chegar a nenhuma conclusão. Pensei em ir atrás dela no banheiro, mas achei melhor não, talvez ela queira um pouco de espaço, mesmo que tenha lido que o que ômegas no cio menos precisam é de espaço, mas, talvez, nenhum site possa descrever exatamente o que acontece, quer dizer, assim como com a minha ômega, muitos outros não lembram o que acontece durante o heat.. – Balancei a cabeça negativamente antes de começar a pensar demais, e, arrumando a cama, e notando que o cobertor também havia desaparecido, deixei o quarto que cheirava a sexo, buscando as pantufas que Sofia me emprestou para ir à cozinha, torcendo para que minha namorada voltasse logo, e me impedisse de surtar com a preocupação que estou tentando conter.