Capítulo 9- Marca Indesejada

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Isso vai dar tanta merda.
Eu não estava com um bom pressentimento.

*AGORA*

Aemond

Eu estava estremecendo de nervosismo e conforme eu caminhava pelos degrau incertos daquela entrada, que sabe lá onde daria, enquanto escoltado por Alicent e mais duas pessoas que eu nunca tinha visto, ela não me falou nada, nem me perguntou nada, só me empurrou para caminhar pela estrada do esconderijo e o silêncio era sinistro, o cheiro era podre e tinha ratos, eu não tinha medo, ainda sim era nojento. Mesmo que eu tivesse tentado ir contra, ambos homens eram alfas e me amarram firmemente e eu sequer podia fazer muita coisa, visto que o cheiro deles me intimidaram e usaram a voz de alfa em mim.

A saída deu perto do porto real, foi só isso que pude enxergar direito antes de desmaiar, algo tinha sido colocado contra minha boca e nariz por trás. Antes de desmaiar eu só havia escutado o grito da minha mãe, irritada, ordenando algo.

Quando eu acordei, tudo estava escuro e eu não sabia onde estava, o meu desespero foi grande ao notar o quão bagunçado eu estava, como se alguém tivesse mexido em meu corpo.

— Ah você acordou — disse minha mãe revirando os olhos assim que adentrou o quarto, logo ligando as velas e eu pude notar que definitivamente não era na fortaleza vermelha que eu estava. Isso me desesperou, porque por mais que eu não tivesse aberto a boca pra lhe contrariar, eu não ficaria calado conforme ela fazia tudo como bem entendia. — Nem adianta reclamar, eu fiz o que tinha que fazer.

— Onde... — comecei por dizer, minha garganta estava seca e estava irritada, meu nariz estava sensível e eu estava tremendo de frio por conta das roupas abertas. — Onde estamos?

— Isso não importa — disse Alicent dando de ombro e eu estremeci com sua aproximação, ela estava com um sorriso nos lábios. — Você fugiu do casamento Aemond, todos sabem disso agora. Você tinha que ter visto a cerimônia perfeita que Rhaenyra fez, se despedaçando pouco a pouco conforme você não aparecia.

Isso me fez arregalar os olhos e a encarar confuso, provavelmente já havia passado do tempo, mesmo sabendo que não foi minha decisão, eu estremeci ao imaginar a situação.

Fugir do casamento? Eles acham isso? Oh pelos Deuses!

E como se não fosse bastante, eu me sentia fraco, como se algo estivesse errado, logo pude notar o cheiro de sangue no ar, mesmo assim eu estava amarrado, eu não podia fazer nada além de tentar arrebentar as cordas que estavam firmes e machucando meus pulsos.

Minha cabeça estava explodindo de dor e meu coração e corpo doía.

— O que você fez? — perguntei para Alicent, enraivecido enquanto sentia algo errado comigo. A rainha riu e deu de ombro, o olhar dela caiu sob meu pescoço e eu ofeguei em dor. — Não... O que... O que você mandou fazerem?

Comecei a tremer compulsivamente, a dor estava ficando cada vez mais aguda e eu estava tentando lutar contra as cordas e a vontade absurda de desmaiar. Eu sentia que algo não estava bem e meu corpo estava tentando expulsar isso, eventualmente me rasgando pouco a pouco, nem sei em que momento eu comecei a chorar de dor, parecia que eu estava queimando de dentro pra fora.

— Ora, um lorde o marcou — disse Alicent confusa ao me ver ficar tão deploravelmente, sua confusão se tornou em medo quando eu vomitei sangue, me sujando e quase me engasgando, por estar ainda deitado. — Pare com isso Aemond, não seja dramático e pare com isso! Nada vai te atingir, como sou a rainha, quando você retornar com a marca de outro isso acabara.

Ela deixou um alfa desconhecido me marcar? Ela deixou alguém me tocar enquanto eu estava inconsciente, esse mero pensamento me fez arregalar os olhos, me debatendo e gritando, mesmo que as minhas forças estivessem quase nulas.

E eu vomitei mais sangue, mais sangue e mais sangue, até que chegou um ponto que eu simplesmente desmaiei enquanto os gritos de Alicent por ajuda era ouvidos.

Meu corpo estava rejeitando a marca, porque meu lobo não suportou outro alfa me reivindicando. Um ômega Lúpus não podia ser marcado por qualquer um, por isso éramos raros e as chances de nascer alguém como eu são mínimas, entretanto quando um ômega lúpus nasce, seu ômega já terá um predestinado e essa pessoa será seu tudo, para sempre.

Eu podia viver uma vida de amargura, sem sua marca, sofrendo com incontáveis cios e com os cheiros de outros alfas me afetando se assim Lucerys quisesse, assim como ele sofreria por nunca ter um ômega. Porém, eu não iria conseguir viver com a marca de outro.

Meu corpo estava rejeitando e isso além de me machucar, de me ferir assim como meu lobo, me levaria a morte.

Lucerys

O ambiente estava cheio, todos bem vestidos, os cheiros me incomodavam demasiado, ainda mais quando ele não estava aqui.

Aemond...

Ele estava atrasado, foram buscá-lo e não encontraram, a rainha se atrasou e quando retornou estava abalada, parecia que ele não estava em canto nenhum. O ambiente ficou em silêncio mortal e eu estremeci de raiva, me sentindo angustiado e nervoso.

Onde diabos ele estava?

— Criston sumiu também...— foi o que Alicent falou baixo, logo estremecendo com o rosnado que eu deixei escapar. — Vamos acha-lo! Vamos, quero todos os guardas em busca do príncipe Aemond!

Isso virou uma bagunça, o que era para ser uma cerimônia de casamento, virou um circo, todos fingindo estar preocupados enquanto sussurravam sobre ele e Criston. Tive que sair daquele ambiente, sendo seguido por minha mãe que parecia confusa e arrasada.

— Deve ter acontecido algo, filho — disse minha mãe séria, mesmo que não pudesse ficar preocupada por conta da gravidez, ela estava. Parecia abalada e eu parei de andar pisando fundo e a parei. — Ele... Ele não fugiu de você, algo deve ter acontecido...

— Lucerys... — Maron chegou ofegante também e logo eu avistei mais adiante algumas pessoas se retirando do salão aos murmúrios. — Os guardas....

— Não quero saber — falei irritado, rosnando e eu vi o quão isso o atingiu, porém ele ficou quieto, minha mãe parecia temerosa — Mãe, volte e descanse, você está frágil. Eu vou atrás de Aemond e vou trazê-lo de volta.

E vou matar quem quer se seja que o pegou, não me importa.
Dando as costas para todos, eu fui em direção ao pátio, os guardas estavam uma loucura por toda parte e eu sabia que seria difícil, mais eu o encontraria.

Foda-se se ele fugiu com a merda do Criston, eu o buscaria nem que isso me fizesse morrer.
Eu tentei tanto dar espaço pra ele, nunca forcei nada, apenas o beijei uma vez e mesmo que eu tivesse usado todo meu autocontrole essas semanas, nada bastava além da distância, era agonizante tê-lo tão perto e não poder o abraçar, não poder o beijar.

Eu passei semanas me envolvendo na cerimônia, mesmo quando ele não queria sequer escolher as cores das flores, eu fiz tudo que pude, aconselhei minha mãe, ajudei a mesma com o casamento, a lista de convidados, até mesmo organizei Dritfmark, viajava para lá frequentemente afim de deixar tudo perfeito para morarmos juntos.

Eu organizei tudo e ele sequer se deu trabalho a comparecer, fugindo com um alfa?

— Chame todos os guardas, servos, foda-se — falei ao interromper a corrida de um soldado beta. Eu estava estremecendo de ódio. — Quero todos reunidos e eu quero informações!

Eu vou procurar por cada canto desse castelo e por esse reino e se for preciso vou buscá-lo até o inferno.

Gente, não me matem KKKKKK

Eu não ia postar esse capítulo assim, porque eu tenho que contar mais sobre a visão do Lucerys, então definitivamente o próximo capítulo vai ser sobre ele.

E sim, Aemond não tem paz.

Aí gente, me dá um dó mais fazer o que né, o sofrimento de vocês é o combustível da minha vida.

E nem era pra att agora, só que eu tava muito ansiosa.

Enfim, bjs

Meu Ômega Lúpus - LucemondOnde histórias criam vida. Descubra agora