MARIA EDUARDA - Sexta- feira.
Na terça meus pais me livraram do castigo, tinha ficado sem celular e sem meio de comunicação. Mas assim que peguei meu celular de volta, mandei mensagem pro número de Rafael, marcando nossa saída de hoje.
Como não faço idéia de pra onde vamos, coloquei uma roupa meio termo, nem tão simples nem tão sofisticada, um vestido soltinho de costa nua e uma sandália brilhante nos pés. Deixei meus cabelos soltos, uma maquiagem básica, passei meu perfume e esperei o horário que Rafael marcou.
O esperei dentro do meu quarto pra que meus pais não fizessem muitas perguntas. Eles não ligavam com quem eu me envolvia, mesmo eu não me envolvendo com ninguém nos últimos anos. O único problema que eles tinham era se eu manchasse o nome dele de alguma forma.
Fiquei ali cerca de cinco minutos e pontualmente Rafael mandou mensagem avisando que havia chegado e estava na frente da minha casa.
Desci as escadas e meus pais estavam sentados no sofá assistindo televisão.
- Já sabe né? Antes de meia-noite em casa, não beba demais e nem faça o que eu não faria.
- Sim pai. Pode deixar!
Assim que saí de casa, o olhar de Rafael veio diretamente em mim. Ele estava lindo, dentro de uma bermuda branca e uma camisa oversize num tom de verde escuro e um tênis branco nos pés, tinha uma correntinha de ouro em seu pescoço e uma pulseira de ouro também.
Seu cheiro eu senti de longe, um cheiro agradável e que denunciava sua total masculinidade.
Ele estava encostado na porta do carro e sorria pra mim.
- Você tá linda! - ele disse admirado e me cumprimentou com um beijo no canto da boca. Sua mão pousou na minha costa nua por conta do formato do vestido e eu me arrepiei com seu toque quente.
- Obrigada! Você também tá muito bonito.
Ele abriu a porta do carro pra mim, entrei e ele deu a volta pra se sentar no banco do motorista. Seu cheiro estava impregnado por todo o carro, era uma sensação boa sentir ele perto.
- Onde vamos? - perguntei colocando o cinto.
- Surpresa. - ele disse simples e deu de ombros. - Você vai ver e não vai se arrepender de ter vindo.
- Veremos então.
Conversamos mais um pouco sobre assuntos aleatórios, ele tinha uma boa lábia. Logo chegamos em um lugar muito bonito, um restaurante japonês que coincidentemente era minha comida favorita. Tinham diversas flores orientais no ambiente externo e as mesas eram de madeira escura.
- Acertei na escolha? - ele disse bem perto de mim.
- Com certeza! Japonês é meu favorito. - ele fez uma cara como se dissesse "eu sou o melhor"
- Eu imaginei. Vamos sentar, o que vai querer comer?
Sentamos em uma das mesas e fizemos nosso pedido ao garçom que foi nos atender.
- Me fala mais de você. Até agora só sei seu nome e seu endereço. - eu perguntei e ele riu.
- Seria o suficiente pra você saber mas eu vou te dar o privilégio de saber mais de mim. - cerrei os olhos pra ele e ri. - Meu nome você já sabe, é Rafael, tenho vinte e cinco anos, nascido e criado aqui no Rio...
- Com o que você trabalha?
- Tenho uma empresa. De importação e exportação. - ele disse sem dar muitos detalhes. - Acho que sobre mim é isso, o básico, agora quero saber de você.
- Sou Maria Eduarda, tenho vinte e dois anos, faço faculdade de Administração, infelizmente. Moro com meus pais, nasci e cresci no Rio também.
- Porque infelizmente?
- Não é bem o que eu queria fazer. Mas é o que temos.
- E porque você não faz o que realmente quer? - sua mão pousou na minha coxa e eu suspirei. Como pode eu me tornar tão sensível ao seu toque?
- É uma história longa. - fiquei desconfortável com o assunto e acho que percebeu pois logo mudou de assunto e fomos conversando sobre outras coisas.
O garçom depois de um tempo trouxe nossos pedidos e eu degustei a perfeição do sabor daquilo. Meu Deus, como eu amo comer.
- Calma, linda. A comida não vai fugir.
- Desculpa, eu amo sushi. Não tenho auto controle quando vejo uma barca dessa na minha frente. - ele gargalhou e continuou comendo.
- Quer pedir mais alguma coisa? - eu neguei com a cabeça - Tem certeza?
- Absoluta, eu to satisfeita. - ele assentiu fazendo sinal pra que o garçom trouxesse a conta.
Seu celular começou a tocar alto no bolso da bermuda. Ele olhou a tela e seu rosto que estava relaxado se tornou tenso.
- Tá tudo bem? - perguntei e ele assentiu.
- É problema no trabalho, eu preciso atender, só um minuto. - ele se levantou apressado e saiu do restaurante. De onde eu estava conseguia vê-lo passar a mão no cabelo preocupado e gesticulava com a mão como se estivesse brigando.
Alguns minutos depois ele voltou, pagou a conta em silêncio e veio até a mesa novamente.
Meu celular apitou notificando uma mensagem, meu pai mandava uma mensagem atrás da outra.
"Maria Eduarda, quero você em casa daqui vinte minutos."
"Se passar disso, você já sabe."
"Não interessa onde você tá, chegue em vinte minutos."
"Tive uma urgência no trabalho, sua mãe não pode ficar sozinha.""Já estou a caminho." - respondi e ele apenas visualizou.
- Você pode me levar pra casa? Meu pai teve uma emergência, eu preciso voltar.
- Espero não ter sido nada grave. Te levo sim, vou precisar resolver algumas coisas do trabalho também, vamos? - assenti e avisei que precisaria estar em vinte minutos em casa. - Você está falando com um piloto de fuga. - rimos de seu comentário.
E eu realmente achei que ele estava brincando, mas talvez ele tenha falado sério. O painel marcava quase 180km/h, eu nunca tinha andado tão rápido na minha vida.
- Está entregue, princesa. Cinco minutos mais cedo que o tempo combinado. - eu ri.
- Obrigada por hoje, Rafael. Até a próxima.
- Até a próxima. - ele beijou novamente o canto da minha boca e se manteve próximo de mim ao ponto de eu conseguir sentir sua respiração batendo na minha boca.
Acho que poderia aproveitar esses cinco minutos fazendo algo que tive vontade desde o inicio da noite. Ou será que não? Eu quero, mas não sei se ele quer o mesmo. Melhor não arriscar.
- Para de pensar demais, linda. - ele falou baixinho contra a minha boca, colocou seus dedos no meu queixo e eu estremeci.
Fiz o que ele pediu e não pensei nas consequências antes de colar minha boca na dele, chocando nossos lábios. Sua boca macia se abriu e sua língua pediu passagem, as borboletas no meu estômago estavam fazendo festa.
Sua mão arrastou pelo meu pescoço, pousando na minha nuca, o que facilitou nossa aproximação. Ele levemente puxou algumas mechas de cabelo de trás da minha cabeça me fazendo soltar um gemido entre o beijo.
Finalizamos o beijo com dois selinhos.
- Eu vou te mandar mensagem, tenha uma boa noite e não esquece de mim. - como se fosse possível.
- Não vou, boa noite! - nos despedimos com um ultimo selinho e ele só saiu de frente da minha casa quando eu entrei e meu pai já estava me esperando na sala.
- Foi responsável e pontual. - ele disse assim que eu entrei e eu assenti.
Entrei pro meu quarto, tomei um banho e me deitei esperando a mensagem de Rafael, mas acabei dormindo.
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O CHEFE DO TRÁFICO [CONCLUÍDA]
RomansaMaria Eduarda passou uma vida difícil nas mãos dos pais. É uma jovem que sempre fez de tudo pra esconder o que vivia dentro de casa, mas quando chega Rafael, ele se sente na obrigação de proteger e tirar Maria Eduarda da casa onde ela tanto sofria...