💍 Capítulo 22 💍

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JEONG YUNHO

[...]

A impaciência causou uma

turbulência que nos destruiu

Está caindo, tempestades

Queda livre sem fim

[...]

ATEEZ - Turbulence.

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A calmaria que exalava naquela casa não era a mesma que Yunho exalava de dentro de si quando San foi embora, pois assim que ele se foi, levou com ele toda a tranquilidade que estava sentindo com a companhia quando se viu livre para desabafar seus problemas e frustrações das últimas horas e dias. E quando Yunho se viu sozinho, a tranquilidade deu lugar a uma turbulência que fez todo seu corpo tremular, mas só quando ouviu a porta da frente da casa destravar e a figura de Mingi aparecer diante de seus olhos, que então sentiu nuvens cinzas se formarem sob suas cabeças. Sem se darem conta, uma tempestade desceu em toda a casa, distraindo ambos o suficiente para não perceberem a névoa branca que começava a crescer abaixo de seus pés, onde ficaram cegos o suficiente para não verem suas ruínas aos poucos esfarelarem. Ambos estavam exaustos e machucados demais para proteger um ao outro agora, mas eram orgulhosos demais para admitir que estavam passando por tal turbulência. Queriam evitar a dor um do outro, mas erroneamente haviam esquecido de proteger a si mesmos.

— Você... demorou. — Yunho disse devagar, encarando o relógio de ponteiros na parede da cozinha. — Já vão dar dezessete horas. — voltou os olhos para Mingi, vendo ele tirar o sobretudo e a boina dos cabelos e largar tudo no balcão.

O silêncio absoluto de Mingi passou a incomodar Yunho, que assistia o loiro fazer tudo de maneira automática como se não desse ouvidos para suas palavras. A frustração cresceu em seu peito, assim como a falta de paciência, que se escancarou em seu tom de voz ríspido.

— Olha aqui, Mingi! Você vai falar comigo ou vai continuar agindo como um moleque??? Eu estou falando com você! — disse irritado assim que o silêncio de Mingi se manteve, ficando confuso quando de repente viu ele dar a volta no balcão e andar em sua direção ao invés de falar a porra de uma única palavra. — O que voc- — no mesmo instante um suspiro surpreso escapou de seus lábios quando sentiu o corpo de Song se chocar com o seu de maneira bruta e atacar seus lábios em um beijo afoito. Sua cabeça atou um imenso nó enquanto sua consciência gritava em confusão, mas não demorou muito pra entender o que de fato Song queria quando em meio aquele beijo sentiu algo que nunca havia sentido antes. Era um beijo de desculpas, exatamente o que Yunho pensou assim que sentiu as mãos de Mingi em sua cintura, puxando seu corpo contra o dele como se temesse que escapasse dos braços que lhe prendia. Yunho havia beijado Mingi mais vezes do que poderia contar, e nenhuma das vezes que o beijou havia sentido coisas como na qual sentia naquele segundo. De todas as vezes, soube que por alguma razão que aquela era diferente.

— Me desculpe por mais cedo e por todas as vezes que eu fui um idiota nos últimos dias... — o sussurro rouco de Song adentrou os ouvidos de Yunho assim sentiu o mais velho enterrar os lábios em seu pescoço, fazendo traços com a língua e dentes sem dó, marcando território em toda sua pele. Seu coração estava bombeando sangue para suas veias mais do que o necessário, e soube disso quando seu corpo elevou a temperatura quando as mãos grossas de Song apertaram sua bunda sem aviso prévio. — Eu ando tão estressado com tudo e eu só... — Yunho arfou de maneira alta quando sentiu os dentes de Song prenderem no lóbulo de sua orelha, lhe fazendo fechar os olhos quando segurou os fios da nuca do mais velho, travando um gemido no meio da garganta — eu só preciso de você agora, Yunho. Preciso sentir você.

LOYALTY II - O passado fica para trásOnde histórias criam vida. Descubra agora