O dia perfeito na vida de qualquer cirurgião plástico. Uma festa social de negócios após saber que é indicada para o prêmio Nobel. Junto a sua noiva que em breve assumirá a empresa multimilionária de sua familia.
Chloe Vitanari desce as escadas brancas de mármore, todo o burburinho do evento silenciado ao sentirem sua presença, loira de um sorriso angelical, sua voz sempre tão aguda e doce como se criada pelos anjos. Minha noiva, me apaixonei perdidamente por essa mulher a tanto tempo que não me lembro de um momento da minha vida que eu não amei. Somos aquele tipo de casal que todos acompanham nas redes sociais e ficam horas imaginando como seriam suas vidas no nosso lugar por apenas um dia. Enjoo e ânsia me alcançam com força por conta da ansieadade.
— Ela é magnífica, nossa mulher é realmente linda, Irmão - Escuto Jhonatan, meu melhor amigo dizer em um tom zombeteiro para que apenas eu escute.
— Ela é areia demais para seu caminhãozinho - Sorrio para o loiro
— Você acha? Quem sabe você pode perguntar isso a ela - Seus olhos têm um brilho familiar
— Rapazes? - Fernanda aparece ao lado do Jhonatan e ele enlaça sua cintura.
— Olá Nanda, você está muito bonita hoje - Abro um largo sorriso encarando Jhonatan ao beijar a bocheca da moça. De fato Fernanda está mesmo linda, seus cabelos em um tom de castanho escuro e usando um longo vestido verde musgo que caiu muito bem em seu corpo, me controlo para não olhar seu decote em V.
— Obrigada Conner - Ela sorri
Os olhos de Jhonatan dizem muito, ele sabe que esse jogo que pretende fazer eu também sei e comecei antes dele mas não dará o braço a torce
— Querido? -Me viro e olhos verdes me encaravam, me lembram de dias que tudo que eu mais queria no mundo era poder encara-los de perto. Sua maquiagem está bem feita e mais forte que o habitual, acredito que isso seja obra de Brenda querendo deixa-lá mais chamativa para hoje, seus cabelos estão soltos completamente lisos, não é possíve achar um fio desodernado. Sua boca está com um tom rosado, suas bochecas estão levemente coradas por conta do blush e um sorriso com dentes alinhados perfeitamente me chamam atenção.
— Oi meu bem - Abraço-a dando um selinho na minha noiva. Sinto seu cheiro, citrico que vai ficando adocicado ao passar do tempo
— Jhonatan... - O olhar dela passa por Nanda como se ela nem estivesse ali, sinto vontade de me enterrar em um buraco pela atitude infantil
— Oi loirinha - Ele passa Nanda para sua frente abraçando a cintura da garota encaixando o queixo na curva de seu pescoço. Deixando implicito o desafio para Chloe cumprimentá-la
— Olá Chloe, você está linda e a festa também está - Nanda diz por trás do seu sorriso amarelo em uma tentativa gentil de amenizar o clima. Admiro a atitude descontraída, ela e a Chloe se desentenderam uma vez no passado por minha causa, acontece que a Chloe tinha um certo ciúmes da garota
— Obrigada - Minha noiva responde com um sorriso que para quem não a conhece diria que é gentil mas com anos de convivência se aprende que é tão falso quanto seu cabelo loiroAproximo a loira de mim cheirando seu pescoço sabendo que ela brigará comigo por estar "agarrado" com ela em público. Eu, Jhonatan e Chloe nos conhecemos ao mesmo tempo, três idiotas enchendo a cara em um bar, Jhon deu em cima dela e conseguiu um belo fora, mesmo asssim ela aceitou se juntar a ele na missão de fazer com que eu fosse para a cama com alguém naquela noite, no final, acabamos os três bêbados e chapados demais em para lembrar quem era o dono do quarto de hotel que paramos. Com o tempo surgiram mais pessoas na nossa roda social, Fernada foi uma dessas pessoas, porém sempre permanecemos nós três... Bem, ou quase sempre. Houve momentos, momentos que eu não posso me permitir pensar a menos que queira voltar a ficar bêbado demais em algum bar só para não lembrar de outro alguém
— Gabriel? - Chloe me acorda de meus pensamentos e vejo que não a soltei até agora.— Desculpe, estou um pouco distraído por conta do cansaço. Vou beber algo para acordar, licença amor. - A solto com um beijo na testa
— Trás um margarita para mim - Ela responde
Passo os dedos pela gravata enquanto ando em direção ao bar, estou nervoso, não fumo a algum tempo, eu e Chloe costumávamos esvaziar a mente , porém desde que ela precisou se concentrar para assumir os negócios de família combinamos de parar, sessenta dias, ta fudendo comigo. Quando não estou ocupado o suficiente ou bêbado é um inferno estar consciente.
— Boa noite - Digo ao Barman
— Duas doses de Blue Label por gentileza. - Peço e observe o rapaz se afastar para preparar uma bebida
Me sento na banqueta, estou suando frio, preciso extravasar, também não transo a um tempo específico, Chloe decidiu seguir o celibato desde o pedido de noivado há um mês atrás, ela diz que quer se manter "pura" até o casamento. Não sou um cara egoísta e babaca ao ponto de arrumar uma amante por não conseguir controlar a testosterona mas não tá fácil, não posso fumar, não posso foder e aparentemente nem pensar
— Só isso mesmo? - O barman empurra as bebidas para mim
— Me vê uma dose do que ele pediu - Outra pessoa corta antes que eu o responda. Sinto meu corpo inteiro se arrepiar com a voz familiar, meus sentidos parecem me trair.
Então eu a vejo. Seus cabelos que já uma vez foram tão escuros quanto a meia noite estão claros, um tom de castanho claro com mechas iluminadas, preso a um coque frances. Sua pele tão terrivelmente branca parece até mais clara agora. É ela, só poder ser ela. Meus músculos estão tensos. Viro os dois copos a minha frente direto na garganta, o líquido desce queimando e o álcool me atinge com força.
— Noite difícil? - Ela pergunta, agora sentado ao meu lado, o rosto apoiado em uma das mãos por cima do balcão, o vestido com um tom levemente mais escuro que azul royal, o tecido parece ser macio e minhas mãos formigam para toca-lo, chega a ser imoral de tão justo e perfeito que se encaixou em seu corpo, com costas nuas e abertura nas coxas. Sinto minha boca secar e o folêgo sai do meu corpo. Seus olhos castanhos parecem mais vivos com a luz e sua boca está brilhando com um gloss que me dá vontade de sentir o gosto. Não. Desvio o olhar, maldição, meu maior pesadelo está aqui, em carne e osso, parecendo ser feita por algum tipo de Deus.
— Apenas ansioso para o evento, nada além - Respondo tentando soar o mais seco possível
— Seu pedido senhorita - o Barman entrega a ela sua bebida.
— Obrigada! - Ela abre um largo sorriso e suas bochechas coram, o barman ficam nitidamente sem palavras e me preocupo se talvez eu tenha agido assim. Aposto que sei bem o que ele está pensando.
— Traga mais duas por favor para o rapaz ali - Ela inclina a cabeça na direção. O barman parece perdido na garota e após um atraso de três segundos finalmente se vira para mim, confirmo.
A garota me encara, nossos olhares fixos um no outro, ela leva o copo à boca, a mesma passa língua pela pontinha do copo e então bebe o líquido de uma vez. Sinto meu corpo esquentar e vejo suas bochechas ganhando cor mostrando o efeito do álcool em seu corpo
— Então senhor... Conner? - Percebo que ela lê o nome prateado preso ao meu terno
— Sim - Digo sentindo minha mão suar, rezo para que ela não se lembre de mim e caso lembre acredite no meu fingimento mal feito
— Você então é um dos indicados ao prêmio Nobel de medicina - Ela afirma com um sorriso— Aposto que esse é então o motivo de comemoração.
— Acredito que sim - Corto desviando o olhar da garota para pegar as bebidas que o barman serve à minha frente. Pego a primeira e bebo de uma vez.
— Sabe você é familiar, acho que nós já nos conhecemos de algum lugar - Meu corpo treme, derrubo o segundo copo que levava a boca em cima do terno — Merda - Digo me levantando tentando diminuir a proporção que o liquido molha o terno
Escuto uma risada doce e familiar vinda da garota ao meu lado, meu coração aperta e meu sangue ferve.
— Desculpe, senhor Conner, não quis assustá-lo, pode ser engano - Ela sorri me oferecendo um guardanapo de pano, eu o pego e começo a limpar a região com bebida
— Afinal um homem como o senhor, um cirurgião, não deve frequentar os mesmos lugares que uma meretriz. - Sinto meu sangue ferver e o meu corpo inteiro tensionar. Encaro a garota de olhos arregalados, ela não pode estar falando sério.Eu deveria dizer algo, eu quero xingá-la, a ideia dela realmente ser uma protituta agora é como um chute no saco. Eu vou matar ela se isso for verdade. Ela sorri e me sinto um idiota
— Perdão, era uma piada, não precisa ser tão sério. Me chamo Torrance Van Knigger - Ela estende a mão
— Eu sei o seu nome - Digo em voz alta antes mesmo que eu possa pensar melhor sobre o que responder, saiu de forma automatica e me arrependo assim que vejo que o olhar surpreso da garota. Estúpido, se eu pretendia fingir que não a conheço, joguei a oportunidade para longe agora
— Ah.. Certo, afinal não é tão difícil, né? - Ela dá um sorriso amarelo abaixando a mão ao ver que não irei aceitar o cumprimento.
Ela então entrega algo ao barman, um papel. Eu nem o tinha visto chegar e se esse papel for o que eu acho que é, esse barman é um homem morto.
— Pode ficar - Olho para ela confuso, não sei se falou comigo ou com ele.
— Com o guardanapo, Sr. - Ela coloca uma mecha solta do cabelo atrás da orelha me fazendo reparar nas tatuagens em seu braço, sem conseguir me controlar olho novamente para suas coxas notando que elas também estão marcadas por desenhos. Puta merda. Será que ela fez o que disse que faria. - A pergunta está na ponta da língua - Sinto meu corpo vibrar para perguntar mas me contenho.
— Bem... Agora preciso ir, se me der licença Sr Conner, tenho uma reunião com possíveis parceiros de negócios - Ela diz se levantando de costas para mim, me esforço muito para não olhar para sua bunda, praticamente fechando os olhos com tanta força que minha vista dói.
O barman me tira do transe ao me servir uma bebida e soltar uma toce forçada para que eu abra os olhos, margarita. E ele também me oferece um papel
— A senhorita Torrance pediu para entrega-lo. Pego assim que vejo algo escrito
A bebida de sua noiva, não aconselho o senhor a beber mais, pessoas bêbadas buscam o que não podem ter ou que não deveriam querer tanto assim. Você fica bem de terno Gabriel e por isso hoje as bebidas foram por minha conta, na próxima você paga.
Vadia desgraçada. Enfio o bilhete no bolso do terno
Um arrepio percorre meu corpo, sinto os pelinhos da minha nuca arrepiarem, é como se ela ainda estivesse por perto me observando. Giro o olhar ao redor procurando-a.Olhos marcantes me encontram, encostada na parede ao lado do elevador que tem letras prateadas no topo, BZK. Merda, o prédio é dela e então minha ficha cai tão forte quanto uma colesão na cabeça, sou completamente burro e idiota por não ter percebido, vai ser ela quem vai negociar com a minha noiva sobre as ações da empresa, maldição, era óbvio e mesmo assim deixei passar, o sobrenome dela que é o dono do prédio que estamos agora. Os Torrance compram ações das lojas Vitanari a mais de 10 anos, tendo 40% das ações totais.
Estou fudido em saber que a única que pode fuder meu casamento é quem vai almoçar com a minha noiva amanhã. E a desgraçada ainda é linda, o tempo a deixou fodidamente mais - balanço a cabeça em negação antes que meus pensamentos me tornem um traidor - Seu vestido agora com ela em pé cai perfeitamente em seu corpo, realçando suas curvas que aumentaram ao longo dos anos . Ela tem um sorriso cínico. Faço uma expressão séria em sua direção, preciso fazer-la pensar que não gostei de vê-la, mesmo que eu nunca tenha me sentindo tão vivo a anos. Ela faz o símbolo do infinito no ar e eu a conheço bem demais para saber que agora não é uma declaração de amor, é um desafio.
Todo o alcool que bebi parece ter desaparecido, sinto a adrenalina percorrer meu corpo com a ideia de sobrevivência porque tudo que Torrance representa é perigo. E uma parte de mim se sente fodidamente culpado agora. Tem uma mulher linda me esperando enquanto eu não consigo tirar os olhos da minha ex.
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Hi guys!
Então queridas(os), pessoas, leitores... É o começo de muitas obras que pretendo públicar conforme for escrevendo. Peço que me perdoem caso não esteja tão bem escrito, não tenho tanta prática mas prometo que irei melhorar com o tempo.Bem, é isso, se gostarem votem e comentem o que acharam e até mesmo sugestões, criticas construtivas serão bem-vindas.
Beijinhos da BZK <3
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Torrance - Merkleinz
RomanceNão faço sinopses. Porém deixo aqui minha dedicatória: "A todas as vadias que tiveram seus corações quebrados e se tornaram uma versão pior de quem os quebrou" E aqui deixo com vocês um trecho dessa obra: "Todo o alcool que bebi parece...