Family Issues, Version Original • JIKOOK

Capítulo Dez

PARK JIMIN pov

   O dia de amanhã seria um inferno, o dia em que Haewon e Yukhei iriam se casar. E também o pivô horrível que me faria ter vontade de morrer.

Estávamos dentro do carro, meus braços mantinham-se cruzados e minha expressão carregava uma carranca de um idoso ranzinza, ao meu lado se encontrava Nari e Kwan-soo, os irmãos cantavam sincronizadamente uma música pop ao passo em que Seulgi — sentada no banco do passageiro — colocava seu rosto para fora do carro e gritava em plenos pulmões o refrão da música.

A vontade que eu tinha era de empurrar todo seu corpo para fora, ela era uma falsa que simplesmente disse que não contaria a ninguém sobre a minha gravidez, mas que na primeira brecha que teve, soltou aos quatro ventos.

Nunca fui de guardar rancor, no entanto aprendi a ser assim desde que meu sobrenome passou a ser "Jeon", e como eu sentia saudade do simples e prático "Park".

O motorista somente se concentrava em não bater o carro pela velocidade em que estava, me pergunto quem teve a idéia de por Haewon para dirigir, a mesma tinha acabado de sair de uma loja e se entupido de champanhe até não aguentar mais, depois foi arrastada para fora por seu irmão mais velho.

E falando nesse irmão, ele tinha suas mãos bem longe de mim, apesar de eu estar sentado em seu colo querendo lhe socar o rosto.

Por que Jungkook tinha que vir junto? Eu aceitei de imediato ir com eles na prova do vestido quando Nari me convidou, precisava sair e distrair-me de tudo que deixava-me mal, esquecer um pouco dos pensamentos nada saudáveis que eu andava tendo.

Porém, o meu marido também fazia parte do meu estresse, e ele veio com a gente mesmo sem ser convidado.

Não tínhamos conversado, eu não queria falar com ele, poderia ser infantil da minha parte eu sabia, mas não tinha como ouvir a sua voz sem querer lhe bater ou me desfazer em um choro vergonhoso.

Ele foi tão maldoso comigo, Jungkook vinha alimentando minha quota de decepções desde que saímos da Coréia, eu tinha me enganado quando pensei que sair da agitação de Seul me faria bem.

Se eu soubesse, teria recusado de primeira.

Agora estamos nessa, juntos ao mesmo tempo que separados. Não precisei abrir a boca para dizer que queria um tempo, ele me conhecia bem o suficiente para entender que minha mudez diante de si, significava isso, e mais coisas.

Somos casados há um tempo considerado longo, e com essa convivência extensa adquirimos o talento de saber decifrar o que o outro sente com apenas os olhos, sem falar que a ligação pela marca ajudava bastante.

Mas... Por que somente agora eu e ele estávamos assim? Nosso casamento estava na fase de turbulência?

Eu não gostava disso, me sentia mal por ter chegado a esse ponto, porém sabia que fazia parte da vida a dois, e mesmo a contragosto terei de enfrentar, juntos ou não.

O clima na mansão não era um dos piores, confesso que imaginei que uma tensão insuportável fosse pairar sobre o ambiente quando todos retornassem, sobretudo não. Eles agiam naturalmente, me tratavam da mesma forma que antes e eu ficava indeciso entre saber se ficava feliz ou não, se isso era bom ou ruim.

Foi de uma hora para outra que as cobras passaram a se dirigir a mim com mais educação, alguns eu via a falsidade forçada, outros — algo que eu foi um choque — eram a mais pura sinceridade e gentileza.

O que havia acontecido para que eles virassem pessoais normais e suportáveis?

A tia de Jungkook, vulgo o nome é Jeon Hana veio à mim me pedir desculpas pela inconveniência que fez na ilha, eu não queria desculpa-lá, queria que ela fosse se ferrar bem longe de mim, porém eu aceitei as desculpas falsas.