UM GRANDE PORTÃO SE ABRIU em sonoro estrondo, a cidade estava cercado pelos enormes muros de seis metros, ali estavam os povos do imperador Kangxi. Aquela noite os guardas falharam miseravelmente: os invasores animalescos estavam agora mais próximos do que nunca. De dentro da enorme construção de pedras, um portão de madeira caiu no chão sendo pisoteado com os ruídos dos cascos de cavalos, ecoando como um enorme trovão, aqueles eram os caçadores Yãng, conhecidos na cidade por sua sabedoria nórdica com tudo que era místico e sobrenatural.
Os lobos não queriam guerra, queriam paz. Era possível escutar e ver os vultos passando velozes pelas vielas da província, com suas velas e castiçais os povos do império se escondia, fechavam portas, janelas e mulheres gritavam horrorizadas.
Eles não atacavam os inocentes, aqueles que jogavam blasfêmias sobre a espécie, apenas queriam chegar juntos até o império, essa foi a decisão do alfa, o líder insuperável, foi clara e branda: sem derramento de sangue.
Todavia, mal ele sabia que seria sim preciso de todo aquele sangue para terem a paz em sua existência. Não eram os culpados pelo rebanho das ovelhas, não eram eles assassinos de todos os corpos encontrados nos últimos anos — sem explicação, o resultado era sempre declarado como culpa dos lobos.
Não eram os devedores da lei. Não faziam parte disso.
Para o alfa, tantas mortes e perdas injustas de seus entes e familiares estava inaceitável.
Diante do palácio da zǐ jìn chéng, uma linha de oficiais seguia impedindo a passagem. O cavalo de pelagem branca estava a frente, o homem com total soberania e um sorriso tirano era o primeiro Yãng, aquele que deu inicio a caçada aos lobos, e seus cabelos loiros e seus braços fortes era a única beleza que tinha.
Os lobos abriram passagem para o alfa, enquanto este surgia entre os enormes animais, era possível escutar o rosnado ameaçador que emitiam e a salivação entre dentes afiados.
— É uma pena que nossos cavalos não corram em círculos tão fáceis como esses lobisomens.
Antes os caçadores eram em maior número, porém os lobos surgiram e havia mais de uma centena deles, arriscando-se em união sólida. O alfa era o lobo negro, sua pelagem era macia só de olhar, longa e lisa, belíssimo animal-homem.
O corpo do alfa mudou, seus pelos sumiram na pele, sua estrutura e ossos se partiram para tornar-se humana, um corpo atlético, completamente nu e belo. Era alto e esguio, suas costas largas causavam suspiros, e não havia um centímetro fora do lugar, sua pele era pálida como a lua e todos o conheciam por isso, já os cabelos pretos como ébano e revoltos honravam a pelagem do seu belo ser místico, o rosto ao todo era jovial, um menino de vinte anos — era o que diziam —, mas não sabiam os séculos que corriam naquelas veias, a luta pela sobrevivência, a criança e altura descomunal de qualquer ser que viesse da idade dos deuses.
— Não queremos guerra. — disse, sério e alto o suficiente.
Zhen Yãng sorriu de canto.
— Apenas um poderá entrar, os demais iram esperar.
— Se algo acontecer comigo, todos iram morrer. — olhou para os lobos por detrás do ombro.
— Temos dois mil oficiais aqui para defender o império .
— Tenho mais centenas de lobos na floresta, esperando o meu chamado... Um lobo matara cem homens.
— Não os Yãng.
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A maldição do Alfa - Imagine Jungkook / Yoongi
Lãng mạnROMANCE | ALFA x CAÇADORA | SLOW BURN A lenda da maldição contava que para cessar a guerra entre os seres da lua e seus caçadores insaciáveis, era necessário que o feroz e enlouquecido alfa encontrasse sua salvadora. Depois de séculos, os anciões co...