Solidão - Lawzo

Traidor

Zoro abriu com força a porta de seu apartamento, saindo praticamente correndo de sua casa.

"Que ódio. Que ódio. Que ódio. Que ódio. Que ódio!QUE ÓDIO!"

Essas palavras se repetiam em sua cabeça.

A chuva escorria por seu rosto, encharcando suas roupas. Mas aquilo pouco lhe importava.

Não.
Por que se importaria de se molhar?
Mas que merda.
Aquilo era uma merda.

Ele era um merda .

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- Sanji, eu vou chegar um pouco tarde hoje, tem problema?

- Sem problema meu amor! Vou estar te esperando. - O loiro diz, logo em seguida dando um selinho rápido.

O Roronoa sorriu.

Estava ansioso.

Era seu aniversário, e ele estava com esperanças de que seu namorado lhe faria uma surpresa, então decidiu trabalhar um pouco mais, para que pudesse preparar tudo direitinho.

Zoro não era de criar expectativas, mas ele viu alguns presentes escondidos no armário de Sanji e além disso, o mesmo estava agindo de forma estranha.

"Ele deve estar fazendo uma supresa... será?"

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Tinha que admitir, adorou receber presentes de seus amigos, principalmente as bebidas. O dia foi menos estressante, mesmo com o trabalho extra.

É claro, por conta deles.

Mas, porém, todavia, entretanto, Roronoa estava com certeza mais animado para ver ele.

...

Ele respirou fundo e abriu a porta lentamente.

- Sanji...? ...- O silêncio reinou. - Amor? - Tentou novamente.

Zoro passou a mão devagar pela parede, procurando o interruptor. Acendeu a luz e seu coração apertou ao ver roupas largadas no chão.

Roupas femininas.

O homem engoliu em seco.

Ia tentar chamar o Vinsmoke quando foi cortado por um gemido.

Ele apertou o passo, subindo as escadas rapidamente, sem fazer barulho.

Ao chegar no topo, conseguiu ouvir mais gemidos.

Infelizmente reconheceu a voz dele.
Era Sanji.

Sanji gemendo.

Seus olhos começaram a marejar.

"Ele não faria isso. Faria...?"

Caminhou em direção ao seu quarto, e abriu a porta lentamente.
Sua visão ficou turva. Seu coração despencou

"Porra...p-porra..."

De seus olhos, pequenas gotas escorreram, molhando seu rosto.

- Caralho Sanj-ji... - Ele murmurou com a voz falhando - No meu aniversário...? NO MEU ANIVERSÁRIO SEU COZINHEIRO DE MERDA?!! - Zoro berrou, assustando as duas pessoas no quarto.

O loiro se virou, ainda por cima da mulher, que estava confusa.
Imediatamente o homem saiu dela e levantou-se, olhando aturdido para o Roronoa.

- Z-Zoro? A-achei que vo-você ia voltar mais tarde...? - Ele gaguejou, ainda em choque.

- Já é tarde, arrombado! - O esverdeado gritou irritado. - ...P-porra. Eu...eu realmente acreditei que você tinha mudado. De verdade...

- E-Eu mudei! - Sanji disse, se aproximando do maior.

Zoro riu com desgosto.
Seu rosto devia estar uma bangunça, mas quem se importava?

- É sério que você vai dizer isso com uma mulher na merda da minha cama? Mulher essa que você tava fodendo alguns segundos atrás?! - Ele questionou incrédulo. - Você de fato não tem vergonha na cara.

- Zoro...

- NÃO ME ENCOSTA SEU LIXO! - Ele exclamou batendo com força na mão do Vinsmoke. - Foda-se também. Faz o que você quiser. A gente acabou.

- Esper-

A porta se fechou na cara do loiro.

- ....

- Que porra é essa?! - A mulher gritou. - Você me disse que era solteiro!!

- Eu disse que estava ficando com alguém. - Ele a encarou .

Ela bufou.

- Querido, existe um GRANDE diferença entre estar FICANDO com alguém ou NAMORANDO a pessoa.

- E que têm isso?! Você disse que queria transar! - O mais velho exclamou ficando frustado.

- CARA, DÁ UM TEMPO! VOCÊ TEM NAMORADO! EU NÃO QUERO FICAR ENVOLVIDA NA PORRA DE UMA TRAIÇÃO!! - Ela esbravejou começando a se vestir.

- A CULPA NÃO É MINHA!

- CLARO QUE É!!

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Ele continou correndo sem rumo, com a chuva caindo pesarosamente em suas costas. Sentia o gosto da água misturado com as lágrimas salgadas.

Respirou com dificuldade, seus soluços sendo abafados pelo barulho da tempestade.

Zoro sentia seu coração apertando, como se estivesse prestes a ter um ataque cardíaco.

No fundo ele queria que realmente fosse isso. Como queria. Tinha vontade de desmaiar ou simplesmente morrer.
Estava sendo dramático. Sabia disso. Mas mesmo assim a dor não diminuia. Na verdade, tornava tudo pior.

Se sentia um lixo.

O homem acabou tropeçando, caindo com as mãos nos chão, evitando que sua cara atingisse fosse atingida com tudo.

Mais lágrimas escorreram.

Suas costas sentiam o peso aumentando.
A chuva estava aumentando.

...

Seria mesmo o peso da chuva ou seria o de sua dor?