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| LUNA |

- sabe amiga, tem hora que desejo sumir... evaporar. - dou um gole na cerveja - ainda mais agora com essa situação toda.

Olho para Olívia que estava sentada na minha frente com uma Heineken na mão. Ela veio procurando Marçal mas acabou ficando por aqui quando me viu.

- seu pai é meio maluco também né, você aí cavala veia e ele te tratando igual criança, nunca vi. - revira os olhos.

- chega de assunto depressivo carai, vamo aproveitar o climinha que tá - Marçal fala soltando a fumaça do cigarro.

- climinha do inferno né - coimbra diz dando um gole na minha cerveja - calor pra caralho, tá bom pra pegar uma prainha.

- querem ir lá pra casa? Minha mãe saiu e a piscina tá liberada. - a ruiva diz se levantando.

- queria ir amiga, mas essas horas meu pai deve tá igual doido atrás de mim - bufo.

- eu aceito o convite minha ruiva - marçal diz - saudades da sua piscina po - puxa ela pela cintura.

- coisa boa então, vão os dois
embora - coimbra levanta empurrando
eles - tenho coisa melhor pra fazer.

Começo a rir da situação. Rafael chutando eles praticamente pra fora, sai correndo atrás pra me despedir. Cheguei no portão e dei tchau para os dois que reclamavam da expulsão. Fui até Coimbra e o abracei, ficamos encostados no portão observando nossos amigos descerem o morro em direção a casa de Olívia.

Olhei pra cima e vi meu pai descer igual um furacão com mais uns cinco vapores. Foi muito rápido, tudo em minha volta começou a passar em câmera lenta..

Quando me dei conta já estava chorando de desespero enquanto meu pai me arrastava pro meio da rua, mandando seus "soldadinhos" segurarem Coimbra.

Meu pai me batendo no meio da rua, o olhar de ódio de Coimbra sobre ele... e as pessoas envolta apenas apreciando aquele show, que com certeza seria divulgado mais tarde no Instagram de fofoca.

Sabia que uma hora ou outra Grego iria descobrir onde eu estava, mas nunca esperei que ele iria me bater. Ainda mais no meio da rua para qualquer um ver, me senti humilhada, vulnerável. Estava tomando uma coça, sentia meu cabelo sendo puxado e alguns socos deferidos em meu corpo fora os xingamentos excessivos.

- se for pra bater em alguém me bate então caralho. - escutei coimbra gritar - eu to bem aqui porra não tá vendo, tá escutando grego?

Os tapas e socos pararam, fiquei alguns segundos encolhida sentindo todo meu corpo doer até perceber o motivo. Olhei pro lado e vi meu pai e Rafael em um tipo de luta, murros atrás de murros, chutes e sangue expirando pra todo lado.

Me desesperei, alguém ia sair morto dali não queria presenciar aquilo. Me levantei com dificuldade gritando para pararem mas não adiantou.

Percebi Grego que um dia chamei de pai, tomou um soco que o tonteou, quando Coimbra foi tentar ir pra cima dele vi seus vaporzinhos segurarem ele novamente.

- eu te avisei pra não chegar perto
dela porra. - grego diz cuspindo um pouco de sangue.

- tu quer me envolver em problema seu com meu pai, me afastar dela não vai adiantar nada! - grita- qual foi caralho tu é
carente? - coimbra responde se soltando de quem o segurava.

- fala direito comigo seu muleque, você tá ligado que o b.o e todo seu, ainda mais agora que o Sabiá não tá aqui.

- e você tá ligado o porque dele ter sumido que eu sei, alguma coisa tem, e parece que você tá cagando de medo né porra. - passa o dedo em seu lábio cortado -

Eu não estava entendendo nada, minha cabeça tava mil por hora. Como assim b.o? Do que ele tá falando.

- qual foi caralho, acha mermo que vou ter medo de Sabiá? - solta uma risada irônica - seu pai sempre teve debaixo da sola do meu pé e não é agora que isso vai mudar.

- você é um cuzão ingrato, isso
sim. - coimbra aponta o dedo pra ele - depois de anos que meu pai teve do teu lado, namoral você tem que se fuder muito.

Vi Grego tirar a sua glock da cintura e apontar pra Rafael que continuou o encarando.

- repete filho da puta - chega perto com a arma apontada - repete se tu for homem mermo.

Tirei forças da onde não tinha, meu corpo doía.. sentia uma ardência nas minhas pernas, com certeza tinha ralado. Entrei na frente de Coimbra me fazendo de escudo, se precisasse eu daria a minha vida ali por ele..

- para com isso grego - grito em meio
ao choro - o que tá acontecendo com você ?

- sai da frente dele. - diz entre dentes.

- por que tá fazendo da minha vida um inferno assim? - cuspia as palavras nele - se a mamãe estivesse aqui ela me entenderia, ela sim me apoiaria.. diferente de você.

- mas ela tá morta - diz friamente - então para de querer ser essas vagabunda que senta pra bandidinho.

Não acreditava naquilo, não o reconhecia.

Ele estava mudado, parecia outra pessoa. Meu pai nunca tinha levantado a mão pra mim, porque minha mãe sempre acreditou que a base de uma boa relação era o diálogo não a violência. Mas agora além de me espancar no meio da rua está me chamando de vagabunda.

- eu te odeio. - sussurro sentindo um bolo se formar em minha garganta - EU TE ODEIO GREGO - grito sentindo agora minhas lágrimas descerem descontroladamente.

Seu semblante mudou, mas ele não disse nada apenas saiu andando com seus soldadinhos atrás.

Sentia algo dentro de mim rasgar como se um grito quisesse sair, a dor no corpo aumentou de uma vez me fazendo cair no chão, meu couro cabeludo doía fazendo minha cabeça explodir de dor. Olhei pras minhas pernas e braços que estavam com sangue, me machuquei bastante...

Escutei Rafael xingando algumas pessoas que estavam em volta observando o show, logo senti seus braços me envolvendo em um abraço apertado, que me trazia segurança.

- vou te levar no postinho amor. - diz me pegando no colo - isso aí não vai ficar barato, uma hora a conta chega
pra ele te garanto isso. - cheira meu pescoço.

Apenas concordei, queria um remédio logo pra parar essa dor... que era tanto física quanto emocional. Queria algo pra esquecer um pouco, nem que seja por algumas horinhas. E como Coimbra disse uma hora a conta chega, por mais que demore... mas chega.

 mas chega

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NOTA ↓

Oi amorecos.

Me contem oq estão achando da fic 😁
Não se esqueçam de comentar e clicar na estrelinha hein!

Até o próximo..

Beijos da Cindy 💋

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