Capítulo 70

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Dulce= Christopher. – séria. – Nem tivemos coragem de transar ali. Você foi o primeiro a dizer que não tinha como transar na cama que sabia que agora os seus pais dormiam, foi ou não foi isso?

Christopher= Sim... – viu-a dar de ombros. – Mas é diferente.

Dulce= O que é diferente, amor? Que não vamos transar no pós-parto? – ele assentiu rapidamente. – Tá certo, não vamos, mas e todo o resto? E o berço que você fez questão de montar sozinho? – apontou a direção dos quartos. – E a parede que você fez questão de pintar de rosa? De escrever "Camila" em cada detalhe daquele lugar? E tudo o que preparamos para ela? A ideia é que guardemos isso e vivamos essa fase somente três meses depois, é isso? – suspirou. – Pergunto numa boa, vida, nós estamos conversando. É isso o que você quer?

Christopher= Dulce... – exalou pesadamente.

Dulce= Eu estou perguntando numa boa. – tocou a mão dele. – De verdade.

Christopher= Eu sei que você está pensando no agora, e eu concordo que isso faz sentido e que é muito válido. – coçou a cabeça. – Mas...

Dulce= Mas...? – não soltou a outra mão dele. – Fale.

Christopher= Sabe o que eu quero? Que Camila possa ter a mesma resposta que o Gustavo tem. – mirou-a. – "De onde você é?" "Ah, sou do México".

Dulce= Eu entendo. – disse suave. – Mas você não considera que essa é uma reposta que ela vai dar de qualquer maneira?

Christopher= Não. – disse firme. – Porque não é a mesma coisa dizer "sou mexicana" e dizer "meu pai é mexicano". Não é a mesma coisa.

Dulce= Entendi. – sussurrou.

Christopher= Não te importa esta parte? – exalou. – Como isso pode não ser uma questão para você?

Dulce= Simplesmente não é. Não foi com o Gustavo e não é com ela. – contraiu levemente os lábios. – Me desculpe por não ter me atentado a isso, por não ter cogitado que isso pudesse ser tão relevante para você.

Christopher= Só gostaria que me entendesse. – disse baixo.

Dulce= E eu entendo, amor, de verdade. – entrelaçou a mão à dele. – Quando te peço desculpas por não ter feito isso antes, é porque, de fato, não me atentei. Eu poderia, sim, ter tido essa conversa há meses, mas eu não... não me toquei disso.

Christopher= O erro também é meu, digo... – mirou-a. – Considerei que esse fosse um assunto óbvio e nunca te falei nada. Não pensei que ele pudesse pesar para mim de maneira diferente do que pesa para você.

Dulce= Está tudo bem. – deu-lhe uma piscadela e ele lhe sorriu. – Como resolvemos isso agora?

Christopher= Posso falar e você promete levar em consideração?

Dulce= Hmm... – beijou seguidas vezes a mão dele. – Pode. Eu prometo te ouvir com muita atenção, carinho e consideração.

Christopher= Sei que uma viagem agora é algo difícil, sei que as coisas no México podem não ser exatamente como aqui. – assumiu. – Digo, se falamos em questão de privacidade e apoio familiar.

Dulce= Minha mãe quer vir mês que vem, se lembra? – pontuou. – Pode continuar falando, eu só estou lembrando, ok? Ela disse que quer nos ver, seja aqui ou no México, mas virá e ficará um tempo para nos ajudar com a Camila.

Christopher= Sim, eu sei e estou de acordo. – assentiu tranquilamente. – Mas continuando... embora não tenhamos o quarto da Camila e nem os detalhes que planejamos para ela, nós temos um apoio maior no México e, claro, o fato de que ela nascerá lá.

A Sósia - Volume IIIOnde histórias criam vida. Descubra agora