Capítulo 11

7.8K 383 19
                                    

Acordei cedo no dia seguinte, tomei um banho e coloquei um biquini preto, um short jeans e uma camisa soltinha por cima e uma rasteirinha brilhosa.

Me olhei no espelho e agradeci mentalmente porque as marcas que meu pai deixou domingo passado já tinham sumido quase 100%. Tinham algumas que ainda não sumiram, mas era quase invisível.

Quando desci as escadas meus pais estavam na mesa tomando seu café da manhã, eles me olharam e voltaram a comer.

- Bom dia! - desejei e me sentei na mesa também pra tomar meu café.

- Bom dia, vai sair? - meu pai perguntou.

- Vou á praia com um amigo.

- O mesmo de sexta? - minha mãe perguntou interessada e eu assenti.

- Cuidado com esses "amigos", Maria. - meu pai fez aspas com os dedos e eu o olhei sem entender. - Só tome cuidado.

- Tudo bem, eu vou tomar cuidado. - falei sem dar tanta importância.

Comi pouca coisa pois estava sem fome, meus pais saíram ás nove de casa e eu fiquei aguardando Rafael enquanto mexia no meu celular.

Rafael é extremamente pontual, porque ás dez em ponto ele buzinou na frente da minha casa e eu saí, o carro era diferente das outras duas vezes que eu o vi, dessa vez era um Audi. Ele não saiu do carro, mas abriu a porta pra mim de dentro mesmo. Seu cheiro era viciante, respirei fundo pra inalar o perfume muito bom que ele usava.

- Oi, princesa. - sua voz rouca fez as borboletas no meu estômago acordarem e a minha pele se arrepiar. Meu corpo reagia até ao mínimo movimento dele. Olhei pra ele e percebi que seu rosto tava abatido, ele estava com olheiras, parecia cansado.

- Bom dia. Tá tudo bem? - perguntei e ele me olhou bem nos olhos.

- Tudo ótimo, melhor agora. - ele me surpreendeu quando colou sua boca na minha em um selinho. - E você?

- Eu não esperava isso. - eu ri e ele também. - Eu tô bem!

- Sentiu minha falta nessas vinte e quatro horas? - ele fez graça e girou a chave na ignição pra dar partida no carro. Olhei pra porta de casa e Diana estava lá olhando pra dentro do carro com uma interrogação na testa.

- Você é convencido demais. - ele negou com a cabeça e ficou em silêncio, um silêncio confortável.

Eu cantarolava as músicas que estavam tocando na radio do carro.

- Canta mais alto, sua voz é bonita. - ele pediu e minhas bochechas esquentaram. Ele estava me ouvindo cantar?

- Eu vivo depressa em outro nível, só o impossível me interessa, sigo invicto, meu amor. Sigo invicto, invicto. - cantei e olhei pra ele.

- Achei que você não conhecia Ret. - ele me olha rápido e volta a atenção pro trânsito. - Ainda mais essas músicas antigas.

- Porque? Eu sou eclética. Acha que eu ouço só Beyoncé e Justin Bieber? Ou música de menininha? - ele gargalhou e foi a primeira vez que eu ouvi sua risada.

- Sim, muito cara de patricinha. - o olhei incrédula.

- Mas eu ouço! Ret, L7nnon, Xamã, por aí vai.

- Então vou te fazer cantar pra mim toda vez que a gente sair.

- Não garanto nada. - rimos.

Ele dirigiu mais um pouco enquanto conversávamos e logo chegamos. Precisaria fazer uma pequena trilha pra chegar á praia, peguei minha bolsa e ia jogar ela em meu ombro mas Rafael pegou ela da minha mão e jogou pelo ombro dele. Eu parei de andar e olhei pra ele.

O CHEFE DO TRÁFICO [CONCLUÍDA]Onde histórias criam vida. Descubra agora