Notas da autora:
Olá pessoal, primeiro queria deixar um aviso: tem algo de social media ao longo do capítulo, mas não vou prometer que sempre farei. Reduzi bastante essa parte porque dá muito trabalho de fazer, também alterei partes da narrativa do cap quando comparado com a au. No meu perfil (Prettyeol) irei postar algo sobre a versão fanfic da au, incluindo alterações nos perfis de personagens, porque notarão que alguns foram um pouco modificados.
Atualizações aparentemente semanais, se eu conseguir mexer no texto, o que por enquanto tenho tempo. Espero que gostem disso!
Beijos.
PETE
Fazia meia hora que Pete estava sentado no sofá cor-de-rosa de sua luxuosa casa, se sentindo como uma mocinha de um filme de drama de baixo orçamento. Estava se engasgando com as lágrimas salgadas assistindo um documentário de TV sobre uma dermatologista, ele nem lembrava o nome e nem estava chorando pelo programa em si, era muito mais do que isso. Hoje completava exatamente um mês que seu último namorado pediu "um tempo", exatamente um mês de mensagens ignoradas, de olhares não cruzados no corredor da universidade, da sensação de rejeição absoluta.
Dizem que o raio não cai no mesmo lugar duas vezes e nem na mesma pessoa, mas Pete podia confirmar que ele não só caia sobre a mesma pessoa, como caia mais de duas vezes, talvez quatro vezes, porque esse é o quarto namoro em que o conto de fadas se torna um absoluto pesadelo. Não é possível que ele não consiga ter nenhuma sorte no romance, dessa vez ele pensou que este era o cara, aquele que finalmente veria como ele realmente é e o amaria mesmo assim, mas não, ele não é e isso dói muito. Ele chora copiosamente enquanto a garota espreme uma espinha nojenta na cara de uma mulher meio idosa e seu sofá já está cheio de lenços abarrotados de secreção nasal.
É nojento, constrangedor, ele deveria estar no estágio do último semestre de odontologia, provavelmente removendo uma cárie de um idoso, mas está trancado dentro de casa, ignorando todas as tentativas de comunicação que os amigos estão tentando ter com ele desde a manhã. Como consolo inútil, a cada meia hora ele usa um vidro de perfume da Chanel contra si mesmo, na tentativa de não perder a pose de herdeiro por causa de homem algum, mas as lágrimas são mais teimosas do que ele. A verdade é que não aguenta mais, cada vez que está perto de terminar ele também está perto de terminar mais um pedacinho dele, e cada vez fica com mais medo de morrer solteiro, encalhado, sem a família da propaganda de margarina que ele sempre sonhou.
Passou a infância toda sendo educado para isso, para o casamento, para a continuação da linhagem de sua família, ainda pode ver a si mesmo brincando de cozinha e bonecas quando era criança. Se fechar os olhos, a voz da mãe ressoa pela mente dele, e é então que ele sente o corpo tremer e a sensação de insuficiência retoma seu lugar de origem, mais forte. Nem mesmo nisso você consegue ser bom, ele não sabe se está machucando a si mesmo ao pensar assim ou se é a voz dela se entrelaçando no sofrimento dele outra vez.
Ele tem consciência de que é uma pessoa absolutamente boba, vazia demais para entender que felizes para sempre ou "amor verdadeiro" são coisas de criança, são coisas projetadas para quem pode sonhar, não era o caso dele. Mas não adianta tornar-se consciente disso, sua cabeça está envenenada com isso, toda vez que volta a este ponto ele pensa nisso, mas sempre procura nos olhos de outro homem um amor que nunca existiu em lugar nenhum. Ele precisa mesmo é de internação, talvez consiga descobrir o que tem de errado com ele, qual parte do coração está com defeito, e como evitar que isso se espalhe e o destrua, mas parece inevitável.
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Baby or Hate #VegasPete
RomancePortador de uma rara síndrome que pode permitir que carregue um bebê um dia, Pete sempre sonhou em ter uma família como nos contos de fadas, mas também sempre sofreu os julgamentos que vem com esse tipo de sonho. Namoro atrás de namoro ele se viu so...