Prólogo

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PRÓLOGO

Antes da Terra ser um planeta habitado por nós, meros humanos inconstantes nesse planeta que já se refez várias e várias vezes, um arcanjo criou diversas figuras de barro em seu lar celestial, assistido de perto por seu Pai.

Ao conversar com o primeiro ser universal, o arcanjo percebeu que as raças que viriam em um planeta ainda em construção (nós) precisariam de auxílio externo em suas vidas caóticas e fez surgir, daquelas pequenas estatuetas feitas sem qualquer pretensão inicial, anjos pequenos.

Criados cada um para uma finalidade, os anjos cresceram enquanto os humanos foram surgindo e ambas as espécies coexistiram, porém nós não sabiamos das outras existências.

Não até que Jesus surgiu.

E aí teve toda aquela história da cruz, de Deus, os 12 discípulos...

Outras religiões foram criadas, outros deuses cultuados e culturas foram surgindo. Os anjos colaboraram com aqueles que oravam para eles, pedindo ajuda, fartura em suas casas, orientações em sua vida, saúde para suas famílias.

Há os anjos que trazem paz, amor, alegria, fertilidade, diferentes felicidades e apenas coisas boas.

E há Uriel, que não trazia nada de bom.

Uriel trazia o equilíbrio.

Por mais que seu nome para nós signifique "o Senhor é luz", a própria anjo é alguém frio, obscuro e amargo. Mesmo que para uma figura feita por mãos ausentes de tais sentimentos, tais traços.

Quando os primeiros sinais de abusos, dores, sofrimentos, torturas e semelhantes surgiram e os primeiros pedidos por justiça proferidos, Uriel sabia o que fazer.

Quando as orações de "faça o que me foi feito, mil vezes pior" subiam aos céus, Uriel o fazia.

Ela é lembrada quando a dor é presente. Quando o trauma aconteceu, quando um pedaço foi arrancado, quebrado.

Uriel é um ser diferente porque fora necessário, porque não só de coisas boas a vida é feita. Aqueles machucados necessitam de acalento, de ajuda e justiça.

Ela é essa justiça.

Quando a balança pendeOnde histórias criam vida. Descubra agora