• 𝐿𝑒𝑎 𝑆𝑚𝑖𝑡ℎ •

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Abro meus olhos piscando algumas vezes, suspiro passando a mão pelo meu redor e percebo estar deitada na cama do meu quarto, me sento passando as mãos pelo rosto tentando raciocinar direito e as imagens dos últimos acontecimentos vêem a minha mente.

Me levanto entrando no banheiro do quarto e olho meu reflexo no espelho, minha cabeça estava com uma faixa enrolada envolta. Olho meu corpo e vejo um curativo na minha panturrilha.

Respiro fundo sentindo meu corpo cansado e resolvo tomar um banho, tiro minha roupa ligando o chuveiro e entro embaixo da água fechando meus olhos.

Depois de tomar meu banho coloco uma roupa e saio do quarto, caminho pelo corredor extenso da mansão descendo as escadas devagar pelo machucado em minha perna me segurando no corrimão da escadaria.

Enquanto vou descendo também vou escutando vozes, chego ao final dos degraus e olho na direção da sala de estar e não acredito no que vejo....meus pais!

__Filha! -minha mãe é a primeira a notar minha presença, mesmo com a perna ruim acelero meus passos indo na direção dela e ela vem na minha também e com o baque grudamos uma na outra nos abraçando com muita força.

__Mamãe -fecho meus olhos com força a apertando em meus braços, sinto meus olhos arderem e lágrimas molharem minhas bochechas, graças a Deus eles estão bem.

__Lea, minha pequena -meu pai se junta no abraço juntamente comigo e minha mãe nos guardando em seus braços, os abraço com todas as minhas forças com medo que aquilo fosse um sonho ou ilusão pela pancada na minha cabeça.

__Estamos aqui filha, não chora -meu pai diz me afastando minimamente passando a mão pelas minhas bochechas na tentativa de secar minhas lágrimas que caiam sem parar.

Finalmente olho seus rostos, minha mãe estava com um corte labial superficial enquanto meu pai continha uma roxidão no interior dos olhos, passo minhas mãos pelos seus machucados com cuidado.

__Me desculpem não ter conseguido chegar antes de machucarem vocês.

__Você não tem culpa nenhuma meu amor, só estamos um pouco machucados por que resistimos, seu amigo nos contou tudo o que aconteceu, o que você fez e o que vocês fazem. Não é como se eu apoiasse isso pra minha única filha, mas sei que está se envolvendo com um mafioso e pelo que ele disse vocês se dão bem -meu pai diz observando minhas expressões.

__Sim, o nome dele é Noel e é ele quem controla a organização. Ele acabou sendo traído e preso, mas eu junto com o David estamos dando um jeito pra tirarmos ele de lá.

__E você está feliz com ele meu amor?

__Estou mamãe, apesar de ainda não estarmos oficialmente juntos ele é incrível.

Falo a verdade e dou um leve sorriso, desvio meu olhar pra sala já que estávamos no corredor para ir até a sala e vejo o David com a Abby. Ela estava cuidando de alguns machucados na mão dele.

Percebo ele olhar pra ela de um jeito diferente, como se ele estivesse tentando descobrir algo ou tentando ver qualquer coisa que seja na Abby. Ela está um pouco tímida enquanto está sentada bem perto dele e cuida dos machucados do meu irmão com todo carinho do mundo.

__Foi sua amiga que nos ajudou com os curativos.

__Ah sim -sorrio- vocês podem ficar o tempo que quiser aqui -volto meu olhar para ambos.

__Obrigada filha, vamos ficar no máximo dois dias e voltaremos para o Brasil.

__Vou deixar pessoas sobre a segurança de vocês, não vou arriscar novamente tê-los em perigo.

__Fica tranquila meu amor -meu pai diz depositando um beijo na minha testa.

__Eu vou subir e trocar de roupa, eu vou ver o Noel, hoje é dia de visitas e preciso contar pra ele tudo o que aconteceu.

__Tome cuidado -meus pais dizem em uníssono e cada um beija um lado da minha bochecha.

Sorrio assentindo com a cabeça, subo as escadas devagar me apoiando no corrimão. Quando chego no quarto vou direto para o closet, escolho um macacão longo preto com estilo regata, coloco um salto aberto da mesma cor, retiro a faixa da minha cabeça deixando só com o curativo e prendo meu cabelo em um coque frouxo deixando alguns fios soltos na frente e pego minha bolsa junto com meu celular.

Saio do quarto novamente descendo, me despeço dos meus pais, David e Abby e vou para a garagem entrando no meu carro e solto um suspiro de alívio por finalmente estar sentada, ficar em pé causa uma dormência na ferida em minha panturrilha que chega a ser agoniante. Coloco a chave na ignição girando o ligando, dou ré saindo com o veículo e começo a dirigir para a prisão.

Entro com o carro no estacionamento do lugar depois de chegar com o tempo de 1 hora. Desligo o carro me retirando de dentro, o tranco e caminho para dentro do presídio com polícias me acompanhando, ao meu torno escuto alguns presidiários que estavam tomando sol me olhar e pronunciar palavras nojentas.

Não dou atenção mantendo minha postura, sou levada a sala de visitas e assim que entro sou deixada sozinha com o Noel e a porta é fechada. Olho para agora a familiar mesa com duas cadeiras de sempre, ele além de sentado estava em pé encostado na parede com os braços cruzados, seus olhos cravados em mim.

__Tem alguma ideia do que você fez Lea?

__Como...o David te falou?

__É pois é ele me disse mas não tudo, já não bastava os problemas que estamos amor? -eu via que ele travava uma batalha mental para continuar sendo calmo, já que o mesmo ainda está aprendendo a controlar suas emoções para tratar com racionalidade quando o assunto é nós.

__Eles tinham sequestrado meus pais, eu não podia ficar de braços cruzados esperando um milagre acontecer, eu estou bem, eles estão bem -me aproximo pegando seu rosto com minhas mãos fazendo carinho em seu maxilar e meus olhos encontram com os seus.

__Eu já sabia antes de você vir me dizer, David me disse no dia que você resolveu fazer essa loucura. Eu tentei fugir no calor do momento e em troca recebi algumas novas cicatrizes para a coleção -sua mão passa pelo meu rosto até meu curativo na lateral da cabeça suspirando, elas descem me abraçando pela cintura.

__Estou orgulhoso de você, mas eu surtei quando ele me disse. Eu não posso nunca, jamais ter a ideia de te perder Lea, você é a minha vida -ele diz olhando em meus olhos, sua boca pronunciando cada palavra enquanto nossos lábios se encostam e nossas testas se colam.

𝑆𝑒𝑗𝑎 𝑚𝑖𝑛ℎ𝑎, 𝑎𝑚𝑜𝑟!Onde histórias criam vida. Descubra agora