°Paixão° MR 7

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•|𝚈𝚞𝚛𝚒 𝙰𝚕𝚋𝚎𝚛𝚝𝚘|•

Baixo a cabeça, o silêncio pesando sobre mim enquanto Rojas aguarda minha resposta.

- A Rojas- Murmuro, erguendo o olhar para ele novamente, firme- só me deixe em paz.

Vesti a camisa às pressas, sentindo o tecido macio deslizar suavemente contra a minha pele, enquanto a ansiedade apressava meus passos para fora do vestiário. Rojas tenta obstruir meu caminho, estendendo o braço em direção à porta. Aproveitando o fato de já não ter mais nada a buscar, tiro o celular do bolso e disco o número de Raphael. Sigo em direção ao gramado do centro de treinamento. A escuridão do início da noite se aproxima, o vento corta meus braços e o solo gelado da grama arrepia meus pés.

Raphael atende.

- Rapha- Digo, soltando um suspiro profundo- Sei que não deveria estar ligando, mas...

- Para eu ir te buscar, certo?- Ele responde, também soltando um suspiro pesado.

- Por favor- Imploro, nervoso, dando um passo à frente.

- Estou a caminho- Ele responde antes de desligar o telefone.

Sinto meus olhos se encherem de lágrimas, não de tristeza, mas de vergonha. Por que eu fiz isso? Por que me deixei chegar a esse ponto de impotência?

Antes que as lágrimas possam escapar, Raphael manda uma mensagem dizendo que já me aguarda do lado de fora do centro de treinamento. Como ele chegou tão rápido? Maldição.

Me aproximo da saída, os braços cruzados e o olhar fixo no chão. Ao sair apressadamente, vejo o carro de Rapha estacionado, esperando por mim.

- Ei!- escuto a voz de Rojas atrás de mim, que agarra meu pulso com força e me vira abruptamente.

Não digo nada, apenas encaro seus olhos que tremem de raiva.

- Va desaparecer sin dizer màs nada? É isto? Tu se masturba pensando en mí e vai sumir assim?

- Ué? Você já sabe o que aconteceu- respondo, puxando meu braço- só me deixe em paz.

Me viro de costas e abro a porta do carro. Rojas me chama mais uma vez, viro o rosto rapidamente e ele me joga a mochila.

- Tu ias deixa lá dentro- Ele aponta em direção ao centro de treinamento- tchau.

- Tchau- murmuro. Sinceramente? Esperava algo mais reconfortante vindo dele quando me chamou, mas como sempre, foi em vão.

Com um suspiro pesado, entro no carro e bato a porta, deixando escapar um suspiro de exaustão. O banco acolhe meu corpo cansado enquanto jogo a mochila aos meus pés, afundando-me naquele breve refúgio. Com as mãos trêmulas, seguro meu rosto, como se quisesse esconder a frustração que transparece em meus olhos.

- Eu me odeio - confesso, a voz abafada pelas mãos que tentam conter o desânimo.

Raphael, do banco do motorista, chama minha atenção, apontando discretamente para o assento traseiro. Ali, encontra-se um homem cuja face me é estranha, incapaz de recordar onde o vi antes.

- Me desculpa - murmuro, virando-me em direção ao desconhecido, retirando minhas mãos do rosto. Seu olhar se cruza com o meu, seus olhos revelam curiosidade e gentileza. Ele é belo, com uma camisa do Palmeiras adornando seu corpo, e fios de cabelo molhado grudados na testa. Instintivamente, ofereço-lhe minha mão.

- Piquerez, este é Yuri. Yuri, este é Piquerez - Veiga nos apresenta, a voz pairando entre os bancos. - Vocês já se encontraram nos jogos.

Um sorriso caloroso se desenha no rosto de Piquerez, apertando minha mão com simpatia.

MY MIND- MATIAS ROJAS &YURI ALBERTO⚣Onde histórias criam vida. Descubra agora