IV

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Eles comeram em silêncio. Bill estava quieto há mais de uma hora e eles presumiram que ele realmente estava dormindo. Dipper suspeitava que nem mesmo Bill era forte o suficiente para manter acordado um corpo que precisava dormir por um longo período de tempo. Eles encontraram um pacote de torradas e peru fatiado e, embora não estivessem com muita fome, Mabel insistiu que precisavam de toda a sua força caso o comportamento dócil de Bill mudasse inesperadamente. A energia ainda não havia voltado e Dipper temia que continuasse assim até de manhã. A tempestade havia perdido a força inicial nos últimos minutos e eles não precisavam mais de velas para iluminar a sala, mas ele tinha certeza de que havia muitos danos na cidade. Demoraria um pouco até que alguém aparecesse para consertar a linha de energia.

"Seu telefone está funcionando?" ela perguntou. "Devíamos contar aos Tivôs Stan e ao Ford."

Dipper não tinha pensado nisso. Ele engoliu a torrada seca e pegou o telefone. Ainda sem recepção. Estava chovendo muito, mas isso poderia atrapalhar seu sinal? E então ele percebeu.

"Aquele bastardo", ele gemeu e Mabel ergueu as sobrancelhas para ele. "Bill estava segurando. Ele deve ter feito alguma coisa para não pedirmos ajuda. Droga!"

"Mas ele não tocou no meu", disse Mabel, estendendo-o para ele. Sua tela permaneceu preta.

"Tenho certeza que ele não precisa", Dipper suspirou. "Iremos até a cidade mais tarde e ligaremos para eles."

"Mas eles podem levar horas para voltar. E o que eles podem fazer?"

"Eu não sei. Mas é melhor do que esperar por eles por uma semana. Quem sabe o que Bill fará durante esse tempo?"

Mabel largou o resto do almoço. "Talvez possamos consertar isso nós mesmos." Ela parecia convencida, mas Dipper apenas lhe deu um sorriso fraco.

"Não, pense nisso! Já vencemos tantos monstros e coisas sobrenaturais. Podemos fazer isso de novo! Até derrotamos Bill naquela época."

"Sim? Bem, então não fizemos um trabalho muito bom."

"Vamos! Trabalhe comigo aqui!" Ela se levantou e bateu as mãos na mesa. "Vamos pegar os diários!"

Os olhos de Dipper se arregalaram. "Não seja ridículo."

Mabel bufou. "Eu não sei sobre você, mas não quero passar minhas férias cuidando de um lunático!"

"Não adianta! Mesmo se tivéssemos os diários... não há nada lá que já não tenhamos tentado."

“Mas temos que pelo menos fingir que estamos fazendo um esforço!”

"Não adianta! Vamos só..." ele colocou o rosto na dobra do braço "... vamos esperar o Ford voltar. Ele vai cuidar disso."

Mabel jogou os longos cabelos por cima do ombro e marchou em direção às escadas.

"Onde você está indo?"

"Ainda tenho roupa para lavar e você tem que pensar na sua atitude!"

Seus passos eram barulhentos nas escadas de madeira e quando chegou ao banheiro bateu a porta.

Dipper rangeu os dentes. Ele se sentiu tão irritado, derrotado e miserável. O que quer que tenham feito há nove anos foi em vão. Eles não poderiam fazer isso de novo. Bill os estava seguindo como uma maldição.

Dormindo até o Fim do Mundo (BillDip)Onde histórias criam vida. Descubra agora