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— Onde você quer ir? — de repente San questionou, encarando Wooyoung através do espelho do carro. Viu que ele juntou as sobrancelhas e tombou a cabeça para o lado, gesto esse que arrancou-lhe uma risada. — Você não comeu nada e já são quase cinco horas da tarde. O que você acha de irmos comer?

— Hum... — Wooyoung produziu um ruído semelhante a uma abelha para sinalizar que as engrenagens de seu cérebro estavam girando enquanto analisava a proposta. — Não é melhor ir direto pra casa?

Não podia negar que estava morrendo de fome; o seu estômago estava sendo explorado por uma retroescavadeira e entendia o quanto era negligente de sua parte postergar as refeições, ainda mais depois de receber o diagnóstico de sua anemia associada a sua gravidez.

— Considere isso como um agrado. Você merece. Vamos comer, uh? Também estou com fome — disse, calmo. — Escolha um lugar e eu nos levarei até lá.

— Quero ir ao McDonald's — respondeu sem titubear, sendo condenado. — Você que perguntou... — Wooyoung se defendeu, certo de sua escolha. — O merdinha... a merdinha quer comer uns lanches gordurosos e cheios de calorias. Cabe no meu orçamento, ao menos. Eu amo McDonalds. Você não?

— Eu... — San mal se lembrava qual tinha sido a última vez que pisou os pés naquele restaurante de fast food barato. — Não seria melhor optar por algo mais saudável?

— Vai negar ao bebê o desejo de comer um simples Cheddar McMelt? Você nos odeia, Choi San? — chantageou, alisando a sua barriga e se aproveitando dos benefícios de tê-la.

Eram dois contra um.

Sendo derrotado, San dirigiu até o McDonald's mais próximo segundo o seu GPS o qual Wooyoung conversou durante metade do trajeto para se distrair. Estacionou na vaga e saiu, ajudando Wooyoung a descer do carro e o seguiu até a pequena filial que ficava próxima a uma avenida. Entraram na pequena fila comum e, chegando no caixa, Wooyoung olhou para San como se pedisse permissão para seguir em frente com os seus pedidos, fingindo que não estava o obrigando a acompanhá-lo em sua dieta pobre.

— Fica à vontade. Eu pago — San usou as palavrinhas mágicas, resgatando a sua carteira do bolso.

Bom, Wooyoung achou que era justo San arcar com os prejuízos resultados da gestação que ele contribuiu para existir.

Sorriu arteiro e voltou-se para o painel. Então, indicou três lanches diferentes, duas sobremesas, uma batata gigante e uma bebida diet. A atendente do caixa não pôde esconder sua surpresa enquanto marcava os pedidos no computador.

— Esses são só pra mim — Wooyoung concluiu, bastante satisfeito. — E você, San?

San disfarçou o seu choque, se perguntando se Wooyoung costumava comer feito um dragão cotidianamente. Sabia que ele estava comendo por dois, mas mesmo assim temia que aquela quantidade de gordura pudesse causar uma ingestão. Mas Wooyoung estava tão feliz, os olhinhos brilhando ao entrar em contato com a imagem meramente ilustrativa nos painéis da vitrine, que não teve coragem de contestá-lo.

— Fico só com um suco e uma batata média. Obrigado — sorriu desconcertado para a moça, que assentiu. — É pra comer agora. Não vou arriscar deixar o Wooyoung com fome por mais um segundo ou ele vai comer o reboco das paredes desse lugar.

Wooyoung deu risada e o estapeou no braço. Os dois ocuparam uma mesa e San apenas levantou para buscar as bandejas com os lanches, no balcão — ele só sabia que precisava ir buscar porque Wooyoung o instruiu prevendo que San passava longe de restaurantes populares.

RAINBOW  |  WOOSANOnde histórias criam vida. Descubra agora