32. I messed up this time, late last night

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Oi, Teamers! Esqueci completamente de postar na quarta, e o resto da minha semana foi uma loucura! Perdoem-me, sei que vacilei. O bom é que deixa vocês super curiosas, né? haha, tudo uma técnica >:)

Sobre o capítulo: Esse é muito mais pensamento da Angel do que qualquer coisa. Então se preparem para poucas falas, mas muitos marcos... Talvez decisivos... Talvez não, who knows? hehe

Boa leitura x

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Angel dormiu com uma blusa xadrez de Ed por não ter roupas próprias, mas quando levantou-se, ainda de madrugada, logo vestiu as suas. Ele envolvia sua cintura, e ter o frio invadindo seu corpo novamente era como se tivessem tirado toda sua proteção e agora ela se sentia mais indefesa do que jamais esteve.

Levantou sem olhar para trás, e depois de se trocar, pegou a blusa xadrez dele e sentiu o cheiro passeando por suas narinas. Só então ela se virou para vê-lo dormindo sob a luz da lua, enquanto abraçava sua a roupa. Ela chorava em silêncio ao lembrar-se do que tinha acontecido e do que tinha feito. Agora um pouco mais sóbria, mas com uma terrível dor de cabeça.

Ang pegou um papel e começou a escrever um bilhete - que ficou maior do que ela achara que ficaria - e pôs num envelope, na escrivaninha que continha a foto em família. Atrás, escreveu "caso a gente não se veja mais", mas o que queria escrever era "agora que você notou a merda que eu fiz, leia isso". Ao olhar para foto, Angel se perguntou o que tinha acontecido com o pai deles e se os encontraria novamente, mas logo afastou esse pensamento. Não devia criar esperança de algo que tinha certeza que não iria acontecer.

Respirando muito mal por prender - ou tentar prender - todo aquele choro e angústia, caminhou para o banheiro para pegar a carteira dele com o dinheiro. Ela pegou tudo que tinha lá - o que não era pouco-, e botou a carteira também na escrivaninha. Ela sentiu um peso e um mal-estar terrível ao fazer isso, mas não poderia ter sido aquela pessoa fria para voltar sem nada. Agora que tinha começado, tinha de ir até o final.

Antes de sair do quarto dele, ela deu uma ultima olhada em Ed, que estava de bruços e com um braço esticado na cama, como se estivesse esperando-a voltar e desenhou as palavras "nunca me esquecerei de você" com a boca, como se ele estivesse vendo. Ela sabia que aquilo era uma despedida e que havia arruinado tudo, mas seria muito mais doloroso se despedir dele acordado e olhar em seus olhos azuis e puros e relembrar tudo o que fez e que tinha feito por dinheiro - embora soubesse que nem tanto -, mas não mudava nada. Eles nem se beijaram... Ela sentia nojo de si mesma.

Ao caminhar pelo corredor e chegar às escadas, tentando não demorar-se, percebeu que ainda tinha a blusa de Ed nas mãos. A última coisa que ela poderia ser considerada era ladra. Não poderia roubar mais nada daquela família maravilhosa. Já tinha roubado tanto tempo, paciência e amor... Tudo desperdiçado numa pessoa como ela. Uma pessoa que não tinha conserto. Talvez fosse isso que Im pensou ao dar o emprego a ela. Consertar Angel. Pena que ela era da rua agora e não tinha mais jeito. No fundo, sempre soube que nunca teve.

Olhando para o chão, pendurou a blusa na maçaneta do quarto de Ed, e nem sequer deu uma espiada nele. Só o fato de pensar nisso, fazia-a chorar compulsivamente.

Ao descer as escadas, Matthew estava tacado no sofá, com os pés pra cima, de boca aberta, com um cigarro "diferente" na mão. Em meio ao choro, ela conseguiu sorrir com a cena, ainda que suas bochechas estivessem encharcadas de lágrimas. Ela posicionava as costas da mão na boca para impedir qualquer som audível de seus prantos. Ela fechou a porta lenta e silenciosamente e saiu.

Desceu as escadas o mais rápido que suas pernas deixaram. Os fotógrafos já não estavam mais na porta e sim nas laterais da casa, mas ainda dormiam. O tempo ainda estava fechado e escuro e a neve já caia, mal havia amanhecido. As árvores nuas e secas pareciam ter mais sentimentos do que a menina que sarcasticamente fora nomeada Angel. Ela teve a sensação de que alguém estava a observando, e começou a olhar para todos os lados, mas pensou que podia ser Ed.

The A Team Story (#Wattys2016)Onde histórias criam vida. Descubra agora