— Ele só está com medo, Vegas.
Macau tentou tranquilizar o irmão que rodava o quarto de hotel em zigue-zague a mais de meia hora.
— Por que você não chama ele pra sair, só vocês dois? — sugere.
— Também 'tô com medo Macau. E se, sei lá... o que levou o papai a me ligar? Nós já tínhamos combinado que eu só precisaria retornar no próximo mês, até lá meu trabalho seria a distância. Era o tempo que eu precisava pra preparar o Pete, agora... ele pode pensar que quero largá-lo e não tenho essa pretensão. Me apeguei tanto ao Venice também, e se ele ficar com raiva de mim ou... se eu demorar a voltar e ele não me reconhecer? Tudo pode acontecer. Só não queria magoar o Pete de novo. Quando ele chorou, tive vontade de me socar Macau. Por que tinha que cruzar o caminho dele, logo agora?
Vegas estava tão afoito que mal havia percebido que tagarelava sem parar, jorrando seus medos e frustrações ao vento. Macau coçou a cabeça, seu rosto se encontrava todo amassado devido à noite mal dormida. Lógico que o Theerapanyakul mais novo entendia razoavelmente o desespero do irmão, mas não se oporia em jogar algum objeto em sua cabeça se tivesse forças o suficiente e isso fizesse o mais velho raciocinar direito. Não era nem oito horas da manhã direito e ele havia entrado no quarto do hotel, que estavam ficando hospedados, feito um furacão, acordando Macau como se o mundo tivesse desabando. Bom, talvez para ele sim.
Se Macau conhecia bem seu pai, algo estava sendo planejado e seu irmão poderia se surpreender com esse retorno para casa. Algumas suspeitas borbulharam em sua mente e ele anotou mentalmente a ligação que faria para a mãe. Não queria ser pego de surpresa. Seu irmão parecia uma criança prestes a ser repreendida pelos pais por colocar fogo na escola, o que era engraçado, já que seus progenitores nunca foram do tipo que fica cobrando os filhos por tudo; por outro lado, Vegas tinha essa mania de querer agradá-los e muitas vezes fazia sacrifícios que não eram necessários. Como a escolha infundada feita há anos atrás quando decidiu deixar Pete.
— Acabou? — Vegas o fuzilou com o olhar. — Tá bom, digamos só que... você deveria ter um pouco mais de fé no nosso pai, Vegas. Se ele te pediu pra antecipar a viagem, deve ser algo realmente importante e se está com tanto receio de magoar o Pete, converse com ele, saiam pra jantar ou dançar, só vocês dois. Sei que você jamais magoaria ele de propósito.
— Sabe?
— Claro!
— Por que você me tortura Macau?
O mais novo dar de ombros. — Porque é legal. Só estou assumindo meu papel de irmão mais novo.
— É, nossos pais disseram que ia ser fácil.
Vegas disse, se jogando sobre a cama e encarando o irmão que o fitava negando com a cabeça.
— Eles não fizeram o cálculo certo.
— Não mesmo. — ambos riram. A verdade era que eles se amavam e se entendiam, mas também viviam seus momentos de não compreensão e birras. Mas, no fim, eles sempre se apoiavam.
Macau passou o restante da manhã tentando tranquilizar o irmão. Sem êxito. Vegas até embarcava em algumas observações malucas do irmão, mas no seu íntimo, sentia certo desconforto com toda aquela situação.
Ele amava Pete. Esse sentimento era incontestável. Mas, se sentia preso no meio de uma encruzilhada e precisava de tempo para organizar tudo e conseguir seguir na direção do Saegthan sem se sentir um fracasso para sua família.
Era quase cinco da tarde quando seu telefone tocou e o nome de Pete piscou no visor. Um sorriso logo atingiu seus lábios. Mesmo apreensivo com o futuro, não conseguia negar o quanto cada pequena abertura que Pete dava, lhe fazia feliz.
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Destiny↬VegasPete
FanfictionPete e Vegas tiveram um relacionamento intenso no passado, mas circunstâncias os levaram a seguir caminhos diferentes. Enquanto Pete se dedicava à sua carreira médica, Vegas decidiu prosseguir com os negócios da família. No entanto, o destino tem se...