spring day - seoksoo

autumn leaves

Flor de cosmos, porque Jisoo era como o outono.

Fresco o suficiente para não ser frio demais. Podia ser quente, também... ah, se podia. Em termos cromáticos, o garoto também se pintava conforme a estação que vem após o verão; cores terrosas e expressivas, remetendo seu Sol em Capricórnio, caíam muito bem no Hong. Seus cabelos castanho-claros eram tingidos num subtom entre o dourado e o bronze, as cores-chave para o equinócio que antecede o inverno.

A típica queda de folhagem da estação decorre do mecanismo de proteção das espécies. Diante da menor incidência de raios solares, a produção de clorofila (pigmento encontrado em plantas, responsável pela absorção de luz e, consequentemente, pela fotossíntese) diminui e, então, as folhas caem perante à necessidade que a árvore sente de gastar menos energia e, portanto, aquecer-se; sobreviver.

Sobretudo, era por esse motivo que Joshua era o garoto-outono de Seokmin.

"Quando você cai, é pra existir mais bonito, hyung. Pra se proteger. Afinal, nem a natureza é completamente previsível e linear. Mas, como as árvores no outono, você torna a paisagem incrível mesmo em contextos em que a única alternativa é subsistir. E, no que um ciclo acaba, você renasce como uma flor cosmos. Em vermelho ou rosa, já que você é amor. Singelamente, porque suas nuances são cautela, ternura e temperança. Você é amor na sua forma mais tranquila, mas ainda acelera o coração. Você é persistente como um tronco e, ainda assim, é delicado como pétalas. Você é minha estação e pessoa favorita, Shua.

Posso ser sua primavera?

:)

- Seokmin"

Dia vinte e dois de setembro, Jisoo abriu a carta com a qual Seokmin o presenteara em seu aniversário. Ele completou vinte e dois anos há quase oito meses, dia 30 de dezembro, mas o mais novo fizera o acastanhado jurar de pé junto que só a leria, especificamente, naquela exata data: a que demarcava o início do equinócio de outono.

O Hong não havia entendido perfeitamente o porquê. Sabia que, no Hemisfério Norte, o outono começava naquele dia. E que era a estação predileta do amigo; ele devia ter mencionado uma ou duas vezes, mas Joshua prestava atenção em cada palavra que seu dongsaeng dizia. Ele reconhecia cada gesto do ruivo, além de saber, um a um, de seus jeitos e manias. Todavia, quando se tratava das entrelinhas que poderiam — ou não — existir no tratamento que recebia do Lee, Jisoo ficava completamente neutro.

— Você fica burrinho quando ele é carinhoso com você, Shua. Vê se vira gente e acorda pra vida! — Jeonghan revirava os olhos à medida em que fazia as unhas.

Os dois estavam no quarto do Yoon. Jisoo morava a uma quadra de distância de Jeonghan, seu hyung predileto.

Eles eram como irmãos. As pessoas chegavam até a confundi-los, por vezes. Desde o Ensino Médio, eram confidentes inseparáveis... o que ambos melhor entendiam por família. Jeonghan desenrolava quase um papel materno na relação, ainda que fosse mais velho por uma diferença de poucos meses. Era natural. O loiro cuidava do mais novo à sua forma; implicava consigo vinte e quatro horas por dia, mas ainda cedia e assistia Naruto com ele, mesmo desgostando de animes. Ainda comprava sorvete de chocolate para Jisoo quando ele estava pra baixo, visto que era um péssimo cozinheiro e, com certeza, não se considerava o melhor com palavras de afirmação. No entanto, ainda faria qualquer coisa pra confortar o outro, ainda que só um pouquinho. Saía de casa para dormir consigo quando trovoava, também. O acastanhado morria de medo e não pegava no sono de jeito maneira nas noites em que a chuva ficava forte demais.