Gregório Ambrósio

capítulo 1

Chuva, o gotejar das águas caindo do céu era como um cronômetro, como se a água contasse o tempo para que algo ruim acontecesse. Relâmpagos iluminavam totalmente o céu, as nuvens carregadas trariam um ar de escuridão. O frio era avassalador e o medo era pior.

Mais uma noite, Francis Ambrósio voltava para sua casa totalmente alcoolizado, pensamentos ruins e inquietações em sua mente faziam-no trazer o mal para sua casa. Dor e sofrimento é o que aquela família esperava quase toda a noite. Francis, mais uma vez, discutia com Adriele (sua esposa), gritando e berrando ofensas inescrupulosas, sacudindo seus braços e franzindo seu rosto apenas para causar pânico na pobre moça. A discussão com o passar da noite piorava, sons de vidros quebrando, mesas sendo arremessadas e gritos e choros de Adriele ecoavam dentro desta residência, mais um dia lamentável para a família. Francis bateu em sua mulher até não aguentar mais, em seguida, em seu estado de fúria, foi para o quarto de seu filho mais velho, um garoto que era assombrado pelo próprio pai, Gregório Ambrósio, um menino ruivo, franzino e fraco de mente e corpo. Francis descontava toda sua raiva em sua família, e por muito tempo foi assim.

Certo dia, Adriele fez algo corajoso para proteger seu filho. Enquanto Francis trabalhava em um escritório, Adriele pegou Gregório e o levou a um orfanato. Dali em diante, Gregório passaria a ter uma vida mais tranquila. Ele foi para o orfanato católico Santo Antônio de Pádua, um orfanato que ensinava desde cedo a acreditar na igreja e em suas palavras. Gregório tinha apenas 6 anos de idade. Ele gostava muito de estudar sobre Deus e toda sua beleza, mas algo sempre o atormentava: sua irmã mais nova, Cecília, estava lá naquele inferno particular, sofrendo atentados a sua mente e corpo. Gregório não conseguia parar de pensar que alguém estava sofrendo o mesmo que ele sofreu, mas ele entendia que seu pai estava apenas possuído por algum demônio.

Três anos se passaram, e Gregório tinha agora 9 anos. Ele já entendia bem mais sobre a igreja e sabia um pouco sobre a vida e a morte também. Em um dia monótono, Gregório estava lendo "Uma Vida com Propósito", de Rick Warren, um livro que falava sobre uma evolução mental e entendimento do céu e do inferno. De repente, a diretora do orfanato, Agnes Várda, o chamou para sua repartição. Ao entrar na sala, Gregório se deparou com uma garota ruiva, com um olho verde e o outro castanho, um castanho que Gregório nunca esqueceria, olhos castanhos como o troco de uma árvore sendo iluminado pelo lindo pôr do sol, uma mistura incrível de cores. Gregório imediatamente reconheceu sua irmã, e partiu em disparada para abraçá-la, chorando e soluçando, Gregório não conseguia desferir uma única frase, apenas uma palavra, "Saudade".

Com 18 anos, Gregório começou a estudar Teologia, pois era fascinado em saber mais sobre o Divino e precisava viver daquilo. Aos 22 anos, estava formado em teologia, e sua irmã estava prestes a se formar em geografia. A partir desse momento, Gregório decidiu fazer o que sempre quis: passou a ajudar pessoas que estavam enfrentando demônios, os mesmos demônios que atormentaram sua família muitos anos atrás. E a partir daí, Gregório virou um exorcista e ajudou muitas pessoas.

Com 23 anos, Gregório foi chamado para fazer um exorcismo, um de uma garota, cuja família não conseguia parar de pedir que Gregório a salvasse. A família implorava por uma salvação. Em um dia chuvoso, uma noite fechada, os relâmpagos sacudiam as janelas da casa. Um som de campainha foi ouvido de dentro da casa, e a família correu para ver, se deparando com Gregório.

Helena Batista: "Padre? É você? Você realmente veio?"

Gregório: "Sim, senhora. Vim a mando de meu pai. Você me daria permissão para entrar?"

Helena Batista: "Claro, sim, senhor.

Helena abre passagem para Gregório e, logo que ele passa em sua frente, fecha a porta cuidadosamente.