Becky Armstrong.
Olhei para a enorme árvore que ainda estava ali, mesmo com toda a mudança que aquela região havia sofrido.
— Porque estamos aqui, Freen? — Indaguei confusa, pois para mim, não fazia qualquer sentido estarmos ali.
— Quando eu era mais nova, me relacionei com uma garota, eu a amava, mas minha mãe havia sido contra e após descobrir meu interesse na garota, minha mãe me forçou a casar-se com o Heng. Nessa árvore está gravado o meu nome e o da garota. — Arfou Freen caminhando até a parte que agora eu conseguia ler na árvore.
Orn e Freen para sempre. Aquela frase tão clichê era adorável, contudo, agora eu entendia completamente o que Freen estava fazendo. Freen retirou de seu bolso um estilete de tamanho médio, ao qual ela o abriu e o com o objeto recortou a gravação na madeira. Após retirar as palavras, Freen "picotou " em mais pedaços a frase, como se aquilo fosse exorcizar de fato qualquer passado. Por quase dez minutos ficamos em total silêncio, até que finalmente Freen resolveu dizer algo.
— Acho que precisamos ir. — Arfou Freen encarando o nada.
Apenas concordei, eu não queria forçá-la a nada, assim permaneci durante o nosso percurso até o estúdio dela em total silêncio.
— O que será de nós agora? — Indaguei um pouco receosa.
Eu não queria que Freen achasse que eu estava a pressionando a algo, mas precisava saber em que momento naquele tufão de emoções estávamos.
— Ainda não sei. Você me deixa confusa, Becky. Queria saber poder dizer que tudo entre nós está bem, mas estaria mentindo de qualquer forma. — Arfou Freen respirando fundo.
Eu a entendia. o silêncio novamente se formou no carro. As pequenas gotas de chuvas aos poucos infligiam na lataria do carro indicando que uma nova chuva estava perigosamente perto de chegar.
— Melhor você me levar de volta, a menos que queria ficar presa comigo em mais uma tempestade. — Sussurrei passando levemente minha mão pela coxa dela.
Por alguns minutos imaginei que ela fosse optar por ficar comigo, mas entendia que naquele momento Freen estava passando por um turbilhão de decisões e emoções e não seria justo com ela forçá-la a estar ainda mais comigo.
Freen Sarocha.
Durante todo o caminho até a casa de Becky, na parte nobre da Tailândia, senti meu coração disparar algumas vezes. Becky me fazia bem, me causava muito mais satisfação do que a companhia de Heng, contudo, eu precisava colocar tudo em sua devida ordem antes de me perder em seus carinhos.
— Está entregue. — Sorri de forma tímida assim que paramos na casa em que Becky havia indicado.
— Obrigada, Freen. Sei que agora você terá muito ao que resolver, mas saiba que estou aqui, para desabafar e rir quando quiser. — Sussurrou Becky retirando o cinto de segurança.
Apenas assenti, pois não tinha nada além daquilo a dizer. Becky se aproximou de mim, roubando-me um beijo carinhoso. Os lábios dela eram saborosos e macios, eu desejava viver neles por um longo tempo. Enquanto eu estava em seus braços, de repente as gotas que podiam facilmente ser contadas na lataria do carro, passou a aumentar e uma pequena tempestade deu lugar a elas. Eu não poderia sair, vi a sombra de alguém aparecer na porta da casa de Becky e uma voz alta que se misturava ao som do vento forte pedindo para que entrássemos. Eu não pretendia ficar mais com Becky, contudo o clima estava fazendo aquilo por nós.
Após estacionar meu carro na segurança da garagem da casa de Becky, finalmente pude ver a voz que se misturava ao barulho da chuva. A voz vinha de uma garota de cabelos longos, ela não parecia ter a mesma idade que Becky, o que me fazia imaginar que fossem amigas ou irmãs.
— Parece que hoje teremos uma noite de chuva torrencial.... E falta de energia. — Comentou a garota irritada com a queda de energia.
— Pare de reclamar, Irin! Pelo menos estamos seguras! — Esbravejou Becky para a garota.
— Mesmo assim, odeio esse tempo louco que vivemos aqui.
— Aliás, Irin... sei que está muito escuro graças a queda da energia, mas queria te apresentar a Freen, ela é a minha professora de artes. — Sorriu Becky.
Mesmo na escuridão pude ver o sorriso maldoso da garota ao me medir de cima a baixo, era certeza de que Becky provavelmente já havia dito em algum momento sobre seus sentimentos por mim, pois se fosse de outra forma, Irin não me encararia daquela forma.
— Professora? Oh! Realmente ela é muito mais bonita pessoalmente, até no escuro ela é atraente, agora entendo por que você faz aulas a tanto tempo e nunca desenhou algo que preste, a sua atenção estava em outra coisa. — Pontou Irin em bom som para que eu ouvisse.
Meu rosto se avermelhou, era a primeira vez que me sentia tensa por um elogio.
Becky Armstrong.
Eu queria matar Irin, como ela podia ser tão idiota? Me ajeitei ao lado de Freen, já me adiantando a qualquer coisa que Irin falasse.
— Acho que a chuva não irá deixar você ir embora, eu não arriscaria sair, melhor passar a noite aqui, sei que você irá gostar e muito do quarto da Becky, ele é bem confortável e tenho certeza de que passará uma ótima noite juntas. — Provocou Irin me fazendo querer mais ainda matá-la.
— Ah... Eu preciso ver com o Heng. — Comentou Freen se afastando de nós.
Assim que Freen se afastou, passei a agredir Irin que me devolvia alguns poucos golpes.
— Você ficou louca? Se você assustar a Freen irei cortar o seu cabelo e te deixar completamente careca. — A ameacei irritada.
— Fica calma, Becky! Nem está claro e eu posso ver o interesse dela por você. Freen só está um pouco confusa por conta desse tal de Heng, mas duvido que ele venha aqui ou queira buscá-la nesse temporal. É a sua chance, sua boba. Vou para o quarto deixar vocês a sós para terem mais prioridade. — Sorriu Irin beijando levemente meu rosto.
Irin saiu me deixando com Freen e assim como sugerido por Irin, Heng não foi buscar a Freen o que a deixou completamente comigo.
— Acho que ficarei hoje com você. — Suspirou Freen me encarando.
— Isso é ótimo. Podemos apenas conversar se quiser, nada de sexo.
— Acho que podemos fazer mais do que isso, estou preparada. — Sorriu Freen me beijando no rosto.
Levei Freen para omeu quarto, eu não pretendia transar com ela, mesmo desejando tanto, pois possuíamosalgo para conversarmos e aquele início de noite foi exatamente por isso,contudo, quando a conversa finalizou, meus lábios pararam nos dela, assim comomeu corpo chocando-se ao dela na cama. Pelo visto nossa noite seria melhor doque eu poderia imaginar.
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Beautiful Eyes - Freenbecky
RomanceDurante longos dez anos, Freen e Heng formavam o casal perfeito para qualquer pessoa, porém na realidade a vida amorosa do casal era um verdadeiro caos, ao qual Freen era extremamente infeliz e frustrada. Apesar de ser uma mulher extremamente rica...