Filhos

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Pov Mo-Tack

Assim que eu volto para o restaurante encontro todos reunidos numa mesa com exceção do Mun, eles pareciam estar me esperando.
- Aconteceu algo com o Novato? - pergunto.
- Dois jovens vieram aqui almoçar. - Hana diz.
- e? - o que ela disse foi completamente vago.
- Eles tinham as marcas, e a Hana leu as memórias da garota. - a sra.chu diz e eu espero ela continuar. - Ela e o menino que vieram aqui, são irmãos e também seus filhos mo-tack.
A cor some momentânea do meu rosto, e preciso me sentar antes que eu desmaie me esforço muito para ter qualquer lembrança deles, qualquer coisa mínima mas nada me vem.
- eu tenho filhos? - pergunto a elas.
- Tem sim, os dois estavam de uniforme escolar não devem ter mais do que 18 anos. - sra.chu diz.
- o que você viu Hana? - pergunto a ela.
- Eles sentem a sua falta, e eles não sabem que são caçadores. - ela diz e depois continua -eles estão ali - ela aponta com o a cabeça e me viro vejo um bar recém aberto com a placa Bar Star em frente ao nosso restaurante basicamente- o responsável legal deles é dono do lugar.
Minha mente estava turva, e eu lutava para processar todas essas informações.
-O que eu devo fazer agora? - Pergunto às mulheres reunidas à minha volta.
Sra. Chu olha-me com simpatia e diz: - Primeiro, acho que você deve visitá-los, Mo-Tack. Eles têm o direito de saber que você está vivo, mesmo que você não se lembre completamente.
A notícia de que eu tinha filhos, que estavam ali, a poucos metros de distância, era avassaladora. Minha mente estava em tumulto enquanto tentava processar tudo aquilo. Sentia-me perdido, mas também uma mistura de emoções que não conseguia compreender completamente.
-Visitar meus filhos... - murmuro, como se estivesse testando a ideia em voz alta.
Hana diz: - Talvez, com o tempo, você consiga recuperar mais lembranças ao lado deles.
Assenti, ainda um tanto atordoado, mas determinado a fazer o que era certo. - Está certo, vou visitá-los. E se eles não souberem sobre os caçadores, precisamos manter isso em segredo.

Sra. Chu concorda: - Sim, é melhor não revelar isso de imediato. Vá com calma, Mo-Tack. E lembre-se, estamos aqui para apoiá-lo.

Com a promessa de apoio das mulheres reunidas à minha volta, comecei a planejar minha visita aos meus filhos, cheio de ansiedade e esperança, mas também com o peso de um passado que ainda não conseguia recordar completamente.

- Mo-tack são eles ali. - ela diz e eu me viro pra olhar pra onde ela estava olhando.

Vejo um rapaz alto e forte que sai rindo do bar enquanto uma garota que bate nele sai atrás do mesmo, ambos se sentam em um banco na frente do bar conversando sobre algo, até um homem chegar a qual eles recebem sorrindo e o homem entra no bar brincando com os mesmos.

- Deve ser o responsável por eles. - Hana diz.

- é estranho, eu me sinto um idiota por não lembrar de nada.

Eu observo meus filhos de longe, o coração acelerando à medida que os observo. Eles riem, brincam e parecem tão vivos e cheios de energia. Como pode ser que eu tenha filhos e não me lembre deles? A sensação de vazio e de perda começa a me consumir.

- Mo-Tack, não se culpe por não se lembrar. O importante é que você está disposto a conhecê-los agora. - A voz gentil de sra. Chu me traz de volta à realidade.

Respiro fundo e me recomponho. - Você está certa. Eu preciso fazer isso. Talvez, quando eu estiver perto deles, alguma lembrança surja.

Com um último olhar para meus filhos, tomo a decisão de me aproximar. Caminho em direção ao bar, lutando contra a ansiedade que ameaça me dominar. Esta é a minha chance de começar a entender meu passado e, talvez, reconstruir os laços perdidos com minha própria família.

Continua...

Laços RompidosOnde histórias criam vida. Descubra agora