Você havia se mudado recentemente para um novo bairro, onde sinceramente teria sido melhor ficar na velha casa de seus avós do que ser vizinha de Chifuyu Matsuno. Como era um membro importante da gangue Manji — coisa que você ouviu pelos corredores da faculdade — as festas na casa do rapaz eram frequentes, talvez por ser bem espaçosa e por seu pai quase nunca estar em casa.
Seus pais sempre pediam para você ser mais tolerante, mas ambos dormiam feito pedra e não escutavam a música alta e os gemidos das garotas que se relacionavam com esses caras. Se você não mantivesse as cortinas fechadas, provavelmente teria um teatro de pornografia todos os dias vindo da casa ao lado.
Hoje você estava sozinha, era verão e acabara de sair de um banho longo e fresco. Seus cabelos estavam penteados para trás e não havia possibilidade de manter as janelas fechadas, então abriu a única de seu quarto e agradeceu ao universo por seu vizinho não estar por perto. Talvez estivesse em alguma reunião da gangue, mas isso não importava: você estava livre para ficar de toalha o tempo que quisesse enquanto estudava aquela matéria que você julgava ser impossível de passar.
Algum tempo se passou e você já não estava mais com a toalha inteira em seu corpo, suas costas estavam nuas e seus seios mal cobertos. Algumas vozes despertaram sua atenção, então tratou de se levantar e fechar as cortinas, mas não esperava ver seu vizinho e um amigo conversando no quarto da casa ao lado. Aquele amigo, loiro e com uma trança, ele com certeza percebeu sua presença, pois cravou os olhos em seu corpo. Você segurava aquela toalha na frente de seu corpo, deixando seus quadris e parte de suas coxas de fora.
Para seu azar, Chifuyu notou que o amigo encarava a janela, e também teve sua atenção tomada por seu corpo. Você correu e fechou a cortina, sentindo o rosto esquentar pela vergonha. Pôs um vestido apenas para que pudesse abrir novamente, mas imaginou que ambos ainda estariam ali, talvez esperando para te analisar mais uma vez.
Esvaiu os pensamentos e desceu para comer, sua mãe havia preparado algumas comidas antes de viajar a trabalho com seu pai, então você apenas se serviu e quis terminar rápido para voltar aos estudos, mas a música alta vindo da casa ao lado lhe fez revirar os olhos.
As provas estavam chegando, você precisava se concentrar e não hesitou em sair pela porta e bater na casa de Chifuyu, que arqueou uma sobrancelha ao te ver.
— Vocês podem por favor diminuir o barulho? Eu estou estudando pra uma prova importante e...
— Não. — Chifuyu te interrompe — Hoje não vai dar.
Ele sorria cinicamente, o que fez seu sangue ferver. Sentado na escada, estava o amigo que tinha uma trança e uma tatuagem de dragão na cabeça. Ele analisava cada detalhe seu, como se tentasse ver através do vestido. E céus, ele queria.
Infelizmente, você estava ocupada demais se controlando para não esganar seu vizinho.— Posso saber o motivo? — você diz por entre os dentes.
— Draken vai dormir aqui. — ele aponta para o amigo — Vamos jogar e beber.
Seus olhos reviraram com tanta força que você podia jurar que conseguiria ver por dentro de seu crânio. Essa era a desculpa?
Enquanto isso, Draken se aproximava até encostar no arco da porta, ele era realmente bem mais alto que o outro.— Sério, o que vocês querem para passar essa noite em silêncio? — você cruzou os braços, espremendo os seios que ganharam a atenção de Chifuyu.
— Você. — seu vizinho sorri — Pode me dar um divertimento para a noite.
— Só se eu puder participar. — Draken sorri largo, te encarando.
Você se irritou, mas não com a proposta. Se irritou pelo calor que percorreu seu corpo por se imaginar com aqueles dois. Poderiam ser abomináveis, mas não podia negar que eram muito bonitos.