Tarde, vinhos e cigarros +16

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Personagem: Chuuya
Avisos: um capítulo com umas vibes mais diferentes dos hot/smut que eu tenho feito (nada tão escrachado)
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Você estava na cama, observando Chuuya na sacada, o ruivo estava ali a pelo menos meia hora. Era por volta das quatro e meia da tarde, quando o sol diminuía sua potência aos poucos. A sacada do quarto de Chuuya era ventilada no final da tarde, a brisa batia em seu rosto, e o sol fazia seus cabelos ruivos brilharem, da posição que você estava não conseguia ver o rosto dele, apenas as costas.

Cicatrizes de diferentes formas e tamanhos adornavam o tronco e no parte dos braços dele, não eram profundas, e sim marcas que ficavam após o uso da corrupção, a maior parte delas tinha melhorado bastante graças aos tratamentos recentes. Seu Chuuya estava aéreo, e você bem sabia o porque, ou melhor, por quem, afinal Chuuya tinha tendência a ficar mal depois de falar com Dazai, e a recente briga com a Guilda, os fez voltar a atuar juntos.

-o vinho vai esquentar, você colocou ele na taça tem uns dez minutos- você tentou chamar a atenção dele- Chuuya?

Não obtendo resposta, se levanta e então se dirige a sacada, antes mesmo de por os pés para fora, sente o aroma incômodo do cigarro, "céus" você pensou "ele está muito irritado mesmo" Chuuya não fumava com frequência, só quando estava com a mente barulhenta demais, o cigarro fazia ficar em silêncio.

-ei amor, não que eu queria dar uma de irmãzono, até porque a Kouyou já faz isso, mas cigarro estraga os dentes, da câncer de pulmão, boca, traqueia e um bando de outros males, além de me perturbar muito- você sentou atrás dele, e passeou as mãos nas costas de Chuuya

Seu Chuuya era pequeno se comparado a você, o que era motivo de algumas piadinhas que ele não gostava, mas não te irritava ou mudava alguma coisa entre vocês dois.

O cinzeiro evidenciava que ele já havia fumado pelo menos uns quatro cigarros.

-minha semana foi péssima, isso vai soar mais grosseiro do que eu queria que soasse, mas não se mete nisso, tá? Não quero você no meio desse tipo de problema meu, jaja eu paro- Chuuya soltou a fumaça e depois clicou a língua no céu da boca.

-é realmente uma pena, quando você decidiu que ficaria comigo, arranjou um grude para o resto da sua vida, saiba que só vou parar de me meter se a morte nos separar...bem, acho que se a morte nos separar eu viro um espírito que vai te assombrar só pra garantir que você não vai fumar, eu prefixo um namorado alcoólatra do que um fumante!

-isso não faz sentido algum, você sabe que eu nem bebo tanto assim!

-sim, você bebe duas taças e já desmaia- você provocou.

Chuuya colocou apagou o cigarro no cinzeiro e observou a fumaça subir, em seguida se virou para você, céus, ele era tão lindo, o formato do rosto, os olhos, as sardas que pintavam sua bochecha e orelhas, tudo nele parecia ser bonito.

-gente intrometida é uma desgraça, queira você saber disso- ele de um pequeno sorriso.

Você segurou o rosto dele com as mãos, se aproximou devagar e o beijou, em outras situações, você escorraçaria qualquer pessoa que tivesse acabado de fumar, que tentasse beijar sua boca, mas o gostinho amargo não te incomodava naquele momento.

Chuuya não se contentava em manter as mãos dele paradas, ele agarrou sua cintura, e te trouxe mais pra perto, quase encima dele.

Mãos deslizando pelos seus quadris, enquanto você arranjava a nuca dele, fazendo todos os pelos do corpo se arrepiarem. A vida de mafiosos não era longa, então vocês dois sempre se beijavam como se fosse a última vez, para algumas pessoas, seria perturbador viver assim, com o constante medo de ficar sozinho na manhã seguinte, mas esse era o lance de vocês, não precisava mudar.

-vou parar de fumar esse maço só pra não fazer o vinho esfriar- ele deu uma pequena mordiscada no seu lábio antes de afastar o rosto- mas não quero beber sozinho

-então vamos beber na mesma taça- você se ajeitou no colo dele, fazendo seus joelhos tocarem o acolchoado macio da cadeira- assim você não fica bêbado rápido

-você fala demais, puta que pariu- ele revirou os olhos e levou a taça aos lábios, estava quase na temperatura ambiente, mas era bebível, afinal, ele tinha gastado bastante com aquele vinho, o beberia inteiro, mesmo que fosse ruim.

Você tinha passado por várias situações em sua vida, nenhuma delas era tão reconfortante quanto os momentos que passava com ele. Com você controlando as goladas que ele dava, vocês dois ficaram bebendo até escurecer.

As estrelas brilhavam soberanas no céu, nenhuma luz no apartamento estava acessa, o vento soprava seus cabelos com força, fazendo com que algumas das bitucas e as cinzas do cinzeiro voassem andares abaixo, você torceu mentalmente para que Mori estivesse passando por baixo e que ficasse com o cabelo fedendo a nicotina.

Não estava frio, não para vocês dois, mesmo que nesse momento não estivessem usando roupas. Bochechas coradas, não era da bebida, as risadas que vocês soltavam não eram por achar algo engraçado, era pura felicidade, até algumas lágrimas que você derramou, enquanto estava em êxtase, ele era bom naquilo.

Ele era diferente de todos os outros que você conheceu antes, ele não tirava os olhos dos seus, ele não parava de sorrir, ele gostava de segurar suas mãos, ele sussurrava palavras sinceras e algumas besteiras enquanto estava encima de você, mergulhando profundamente, se entregando cada vez mais.

A forma física de conversar- de vocês- era intrigante, ele colocava tudo- literalmente tudo- para fora nesses momentos, ele estava mais chateado do que irritado, não foi tão alucinante como quando ele estava bravo com você, mas ainda sim, te aqueceu de dentro pra fora.

Vocês dois não se importaram de dormir ali, ele descansou a cabeça no seu peito e só abriu os olhos novamente de manhã, quando a brisa gostosinha o despertou.

Em manhãs assim, que ele pode passar mais tempo com você, ele levanta e prepara alguma frutas para o café da manhã, não é lá um mestre cuca, mas os esforços dele eram válidos

Ele sempre te acordava com um carinho no cabelo, um beijinho no rosto e um "bom dia meu amor" ninguém sonhava que o executivo da máfia, Chuuya Nakahara tinha esse lado.

A emoção foi tange que vocês fizeram igual a filósofa contemporânea Cadi B descreveu em uma de suas músicas, Money especificamente.

E ela estava certa, não tinha nada melhor que sexo pela manhã

Naquela manhã vocês tomaram café na varanda, conversaram sobre algumas besteiras, falaram mau de algumas pessoas (o chefe de vocês)

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Não tem nada haver com o capítulo, mas hoje eu li a novel de quando o Oda conheceu o Dazai, e até agora não tô tankando que o Dazai aparentemente canonicamente gosta de ser enforcado, quem quiser link, eu coloco nos comentários (tá em inglês)

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