Notas Iniciais: Eu queria dizer a vcs que não sou obrigada a escrever lemon e que eu produzo muitas histórias e to trazendo pra cá desde 2021. O pessoal tá todo pirueta lá nos comentários de Quarto Secreto. Faz favor e volte daqui alguns anos, porque você vai entender que se trata de uma comédia e não de algo erótico.
Enfim, fiquem com a minha oneshot mais recente.
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Um rapaz loiro e de sobrancelhas enroladas soltou um suspiro assim que abriu o portão do térreo do edifício que morava.
Sanji voltava da viagem que fizera naquele fim de semana para ver sua família, embora não compreendesse porque ainda parava para vê-los, quando resolveu abrir mão de todos os privilégios da família Vinsmoke e ter fugido pra um edifício decrépito na capital.
Ele carregava sua mochila, a única mala que levou consigo, e parou na ala das correspondências. Aquilo era uma bagunça como também era comum que alguma carta caísse na caixa do apartamento errado. Sanji tateou a sua e pegou as cartas que estavam por dentro. Depois passou os olhos nos nomes de cada envelope e encontrou o de Roronoa Zoro em uma delas — era de se esperar.
Sanji achou melhor entregar pessoalmente, por isso parou em frente a porta do apartamento do vizinho antes de entrar no seu. Não foi nenhum sacrifício, nem mesmo precisou subir mais escadas, porque Zoro morava no mesmo andar, mais precisamente na porta em frente a sua e, como era esperado, ele não atendeu a campainha e Sanji achou melhor tentar de novo mais tarde, perguntando-se o que aquele marimo fazia tanto pra não parar em casa...
Ao entrar no apartamento, largou a mochila no chão e se afundou no sofá. Sua cabeça explodia como se estivesse de ressaca, mas na verdade era devido ao estresse que passara na casa de seu pai.
Resolveu acender um cigarro para tentar tirar da cabeça aquele velho que ainda o olhava com superioridade e os babacas de seus irmãos que lhe traziam o maior dos orgulhos por terem crescidos como réplicas do pai.
Sanji envolveu o rosto nas mãos e apoiou os cotovelos nas coxas das pernas. Ele pensava que toda vez que ia até a casa de seu pai, revivia memórias que fizera um grande esforço para esquecer.
Às vezes tinha algumas boas com a sua irmã Reiju, que costumava falar que seu irmão era melhor do que aquilo tudo, quando pensava que era a pior coisa do mundo todo.
Ele deu um sorriso e pensou que podia melhorar focando na bondade de sua irmã. Ela o apoiou quando disse a todos de que era bissexual e sempre lhe dizia que era o favorito de sua mãe.
— Papai deve ter alguma aversão contigo porque você é o que mais se parece com mamãe.
Reiju disse isso um pouco antes de Sanji assumir sua orientação sexual. Sora, o nome de sua mãe, morreu de desgosto quando era ainda uma criança e desde então o pai passou a tratá-lo com discriminação. Será que ele sentia repúdio ao ver o rosto de seu filho porque lembrava o que fizera a sua esposa que já amara uma vez?
Sanji apagou o cigarro e resolveu tomar banho. Mais tarde lanchou, depois leu um livro e assistiu um seriado. O céu escureceu e passou no supermercado antes que fechasse. Quando menos notou, já estava perto de ir pra cama, mas o seu celular vibrou sobre um móvel de mogno. Ele viu o número e suspirou por ser Ace, no mínimo queria o apartamento emprestado mais uma vez.
— O que foi Ace?
— Eta, que mau humor é esse?
Sanji ouvia no fundo uma música alta e risadas.
— Diga logo o que quer, já tava indo dormir.
— O apartamento... — Ace foi interrompido por alguém que lhe tocou o ombro para dizer algo, fazendo Sanji ficar confuso até entender que ele falava com outra pessoa. Porém, retomou com a conversa: — O apartamento, Sanji! Me empresta ele essa noite!
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Se meu apartamento falasse
FanfictionUm pai que o odeia, uma vida com uma rotina programada, um estranho e um pedido inusitado. zosan