13

940 54 1
                                    

Vitório

3 meses depois.

Eu não questionei a decisão deles, lá no fundo eu sabia que era o certo, que a gente precisava desse tempo. Precisávamos ficar longe um do outro, só assim iríamos saber o que realmente queria.  E deixá-la sem se quer me despedir não foi a pior parte. A pior parte tá sendo ler suas mensagens e não poder responder.

E ler todas aquelas mensagens me trouxe um misto enorme de sentimentos. Eu rir, eu fiquei triste, alegre. Eu fiquei triste quando vir seu desabafo e o quanto ela estava sentindo minha falta, a vontade que eu tinha era de ir correndo até ela. Rir das coisas que ela contava do seu dia a dia e seu corte de cabelo me fez me apaixonar mas ainda por ela, se isso for possível.

Sim, eu sou completamente apaixonado por Lorena, desde de sempre, e eu sei exatamente o momento em que o afeto que eu sentia por ela se transformou em paixão. E eu não via a hora de dizer isso pra ela.

Mesmo em outra cidade, em outro estado, eu não parava de pensar nela, e ansiava por uma mensagem dela, que era oque fazia meu dia melhora. Pois aqui não estava sendo fácil.

Meus pais me mandaram tomar de conta por um tempo, dos morros, com Dário do meu lado. E ultimamente estava tendo muita invasão, perdi as contas de quantas vez eu escapei da morte. E ao mesmo tempo que cuidava de tudo aqui, eu tentava descobrir onde Vinícius estava, ele evaporou do mapa, não soube mas nada dele. Eu procuro daqui, e meu pai com os homens dele procura de lá, eu não iria descansar, até ter a cabeça dele em uma bandeja, assim como meu avô e meu tio fez com o pai dele. Eu iria fazer ele sofrer, por ameaçar a minha família. Eu o avisei, que ele tinha mechido com o cara errado.

- Prontinho - o tatuador avisa.

Lorena não foi a única que mudou. Nesses 4 meses longe, eu adquirir o novo vício.

 Nesses 4 meses longe, eu adquirir o novo vício

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Tatuagens. Pra quem não tinha nenhuma, até que eu já tou com um bocado. Agradeço e pago o tatuador e volto para o escritório. Encontro Dario conversando no telefone. Espero ele terminar a ligação e pergunto o que houve.

- as invasões acabaram- ele diz contente

-porra até que fim, a gente tem que comemorar - falo. Foi muito tempo nesses confortos com os morros rivas, a gente merecia festejar.

- era isso que eu estava resolvendo no telefone, hoje vai ter o baile, geral vai vir.

O relógio já marca 18:00hrs o baile iria começar as 22:00. Fui pra casa, casa que eu estava ficando aqui no morro, já tinha me socializado bem com todo mundo. Me estranharam no começo, mas depois foi bem tranquilo.

Hoje com certeza o morro iria lota, todo mundo passou esse bom tempo dentro de casa, sem sair pra fora, nem quando as bala parava. Pra comprar algo que precisava que era necessário eles mandava algum vapor ir resolver. Ordens minha.

Deito na cama, descansar um pouco, mas aliviado, sem preocupação de alguma invasão ocorre. Desbloqueio meu celular encontrando uma mensagem de Lorena e uma foto.

" ela tá bem, tá melhor, tá saindo, se divertindo, eu sei que foi você que mandou da uma surra do Bruno, ele mereceu.
Eu também estou bem, Kemilly e as meninas me fazem um bem danado, mas ainda dói, sua ausência ainda dói muito, saudades Vitor"

Eu também estou bem, Kemilly e as meninas me fazem um bem danado, mas ainda dói, sua ausência ainda dói muito, saudades Vitor"

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Olho a foto das minhas duas meninas. Das que esteve comigo em todos os momentos. A minha baixinha tá mudando, e eu não tô lá pra vê. Esses 4 meses parecem uma eternidade. E é, nunca ficamos tanto tempo sem nos vê, sem ter se quer um contato.

Digito dizendo que eu estou com saudades, mas apago antes mesmo que eu enviasse. Eu faria de tudo por elas, por eles.

E da uma surra no merdinha do Bruno não foi nada do que eu realmente queria ter feito com ele, Dario teve que me segurar, literalmente, quando eu fiquei sabendo o que ele fez com minha irmã, eu queria ter ido lá e ter acabado com a vida dele, mas ele ainda vai ter o dele. Eu vou voltar. Em breve.

Me arrumo pra ir por baile, coloco uma blusa preta, corrente de prata e uma bermuda jeans clara, calço minhas chinelas de dedo. Perdi um pouco do ânimo que eu estava, vou mas não vou ficar muito. Pego a chave da moto e vou até onde o barulho de funk estava rolando. Tinha muita, muita gente, galera até que não mora em nenhum dos morros, com o intuito de curtir. Subo por camarote, onde Dario estava com verônica.

Comprimento eles dois e logo após vou até Jr e o comprimento. Jr é um amigo que eu descobri em meio a tanta bagunça, me impediu de fazer várias loucuras, não é cara de interesse, humilde, bem da hora mesmo.

- Iae Zé ruela, pensei que não ia vir - ele diz, rir da gíria, ainda estava me acostumado com as gírias daqui.

- estava muito afim não...

- bebe!- ele me entrega uma garrafa de ice - olha que gata, tô afim dela desde que cheguei aqui - ele diz apontando pra uma garota loirinha, o que me fez pensar na minha- vou lá, fica aí.

Ele sai, indo até a garota. Vou até a grade e observo a multidão de gente. Eu não conseguia olhar pra nenhuma garota, com segundas intenções, eu faria de tudo pra ir embora agora.

- iae? Tudo bem?- uma garota se aproxima. Baixinha, com corpão, mas eu realmente não estava interessado. Apenas lhe mando um sorriso - chefão é solitário é?

Chefão?!

- sou Chefe de nada não moça - falo.

- É filho dos donos então - ela se aproximar mas, ficando ao meu lado. A ignorou e ela fica conversando e tirando foto com a amiga. Quando bateu 00:00 eu fui embora. Dormir, quanto mas rápido o tempo passar, mas eu vou vê ela .

Herdeiro da máfia Onde histórias criam vida. Descubra agora