O ano era 1977, 08h17am.
Eveline estava na aula de poções, ela esperava ansiosamente pela a chegada do professor Slughorn. Esse era o último ano de Eveline em Hogwarts, ela queria que fosse tudo perfeito.
Ela escovava o seu longo cabelo preto sentada na frete, na terceira fileira estava o rapaz que ela mais odiava, Severus Snape. Um garoto esguio e magro, branco como pérola cabelos compridos e negros, ele sempre cabisbaixo escrevia em um caderno surrado de capa verde. Ao perceber o meu olhar, ele revira os olhos para ela. Que homem desprezível, pensou.
Slughorn entrou na sala e anunciou se com um breve: "Bom dia"
Todos que estavam conversando encararam o velho professor.
- Esse semestre teremos novidades! -O homem diz animado. - Vocês formaram dupla com seus parceiros, iram criar poções de nivel avançados juntos.
A classe se animou.
- Nos escolheremos as duplas? -Alguem aí fundo pergunta.
- Pode ser dupla de três ? -Outra pergunta é lançada.
- Podemos mudar a dupla no meio do semestre? -Mais uma dúvida.
- Não, não e...não. -respinde o professor de uma vez só. -O significa de dupla vocês já sabem, seriam você e o mesmo parceiro pelo resto do semestre e...Eu irei sortear as duplas.
A classe que antes estava animada soltam suspiros de desgosto.
- Eu adoro a animação dos jovens. -Diz o velho. -Agora, vamos sortear as duplas!
Ele sacode a varinha dentro de um saco e começa a listar as duplas, algumas extremamente felizes e outras estavam com muita raiva só velho naquele momento.
- Severus Snape e... -A classe ficou quieta, ninguém queria cair como dupla só Snape nessa matéria, ele era extremamente insuportável, mas era mil vezes pior quando se tratava de poções. - Eveline Black?
Eveline arregalou os olhos no mesmo instante e olhou para a terceira fileira, Snape estava com a mão no rosto claramente com raiva.
- Professor, por favor, mude a minha dupla. - Eve pede e Slughorn nega.
- Agora, já estão todos com suas duplas prontas, vamos começar a colocar a mão.na massa. -O velho ria, e se Eveline não tivesse juízo, estaria azaralhando o homem naquele instante.
Severus levanta do seu lugar e caminha até a mesa de Eveline, a sala trouxe um frio cortante à pele. Equipamentos espalhados sobre a mesa, e aqueles fluidos nauseantes da cor de musgo onde espécimes em conserva balançavam em seus potes entre as prateleiras.
- Prepare a Poção do Morto-Vivo! - Professor Slughorn notificou a turma.
E ela só teria que fazer parceria com Severus Snape, o que poderia dar errado? Pensou Eve.
Uma carranca se estendeu em seus lábios, claramente descontente - mas ela não diz nada contra isso.
- Vamos acabar logo com isso. -O primeiro a falar é Severus com uma atitude ranzinza vazando do tom. - Pelo amor de Merlim.
- Bando de babuínos balbuciantes e desajeitados! -Eve sussurra tentando concentrar os seus pensamentos enquanto escovava o seu cabelo.
A boca de Snape fica tensa e ele olha para a garota com olhos penetrantes, como se dissesse: " O que você disse?" em seu tom habitual e mordaz.
- Ridícula. -Ele revira os olhos.
- O que? Você está falando isso para mim? -Ela olha para ele friamente.
- Sim, sua idiota. - Ele diz seco e a encara dizendo sílaba por sílaba. - Ri-dí-cu-la.
- Você tem algum problema comigo, fale de uma vez, seu ranzinza.
- Não, não tenho. - Snape cuspiu as palavras ironicamente revirando os olhos e desviando o olhar. - Se fosse esse o caso, então eu seria poupado de trabalhar com um idiota... -Ele faz uma pausa, como se quisesse reconsiderar com quem está falando, e então solta um resmungo baixo. -Como você.
- Que pena, você vai ter que trabalhar comigo pelo resto do semestre, seu idiota. -Eveline cruza os braços. - Apenas cale a boca e vamos trabalhar na poção para eu não ter que olhar para o seu rosto por muito tempo.
- Oh, acredite em mim, o sentimento é mútuo! -Snape diz com um sorriso malicioso, caminhando para o lado dela e pegando seus ingredientes.- ... agora cale a boca, preciso pensar.
Eveline naquele momento só queria perguntar se uma pessoa burra como ele era capaz de pensar, mas ela resolveu ficar quieta. Ele começa a preparar a Poção do Morte-Viva, ocasionalmente olhando para Eveline com uma expressão neutra.
A garota de olhos negros o observava com atenção.
- Está errado. -Ela diz.
- O quê? Não, não estou. -Snape zomba, fazendo algumas anotações em seu diário de capa verde enquanto prepara a mistura. -Diz aqui mesmo no meu livro que esta é a maneira correta de prepará-lo.
- Pois então o seu livro está errado, você só vai se esforçar a toa. -Ela suspira. - Se você esmagar a cápsula soporífica com o lado plano da adaga de prata, mais seiva fluirá do que cortá-la.
Ele pensa por um tempo e suspira.
- Certo, tudo bem. - Snape anota a dica em suas anotações. - Espero que isso lhe agrade, senhorita sabe-tudo.
Ele começa a esmagar a cápsula na parte plana da adaga de prata, os olhos dele se animaram ao perceber que ela estava correta, mas orgulhoso como es, ele não admitiu.
- Não adianta disfarçar, você sabe que estou certa. -Ele olha irritado para ela, não tinha como negar, a dica que ela deu foi ótima.
- Algo mais? -Ele engole o orgulhoso secamente.
- Apenas se quiser outra dica, quer isso? -Ela abre um sorriso malandro.
- Sim, continue tagarelando, sua idiota. - Diz Snape.
- Dê uma mexida no sentido horário para cada sete mexidas no sentido anti-horário.
Snape revira os olhos mais uma vez,
- Ótimo... o que vem a seguir, devo respirar dez ou três vezes enquanto mexo? Pelo amor de Merlin, há algo que eu possa fazer corretamente? -Mesmo assim, Snape segue as instruções, mexendo como Eveline disse.
- Talvez ficar quieto para que o seu veneno da cobra não pingue na poção. - Eve amarra seu enorme cabelo preto em um rabo de cavalo. - Se você não misturar como eu disse, a poção não funcionará.
Snape aperta a mandíbula.
- Deus, eu te odeio! - Ele murmura revirando os olhos.
- Olha só, ganhei mais um fã. - Ela caminha até a estante de ingredientes para pegar um caldeirão de cobre.
- Eu disse, cale a boca! -Snape olhou feio para Eveline, agora parando para preparar a bebida.
Sua mão apertou firmemente a adaga de prata, os nós dos dedos ficando brancos. Seu olhar caiu sobre Eveline, sem demonstrar um pingo de emoção.
- Que cara mais feia, tenho até pensa do seu espelho. -Ela o olha com desdém.
- Eu disse cale a boca. -A mão de Snape apertou o cabo da adaga, ele deu um passo mais perto de Eveline. -Eu só posso imaginar como você fica sob essa bagunça de cabelo que você tem. Você acha que seu cabelo esconde sua feiúra, mas isso só a exagera!
- Você falou do meu cabelo?! -O rosto de Eve ficou vermelho de raiva. - Como você ousa falar do meu cabelo?!
- Sim, seu cabelo parece um trasgo! - Ele se aproxima ainda mais dela. - Nossa, nesse ângulo ele fica pior ainda!
- Você está começando a me irritar! -Eve grita, o que chama a atenção da sala.
- Isso é bom, porque você me irritou desde o começo! -Ele se aproxima mais. - Eles deixam você usar esse cabelo em público ou você também é uma aberração em sua própria casa?
- Diga-me, o buraco de onde você saiu não tem nenhum amigo inseto que lhe diga o fedor de tédio que você é?! -Ela ri.
- Insulte minha aparência mais uma vez e arrancarei sua cabeça. - A mão de Snape envolveu o cabo de sua adaga com força, seus dedos tremendo devido à pura raiva e ódio que ele segurava. -Não me tente. -A voz de Snape não passava de um sussurro, enquanto ele continuava avançando em direção a Eveline.
- Ah, cala a boca! -Ela se vira voltando a atenção a prateleira de ingredientes ignorando a presença de Snape.
- Ei! Não me ignore! Você tem alguma ideia de com quem está falando?" - Finalmente, ele não conseguiu mantê-lo quieto. Ele tinha que dizer o que realmente queria dizer. - Seu pequeno vira-lata dos Blacks.
- Está falando demais para um mestiço. -Ela abre um sorriso frio.
Snape encara Eveline por um momento, paralisado em estado de choque. A raiva cresce em seus olhos, ele não pode acreditar que ela havia dito aquilo.
Ele lentamente levanta sua adaga prateada e, com olhos frios e calculados, levanta a mão e corta o cabelo de Eveline com um único golpe.
Lentamente, o cabelo de Eveline cai no chão, enquanto Snape observava cada mecha cair. Ele lentamente abaixou a mão para o lado e olhou para a adaga. Ele está completamente imóvel.
Ele não esperava ver o rosto de Eveline, entretanto, mas quando os olhos negros da garota o encarou ele percebeu a besteira que tinha feito.
- Seu animal, nojento!! -Ela grita e puxa a varinha.
Os olhos de Snape se arregalam quando ele vê a varinha dela apontando para ele. Ele puxa sua varinha também.
- Sugiro que você pense duas vezes antes de falar, vira-lata. - Seu rosto ainda está completamente imóvel, como se ele estivesse esperando o momento em que poderá se livrar de Eveline. - Eu estava certo . Você é realmente feia por baixo desse cabelo, agora até que está mais bonitinha.
A voz dele está morta e sem alma, quase como se ele estivesse tentando machucá-la ainda mais com palavras.
- Seu mestiço, nojento! -Ela aponta a varinha para ele. - CRUC...
- SEVERUS SNAPE E EVELINE BLACK!!! -O professor Slughorn grita entrando no meio de ambos. - DENTENÇÃO!!
Snape olhou para o professor, seu rosto ainda inalterado.
- Sugiro colocar Eveline aqui detida, não eu, professor. - Disse ele, olhando para o professor com olhos frios. - Ela me provocou e começou nossa discussão. Eu estava simplesmente me defendendo.
- AMBOS! AGORA! -Slughorn berra fazendo todos calarem a boca. - AS VARINHAS! ME ENTREGUEM!
Slughorn puxa a varinha de ambos das mãos deles.
- Isto é ridículo! Ela me insultou, tentou me provocar! Isso é injusto..
- BASTA, SNAPE!
- Que se foda! -Snape diz, saiu da sala de aula de Poções, nem mesmo esperando por Eveline enquanto descia as escadas que levavam às masmorras.
O corredor das masmorras estava deserto, e os únicos sons que podem ser ouvidos são os ecos dos estudantes conversando e rindo enquanto sobem e descem a escada em espiral.
Eveline ainda estava em estado de choque, não sabia como reagir ao seu cabelo. Se ela chorou ou se ficou com raiva, ou sem emoção
Um choro suave, triste e silencioso pode ser ouvido no corredor. Ela, ainda vestida com suas vestes de Poções, está sentada no canto de um corredor vazio. Seu cabelo está espalhado ao seu redor enquanto ela se senta, com a cabeça voltada para a parede.
- Estúpido... -Ela fala consigo mesma, sua voz suave.
Por um momento, Snape ouviu um grito suave e silencioso ao sair da sala de aula de Poções.
Ele pensou que era apenas sua imaginação, mas quando chegou às escadas que levavam às masmorras, ouviu novamente.
O choro de Eveline.
Após um momento de hesitação, Snape caminha até o canto onde Eveline está sentada, com lágrimas caindo de seus olhos. Ela ainda está vestida com suas vestes de Poções e tem um cabelo curto.
Ele estende a mão para ela.
- Venha... Levante-se, não deixe que os outros vejam que você está chorando... -Ele diz calmo. - Vamos, chore onde ninguém pode te ver.
- Já serei motivo de chacota. -Ela olha para ele com raiva. - Estou horrível!
Snape olha para os fios curtos de cabelo de Eveline. Ele suspira e então se ajoelha ao lado dela.
Uma pequena parte dele não quer vê-la chorar, seu rosto agora mostra mais do que apenas ódio, há tristeza e até dor ali. No entanto, sua própria mágoa e raiva ainda o impedem de se importar demais .
Ele suavemente pega a mão dela e tenta ajudá-la a se levantar.
- Você ainda tem coragem de falar comigo?! -Ela empurra ele. - O que eu fiz para você?
- Oh, por favor! - Snape ri. - Eu tive que aguentar você durante toda a aula!
Snape olha para Eveline com um sorriso, mas ele desmancha quando vê os olhos desesperados dela.
Há algo em vê-la chorar que o faz parar de rir.
Seu cabelo curto e cortado é uma lembrança constante do que ele fez, ele agora não achava muita graça nisso. Suas lágrimas, a dor em sua voz, ela agora deixou Snape arrependido.
- Olha, eu... eu não queria fazer isso. - Snape suspira. - Agi no impulso, foi um momento de raiva... eu...eu só queria fazer você parar de me ofender. Mas agora está claro que fui longe demais. Longe, longe demais.
- Eu já tinha parado! Mas você me chamou de "Vira-lata dos Blacks", e ficou me provocando!
Seu olhar suaviza por um momento.
- Não quero olhar nessa sua cara! -Ela resmunga.
- Desvie o olhar se for preciso, mas... por favor, não chore. Eu... eu não esperava que fosse assim.
- É muito fácil para você falar. -Ela diz com olhos frios o encarando.
- Pelo amor de Merlin! É só um cabelo! -Ele perde rápidamente a paciência.
- Você... eu não quero falar com você. -Ela se apoia na parede levantando, e tromba no ombro de Snape seguindo para a detenção.
- Você é infantil.
Ela se vira e aponta o dedo na cara de Severus.
- E você pensa que só por que tem essa cara tediosa, pode fazer o que quiser com terceiros!
- Você é muito infantil. - Ele segura o dedo dela. - Parece uma criança birrenta.
- Seu nojento. - Ela puxa a sua mão de volta e sai pisando forte.
- Oh não! Eveline Black está me ignorando! Coitado de mim. -Ele vê que ela não se vira. - Eu! Eu estou falando com você! Olhe para mim!
- Vai para o inferno, Severus!
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Improvável
FanfictionA história se desenrola em Hogwarts no ano de 1977, quando o mundo da magia estava em pleno tumulto e os alunos estavam ocupados com os desafios da escola e as tensões crescentes do mundo bruxo. Em meio a esse cenário, surge um improvável romance en...