— Isso está gelado, e aquilo está quente! — ele resmungou, tal como uma criança pequena a aborrecendo, mas ao mesmo tempo movendo um pequeno e gracioso sorriso. As maçãs da face masculina estavam rosadas febril, enquanto ele parecia se recusar a sair debaixo dos cobertores.
— Não reclame, não está em posição aqui, coronel — ditou, quando empurrou outra colherada de mingau direto para a boca dele.
— Tão megera, não se compadece nem mesmo dos doentes — Naruto resmungou enquanto abria a boca por mais do mingau, que, mesmo diante de tantas reclamações dele, continuava a comer mais e mais apenas porque aquele sabor lhe era bom e prazeroso ao paladar. Um sabor que lembrava... sua mãe, cuidado e lar.
Ele estremeceu sob o toque mais frio da mão dela contra sua testa, mas ao mesmo tempo que lhe arrepiava, o fazia ansiar pelo contato que causava alívio a alta temperatura que seu corpo irradiava. Naruto então agarrou-se a mão de Hinata sem deixá-la escapar
Coitado, o jovem coronel delirava febril, derramando a ternura que jamais demonstraria.
— Sua pele é tão macia e... cheirosa, 'Nata... — balbuciou. Se a senhora Uzumaki pudesse rotulá-lo naquele instante, então Naruto seria uma bela torta de amora doce. E se por um instante ela sentiu o coração acelerar de repente, do outro lado, totalmente envergonhada pela intimidade e falta de decoro do homem, sentiu suas bochechas incendiarem enquanto tentava a todo custo tomar a mão de volta para si antes que algum criado visse e considerasse o que não devia.
Mexericos destruíram uma reputação.
— Oras, coronel! — brusca, ela tomou para si, apoiando a pequena mão contra o peito enquanto esse sentia as batidas fortes e firmes do seu coração, e o calor de Naruto dissipava-se.
— Eu sonhei com você... e... tinha flores e... e tinha pasto, você não era tão megera, e...
— Pare por aí mesmo! — ergueu-se de forma brusca. Deus, estava tão, mais tão constrangida, chocada com aquele delírio do homem — está muito doente e delirando. Não fala coisa com coisa. E... não confunda a minha pessoa com as suas paixões juvenis do estrangeiro, coronel. Com sua licença.
Ela retirou-se, mas diferente do habitual, Hinata largou a bandeja com o resto da tigela de mingau na cozinha. Em seus olhos havia uma certa fúria selvagem, e pensamentos tão destoantes de si, alguns da qual ela jamais fora capaz de sentir. De repente, para Hinata, era como se o dia fosse o mais quente do ano, como se seu corpo precipitasse uma ebulição desesperadora enquanto seus pensamentos eram invadidos por aquele toque, por aquelas palavras tão tolas.
— Senhora Uzumaki? — a voz de Tenten a fez sobressair-se em susto. Ela não disse nada a criada, pelo contrário, como um grande furacão negro, afastou-se dali indo direto para o estábulo.
Konohamaru, que limpava alguns cochos, assustou-se com a entrada dela, que, claro, exalava uma irritação fora do normal. Como uma mulher intrépida e fora do comum, ela rapidamente selou sua égua e sem dizer nada a ninguém, a viúva Uzumaki saiu disparada em um rápido galope pelos campos.
Os ventos chicotearam as mechas soltas dos fios escuros, desfazendo o coque que ela tinha. Arrastaram-se como um véu enquanto o corpo curvilíneo era jogado para cima e para baixo ao ritmo do galope forte. As paisagens abertas dos campos de gado foram se fechando um pouco, ocultando o pequeno paraíso dela: um riacho.
Ela amarrou o equino, o deixando confortável para pastar enquanto se aproximava da água fria. As mãos mergulharam captando a água cristalina e molhando sua face. A respiração estava lentamente normalizando enquanto o rubor parecia decidido a ficar.
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A viúva do coronel
Fanfic"O jornal das senhoras sempre prezou por mulheres incríveis na nossa sociedade, por isso, as mais procuradas são as dotadas de todas as qualidades confiáveis que tornam uma mulher única e valorosa para seu homem, nota-se: Ela é amável e obediente." ...